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[JB] Liga Narrativa (Abr – Cyberpunk): “O Futuro não É mais como Era Antigamente.”

Publicado originalmente no Juca’s Blog em 26 de abril de 2010.
Liga Narrativa, Abril de 2010.
Membro: JJ Rangel, de Duque de Caxias – RJ, representando Juca’s Blog

Tema: Cyberpunk (que virou Vida Cyberpunk para alguns)
Título: “O Futuro não É mais como Era Antigamente.”
Era uma vez uma raça bípede que evoluiu e dominou seu mundo. A raça era a humana e seu mundo era a Terra. Tudo era sempre pouco em sua visão gananciosa, a ponto de desejar também o que havia fora do planeta. Pouco se avançou nesse sentido. A busca pela tecnologia perfeita para alcançar outros mundos – e subjugar parte da sociedade – teve reflexos perturbadores: perdemos a luz do Sol (nossa maior fonte de energia), catástrofes devastadoras se abateram e a superpopulação – com sua violência implícita – ameaçava os ricos e poderosos; resumindo, o caos.
Países inteiros foram varridos por terremotos e ondas colossais. Nacionalidades deixaram de existir. Foram criadas as cidades sitiadas onde trancavam as pessoas entre muros imensos, reinando a anarquia. De tempos em tempos o Governo oferecia vacinas em algumas das cidades sitiadas, um gesto de “preocupação”. Mas o povo ignorante não sabia que era apenas um jeito de esterilizar a população e, dependendo do comandante da operação, até matar.
Nenhuma onda de robôs autossuficientes atacou a humanidade, ao contrário do que sugeriram superproduções cinematográficas. A inteligência artificial não evoluiu como se esperava, mas as máquinas estavam por toda parte e até os pobres as conseguiam num mercado alternativo. Descobrimos que aqueles papéis que tanto idolatrávamos só serviam para acender fogueira, no entanto. Devido à enorme quantidade de doenças sexualmente transmissíveis, sexo era quase proibido, virando uma grande moeda de troca e tornando a prostituição um negócio absurdamente rentável – para  cafetões e cafetinas, claro.
Pouco a pouco o cotidiano das pessoas que “mereceram” ser cidadãos – ou seja, não irem para um campo de concentração ou serem mortos – mudava. Sob um céu cinza e contaminado tudo era medido pelo microchip sob a pele da mão direita: seus créditos para comprar ração e roupa, sua conduta, hierarquia social, parentesco; tudo. Através desse chip um funcionário governamental sabia tudo a respeito de alguém, podendo complicar sua vida se quisesse. Uma peculiaridade: nunca mais vi canhoto nem deficiente físico. Os fanáticos religiosos alegaram que o tal chip era a “Marca da Besta” profetizada há séculos. Besteira. Nada é mais bestial que o ser humano. Também não vi mais religiosos por aí. Particularmente, nem sinto falta.
Espero que se você puder compreender estas palavras, passe-as adiante. meu fim se dará antes da primeira pessoa acessar este arquivo. Posso afirmar que lutei enquanto pude respirar, mesmo que alguns irmãos humanos não mereçam a liberdade. Faça por merecer a sua vida e sobreviva. Se um dia o Sol voltar a brilhar, não deixe que o apaguem novamente…
– Cristine! Desplugue logo esse drive do cérebro! Está há mais de três horas visualizando arquivos. Você acha que é um robô para aguentar tanto tempo assim? Aposto que é lixo das ruas. Adolescentes…
– Tá bom, mãe! Tô parando. Vou dar uma volta!
– Menina! Está cheio de baderneiros no entorno. Leve sua arma. Toma juízo!
Com arma em punho e o plugue cerebral fervilhando junto com sua mente, Cristine olhou para a cidade de forma diferente: já não via mais tanto sentido em prédios, naves e criaturas robóticas. Sob o céu cinza descobriu que queria algo como nunca desejou em sua vida.
– Ei, Cristine! A galera vai fazer um racha daqui a pouco. Bora lá?
– Não dá. Tenho uma coisa importante pra fazer.
– Sério? E o que seria essa coisa?
– Revolução.
***
 
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