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Diário de Campanha – Anarkhos 005

Mais um fruto da “jornada criativa” de algumas semanas atrás, chegamos ao quinto ato da campanha Anarkhos, que conta a história de um grupo de renegados que lutou para derrubar o governo opressivo de Valéria sobre Alandar, o reino do fim do mundo de Meliny. Agradecimentos a Marcos “Tankian” Spiess, Shandi “Erolin” e o Edy “Bastion” Girelli que estiveram aqui ajudando a memória narrativa deste que voz tecla, além do apoio via Facebook do companheiro Zinho “Gakurin“.

A Campanha
Dividido entre a devoção ferrenha do Exército Real à sua Rainha Suprema, Valéria e a insatisfação do povo perante os ditames e mal tratos por ela infligidos, Alandar é um reino que vive em constante tensão à beira do colapso.
Os nobres enriquecem à olhos vistos às custas da miséria dos que não possuem um título, o uso da magia é proibida sem a conceção do Estado, ao passo que o número de Feiticeiros cresce a cada dia. Demônios do Esquecimento são capturados e utilizados como armas de repreensão e punição. E a sombra da Rebelião paira oculta pela escuridão dos becos das cidades. A insurreição é iminente. E os rebeldes que se denominam Anarkhos pretendem derrubar o governo e tomar o poder.
Os Personagens


Saad Odalar (Humano, Ladino) – nascido em Alandar, cresceu nas ruas sujas da cidade baixa de Vanir, ao lado da Cascata de Neremiel. Ali, aprendeu que uma mente afiada é tão perigosa quanto uma adaga,  e graças a esta visão sobreviveu por tempo o suficiente para chegar a idade adulta. Nunca esqueceu, porém, que foram os regentes de Alandar que levaram tudo o que era para ele importante, e irá empregar todos os seus esforços para destruir o governo corrupto que selou seu destino.
 
A fada Erolin (Fada, Clériga), assim como muitas outras de sua espécie, foram capturadas, aprisionadas em garrafas e vendidas como lembrança pelos mascates. Quis o destino que ela pudesse escapar em tempo de vingar o sofrimento de seu povo. Usando de magia, matou dezenas de pessoas. Recapturada, estava preste a ser destruída pelo Castelo de Ferro quando Falena, a deusa protetora da vida resolveu lhe dar uma nova chance. Erolin deveria curar dez vidas para cada uma que havia tirado.
 
Herdeiro por direito ao trono do Bosque Verde, o quessir Alakai (Arqueiro Arcano, Elfo) foi traído por seu irmão idêntico, Alastor e banido do reino élfico. Mantido como prisioneiro por décadas nos porões escuros do Castelo de Ferro, foi forçado por Morkash a tornar-se um membro da Guilda dos Lordes Negros sob a alcunha de Bastion, o que mudou seu destino para todo o sempre.
 
 
Quando abandonou a Floresta de Prata em busca dos assassinos de seus pais, Gakurin (Elfo, Elementalista do Fogo) não imaginava até onde seus pés iriam levá-lo. Pertencente a uma antiga linhagem de elfos silvestres ligados ao caminho elemental do Fogo, desde muito jovens os membros do seu clã recebem o batismo das chamas, com uma marca arcana em sua própria carne.
 
 

 
Vítima de uma estranha maldição que pouco a pouco o transforma em uma fera sem controle, Tankian (meio-orc, bárbaro) esconde sob a face deformada um espírito que luta para libertar-se do mal que lhe aflige. Ainda que o mundo inteiro o evite e despreze, ele próprio jamais desistirá enquanto a esperança resistir em seu âmago.
 

Primogênito da casa dos abastados Sullivan, Lorde Zacky(Humano, Guerreiro) teve seus pais assassinados por terem sido contrários aos ditames de Valéria, a Rainha de Alandar. Ao exigir reparação pelo crime, foi afrontado por uma ordem absurda de prisão e jogado para morrer em Kanthor. Determinado à vingar-se, está disposto a empregar até o último centavo de sua família para derrubar a coroa. E dinheiro nunca foi problema para os Sullivan.
 
A Aventura
Quinto Episódio
Viagem a Parael
Após aguardar por um tempo, o grupo estranhou a demora do regresso de Zacky e do anão Gorin e resolveram procurá-lo. Encontraram-no então caído atrás da torre, morto. A clériga Erolin efetuou uma oração buscando trazer-lhe de volta do mundo dos mortos, efeito que conseguiu sem saber que não por mérito próprio. Alguns da família Sullivan compravam o dom da imortalidade com sua quase infindável fortuna, e Zacky era um destes agraciados. Porém, a magia curativa da fada foi bem vinda.  Zacky não entrou em detalhes sobre o que ocorreu e colocando-se de pé, avançou na direção da Torre.
Uma vez lá dentro, o grupo foi apresentado ao prefeito, um velho mago de barbas brancas chamado Mozzan. Ele explicou que governava graças a autorização de Valéria, a Rainha, e por isso tinha direito de julgá-los. Para evitar criar problemas, o grupo maltrapilho afirmou tratar-se na verdade de um grupo de clérigos de Shattaii que havia permanecido prisioneiro dos kobolds nas ruínas próximas dali. Mozzan ficou interessado e propôs um desafio para o grupo: apresentaria três ítens quaisquer para que os heróis optassem por apenas um deles. Os demais seriam destruídos.

Tratava-se de um baú fechado à chave, um jovem guarda de Alandar, vedado e amordaçado e uma espada. Mozzan afastou-se dali, deixando-os a vontade para decidir. Uma calorosa discussão teve vez. Bastion queria ficar com a Espada, enquanto Gakurin insistiu em abrir o baú, opinião esta que tinha o apoio da fada Erolin. Por fim, impondo sua vontade sobre os demais, Zacky encerrou a discussão optando pela vida do garoto. Nesse instante o som dos portões da torre ecoaram através do salão. Mozzan havia regressado.
O velho mago ouviu a escolha do grupo e com um sorriso refutou a mentira de que eram clérigos de Shattai. Afirmou que os servos do Deus dos Segredos jamais deixariam de optar pelo baú. Também refutou que fossem soldados de Alandar, apesar dos trapos que vestiam. Estava prestes a chamar a guarda quando Gakurin resolveu dar uma última cartada: revelar que eram fugitivos de Kanthor, mas que haviam sido presos injustamente. Disse que o governo opressor de Valéria deveria ter um fim, e que Alandar precisava de políticos honestos, como Mozzan supostamente seria.
Zacky utilizou-se de sua lábia para reforçar a ideia e acabou por convencer o mago a lhes dar uma última chance. Este lhes ofereceu um serviço, que, caso aceitassem, poderia auxiliar a equipe em sua fuga e ajudar Mozzan ao mesmo tempo. Deveriam viajar até a cidade de Parael, onde um contato lhes daria mais detalhes sobre a missão que teriam que aceitar.  Nas próximas horas, Gakurin e Mozzan estudaram os mapas cartográficos da região para que o elfo pudesse aprender o caminho. Uma carruagem foi conseguida para levar o grupo que partiria em plena madrugada…

Antes de partir, Zacky questionou sobre o destino do soldado alandariano cuja vida foi poupada por eles mais cedo. Mozzan afirmou que não seria seguro libertar o garoto agora em que toda a cidade estava a procura deles. Zacky então o intimou para seguir viagem com o grupo. Sem outra alternativa, o jovem Erick aceitou.
O grupo partiu antes da alvorada, ocultos pelas sombras da noite. Boa parte da viagem foi feita sem maiores incidentes até que a equipe precisou atravessar a Floresta dos Lobos. A trilha pouco segura era evitada até mesmo durante o dia. Boatos sobre assaltos eram comuns, e todo o grupo permaneceu alerta apesar do sono. O elfo Gakurin viajou no teto da carruagem, perscrutando o ambiente. Sem aviso, um galho o atingiu em cheio no peito, derrubando-o sobre a mata. Uma vez ali, mais galhos o atingiram. Acreditando estar sendo alvo do ataque de uma criatura arbórea, o Senhor do Fogo despertou sua chama e incendiou a floresta.
O clarão fez com que Erolin surgisse, furiosa. Usando de sua magia, apagou o fogo criado por Gakurin e ralhou afirmando que a floresta não tinha culpa daquilo. Ela, como clériga da deusa da natureza, não permitiria tal conduta. Usando de sua magia, afirmou com certeza de que não havia magia naquela mata. Os ataques provinham de alguma outra coisa. Bastion então utilizou-se de seus sentidos de elfo para observar o redor com mais cuidado e encontrou um garoto sobre um galho manipulando cordas e ativando dezenas de armadilhas. Com uma flecha, derrubou-o.

O grupo furioso pelo ataque covarde preparou-se para contra-atacar, mas Zacky os proibiu, salvando a vida do pequeno ladrão. O garoto chamava-se Bob, e assim como Erick, foi forçado a seguir viagem ao lado de Sullivan como seu escudeiro. O resto da viagem prosseguiu sem maiores incidentes, e a carruagem chegou as Colinas do Ogro. Do outro lado do Rio das Pedras, os telhados baixos de Parael brilhavam ao sol.  Chegariam ao  seu destino com o alvorecer.
Impressões do Mestre
Não tenho fotos dessa aventura, por isso irei ilustrar a danada com alguns detalhes quanto ao cenário, como o mapa de Meliny (visto sob a ótica de um… warforged?) e do próprio reino de Alandar. Como o personagem Gakurin aprendeu Geografia nesta aventura (comprando a especialização da perícia) acho adequado. Também coloco uma foto do mestre, afinal não apareci em nenhuma até agora!

Quanto a aventura em si, o jogador Gibson tirou o dia para salvar os jovens na aventura, levando-os consigo. Porém, apesar de aparentemente altruísta, tal medida foi uma maneira “marota” de conseguir dois aliados sem gastar pontos com vantagens. Eu permiti por que a chegada de Bob e Erick trouxe novas oportunidades narrativas pra trama. E no fim das contas esse “sentimentalismo” do personagem  Zacky em relação a crianças acabou aparecendo várias outras vezes daqui em diante e se tornou tão marca registrada dele quanto a ganância em relação ao dinheiro.
Essa aventura também começa a “ligar os pontos” pra fazer a trama começar pra valer. Até aqui os jogadores estiveram vagando de um lugar pra outro como fugitivos. Foi com a chegada em Mozzan que a campanha começou pra valer. Outro ponto engraçado é que essa foi uma das aventuras mais “narrativas” que já jogamos. Praticamente tudo o que aconteceu ficou apenas no papo. Quase não rolamos nenhum dado.
Texto: Marlon Teske “Armageddon
Ilustrações
Dan Ramos,  Gabriel ”Miguelito e Marlon “Armageddon

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