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Adaptação – CODE GEASS

Adaptação - CODE GEASS 1

Utilize em sua mesa de jogo a adaptação de guerra, tirania, revolução e mechas do excelente animê CODE GEASS -Lelouch of the Rebellion-!! Confira aqui a ambientação detalhada, detalhes dos Mechas e dicas de como usar o misterioso Geass em sua campanha.
 

“Geass… O Poder dos Reis. Eu te disse que aqueles que aceitam esse poder estão condenados à eterna solidão. Parece que isso não vale para você, não é mesmo… Lelouch” – C.C.

   De tempos em tempos, surge um animê de Mecha que marca época, e dita como serão os próximos desde então, até que surja um novo capaz de quebrar os paradigmas anteriores novamente. Dois exemplos que muitos com certeza se lembrarão são Mobile Suit Gundam (na década de 1980) e Neon Genesis Evangelion (década de 1990); na época atual, esse animê é, inegavelmente, CODE GEASS -Lelouch of the Rebellion-. Ao invés de focar a história em jovens pilotos (como as diversas séries Gundam fazem) ou mostrá-los como seres instáveis e pouco confiáveis (como EVA), CODE GEASS muitas vezes coloca os Mechas em segundo plano, sendo que pouquíssimas vezes o personagem principal (o Lelouch do subtítulo) se envolveu diretamente com um combate entre robôs gigantes. Em primeiro plano, temos conflitos políticos, guerras causadas por países imperialistas, e questionamentos das definições de “certo” e “errado”. CODE GEASS foi tão marcante que sua influência já pode ser evidentemente vista em animês mais recentes, como Guilty Crown.

    Contando com grandes nomes em sua produção (como o grupo CLAMP) e contado com duas temporadas (a 2ª é chamada de CODE GEASS -Lelouch of the Rebbelion-R:2), CODE GEASS é uma daquelas histórias onde não há espaço para o bem e o mal; apenas para interesses opostos. Muitas vezes dois personagens possuem um mesmo objetivo, mas entram em conflito por causa do meio escolhido para realizá-lo, e um personagem carismático pode mostrar ter propósitos bem diferentes daqueles demonstra. O tempo todo somos levados a questionar quem está realmente certo ou errado, e o próximo episódio pode mudar totalmente aquilo que concluímos após os acontecimentos do último. O carisma de seus personagens (especialmente de Lelouch e da misteriosa C.C.) torna-os marcantes e inesquecíveis, de forma que dificilmente será igualada em outro animê.

     A história de Lelouch vi Britannia, um príncipe de um país chamado Britannia, começa quando sua família sofre um atentado, causando a morte de sua mãe e deixando sua irmã Nunnally cega e paraplégica. Para protegê-los, ambos são escondidos no Japão e passam a usar um sobrenome falso, porém Lelouch, tendo certeza que o atentado veio da própria nobreza, passa a nutrir um ódio muito grande por seu país, que só aumenta quando o governo britanniano decide por em prática suas ambições imperialistas e invade o Japão, dominando-o em pouco tempo. Anos depois, Lelouch resgata do exército britanniano uma estranha garota, aparentemente imortal, que lhe oferece um pacto: Em troca dele realizar um desejo que ela faria mais tarde, receberia um imenso poder. Aceitando, Lelouch recebe em seu olho esquerdo o Geass, permitindo que aquele que pudesse olhar nos olhos com o poder ativado cumpra uma ordem sua imediatamente, porém o poder funciona apenas uma vez em cada pessoa. Vendo no acontecimento uma chance de finalmente se vingar, Lelouch adota o disfarce de “Zero” e torna-se o líder de uma rebelião contra o domínio britanniano, usando sua máscara como “o espírito do povo” para conseguir destruir a Britannia.

O Mundo:

“Este mundo deve ser destruído… Para que de suas cinzas, se erga um novo!” – Lelouch vi Britannia

     O mundo de CODE GEASS é basicamente o nosso em um futuro próximo, porém com algumas mudanças; as principais são que, no lugar onde seriam os EUA, está localizado o país conhecido como Britannia, sede do Sacro Império Britanniano; e a presença da sakuradite, um minério rosado capaz de gerar uma grande quantidade de energia, responsável por muitos desenvolvimentos tecnológicos (como os próprios mechas, aqui chamados de Knightmare Frames). Considerando-se superiores às outras nações, os britannianos iniciaram uma campanha visando a hegemonia, deixando o mundo sob seu controle.

    Iniciando sua expansão pelos países que possuíssem depósitos de sakuradite em seu território, após dominar um país a primeira medida tomada pelo império é remover os direitos de cidadania de seus habitantes (que passam a ser conhecidos como “numbers”, e muitas vezes chamados pelo número que passa a identificar seu país – por exemplo, os japoneses são chamados de “elevens” pelos britannianos), reloca-los para guetos e colocar nobres britannianos como governantes. Até mesmo o nome do país é tomado, que passa a ser chamado apenas de “Área”; usando novamente o Japão como exemplo, após a dominação o país passou a ser a “Área 11 do Sacro Império Britanniano”.

    As outras potências mundiais são a União Européia (que é a principal adversária da Britannia), a Federação Chinesa (principal potência da Ásia, que oferece proteção aos países ameaçados, porém usa isso como meio de aumentar a própria influência sobre eles) e a Federação do Oriente-Médio (que logo acaba anexada às Áreas britannianas). O Brasil (junto com toda a América do Sul) teria sido uma das primeiras conquistas da Britannia, integrando a “Área 6 do Sacro Império Britanniano”, porém é mencionado apenas no spin-off publicado como Light Novel; apenas a Ásia e a Britannia propriamente dita recebem destaque na série animada. A prometida nova série (CODE GEASS GAIDEN: Boukoku no Akito) focaria na União Européia.

    Obviamente, há muitos movimentos de resistência entre as Áreas dominadas. O maior deles acontece no Japão e é liderado por Zero (a identidade mascarada de Lelouch), sendo composto de uma força armada chamada “A Ordem dos Cavaleiros Negros”. Os altos recursos que adquirem, somados à grande capacidade estratégica de Lelouch e (obviamente) o poder de seu Geass, permitem que enfrentem as tropas britannianas de igual para igual, causando grandes problemas às autoridades. O período em que Zero liderou seus rebeldes contra o Império Britanniano passou a ser conhecido como “Rebelião Negra”.

Knightmare Frames: os Mechas de CODE GEASS

“Queremos que faça um pequeno… teste para nós” –  Conde Lloyd Asplund, mostrando o Lancelot para Suzaku

Lancelot, o Knightmare Frame experimental de Suzaku: você quer super-mechas escala Kyodai? Então toma!!

    Os mechas de CODE GEASS, chamados de Knightmare Frames, foram desenvolvidos pela Britannia e foram os grandes responsáveis por boa parte de suas vitórias. São robôs gigantes com forma humanoide pilotados internamente, e existem tanto modelos produzidos em massa quanto únicos. Os modelos de produção de massa (como o Glasgow e Sutherland) costumam a ser usados pela polícia e as forças armadas, enquanto o alto escalão do exército (como aqueles nomeados Cavaleiros da Távola Redonda) costumam a possuir modelos únicos, que normalmente recebem nomes tirados de cavaleiros e lendar arthurianas. São movidos por um sistema conhecido como Yggdrasil Drive, que funciona tendo como base o minério sakuradite.

      Os rebeldes costumam a roubar Knightmare Frames da polícia ou do exército, pois sem poder contar com pelo menos um em suas linhas podem acabar se tornando alvo fácil para as tropas britannianas. Aqueles com mais recursos a sua disposição, como a Ordem dos Cavaleiros Negros, podem modificar Knightmare Frames de produção em massa para torná-los únicos, ou mesmo receber modelos especiais de contribuidores influentes.

   Se você possui o netbook Mechas 3D&T (veja aqui), considere Knightmare Frames de produção em massa como Artilheiros, Soldados ou Tanques, todos de escala Sugoi. Modelos especiais, como aqueles usados pelos Cavaleiros da Távola Redonda ou aqueles pilotados por Lelouch (como o Shinkirou) costumam a ser Líderes, enquanto aqueles experimentais e realmente únicos (como o Lancelot pilotado por Suzaku e mesmo o Gawain de Kallen) podem possuir o kit Super Robô, e pertencem a escala Kyodai.

Geass: o misterioso Poder dos Reis

“Se eu te garantir poder, você poderá continuar? Eu lhe ofereço um acordo – em troca de poder, você deverá realizar um desejo meu. Aceite este contrato, e estará aceitando minhas condições. Enquanto viver no mundo dos humanos, você viverá como nenhum outro: uma providência diferente, um tempo diferente, uma vida diferente. Porém, o Poder dos Reis o condenará a uma vida de solidão. Você está preparado para isso?” –  C.C., para Lelouch

 

   O Geass, também chamado de “O Poder dos Reis”, é um misterioso poder, ativado através dos olhos; quando ativado, um dos olhos do usuário adquire uma luz arroxeada e um símbolo semelhante à um pássaro vermelho. É concedido por misteriosos seres que aparentemente são humanos normais, porém são imortais. Ao encontrarem alguém que julguem ser digno de portar o Geass, esses seres oferecem através de telepatia um contrato, onde são alertados de que o uso do poder seria arriscado e que, para receber o poder, deverá em algum momento realizar um pedido deste ser. Esses seres se identificam somente com duas letras, e a primeira a aparecer na série foi aquela que concedeu o Geass de Lelouch, C.C. (lê-se como C2, com a pronúncia em inglês).

    O efeito exato do Geass varia de pessoa para pessoa, pois é baseado em sua personalidade. Sempre possui certas limitações, que devem ser descobertas através do uso. Aquele que concedeu o poder costuma a se aproximar dessa pessoa e a conviver com ela, até que o pacto seja cumprido. Em termos de regras, os seres que concedem o Geass possuem a vantagem Imortal, e adquirem os usuários como Aliado até que seu desejo seja realizado.

Já um Geass pode ser representado por uma vantagem exagerada (como Área de Batalha ou mesmo Telepatia), um Superpoder (conforme vistos na DS33 e no futuro MegaCity) ou mesmo como a capacidade de usar uma magia sem gastar PMs sob certas restrições, em casos extremos. No caso de Lelouch, ele poderia dar uma única ordem que seria obedecida pelos alvos como se estivessem sob efeito de Dominação Total, porém cada pessoa só poderia ser afetada uma vez.

    Como é fácil de perceber, o Geass é um poder muito forte, que pode desequilibrar a campanha inteira. Não recomendo que os jogadores tenham acesso à ele; deveria ser usado apenas por PdMs, como meio de torna-los adversários únicos. Como é bem mostrado no animê, enfrentar alguém que possui um Geass, sem nem ao menos saber do poder, pode render diversos ganchos ou mesmo uma campanha inteira.

Mestrando no mundo de CODE GEASS

“Aqueles que possuem poder, nos temam! Aqueles que não possuem, nos sigam! Nós, a Ordem dos Cavaleiros Negros, somos aqueles que trarão o julgamento à este mundo!” –  Zero

Assim como ocorre com diversas adaptações, a reação dos jogadores quando o mestre anunciar que jogarão uma campanha de CODE GEASS é primeiro empolgação, e logo em seguida decepção, por pensarem que tudo o que poderiam fazer, já foi feito no animê. Grande engano – tudo o que Lelouch fez, não foi sozinho. O período mais obvio para mestrar uma campanha seria durante a Rebelião Negra, colocando os jogadores como japoneses que lutam pela libertação de seu país. Isso os deixaria ao lado de personagens como o próprio Lelouch e Kallen Kouzuki, realizando missões para minar controle da Britannia sobre o Japão e participando de grandes batalhas vistas no animê. Talvez algum dos jogadores possua seu próprio Knightmare Frame, ou então Kallen seja gravemente ferida em alguma batalha, e o Gawain necessite de um piloto substituto…

Lelouch vi Britannia, o protagonista: você irá segui-lo?

    Outra alternativa seria coloca-los como membros do exército britanniano, contra a Ordem dos Cavaleiros Negros. Nesse caso, os jogadores teriam contato direto com personagens como Cornelia li Britannia e Suzaku Kururugi, e poderiam mudar o curso da história impedindo eventos como o assassinato de nobres governantes e militares por Zero. Ainda no mesmo período em que a série ocorre, a campanha poderia explorar alguma área que foi pouco abordada na série, como a Área 6 que a América do Sul se tornou; os jogadores poderiam ser brasileiros que iniciaram sua própria rebelião, inspirados pelos ideais representados por Zero e os resultados de sua Rebelião Negra. Nesse cenário, São Paulo poderia ter se tornado um enorme gueto, e Brasília tido seu nome trocado para algum nome significativo para o Império Britanniano.

     Além disso, muitos RPGs baseados em séries famosas (como os de Star Wars) são situados em algum período anterior ou posterior ao retratado na série. No universo de CODE GEASS, os jogadores poderiam ser membros do exército japonês durante a invasão britanniana, tendo que enfrentar com armamento convencional as tropas de mechas do império invasor. Ou então, poderiam ser do exército brasileiro, enfrentando a mesma situação durante a invasão da América do Sul. Não posso falar muito sobre o período posterior a série, pois precisaria dar spoilers enormes sobre o fim da R:2, porém basta dizer que os jogadores teriam que lidar com questões sobre a reconstrução do mundo, em destroços pelo resultado de batalhas como a Rebelião Negra, e o mestre poderia aproveitar a questão deixava em aberto no fim para usar certos personagens como manipuladores obscuros, que movimentam peças dos bastidores sem que ninguém suspeite.

     É necessário ter um certo cuidado na hora da criação dos personagens, pois por mais que sejam capazes de saltos incríveis e sobreviverem a coisas que poderiam matar uma pessoa normal, os personagens de CODE GEASS não possuem tantas capacidades especiais quanto os personagens de Shounen costumam a ter. Utilize uma pontuação mais baixa, restrinja vantagens muito exageradas (que devem ser usadas apenas por exceções, como portadores de Geass) e, se quiser representar de forma mais clara as restrições, utilize as regras de nicho da DS30 (que também estarão no MegaCity. Aliais, muitas regras uteis estarão nesse suplemento… Ou pelo menos assim espero). Lembre-se de sempre colocar os jogadores sob questões morais, como se os fins justificam os meios, e faça-os questionarem as próprias decisões, fazendo-os pensar se aquele que seguem realmente é o que aparenta ser ou se existe mesmo um lado certo e outro errado. Porque nesse mundo, não existe o bem e o mau – apenas interesses e pontos de vista opostos.

KUROSU, que pensa que quem acha V for Vendetta foda é porque nunca assistiu CODE GEASS

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