Deus Ex: Human Revolution é uma nova vida. Eu quis terminar o jogo por completo antes de fazer qualquer comentário. Ele me chamava, sussurrava em meu ouvido promessas de horas maravilhosas de jogo.
Não tem muito a se dizer desse jogo a não ser que eu me apaixonei. É um jogo profundo, longo, que envolve o jogador como um abraço quente de uma amante estonteante. Você não quer que acabe nunca, mas sabe que cedo ou tarde, o fim vai chegar.
Foi assim que joguei as mais de 20 horas totais de Deus Ex: Human Revolution. Eu amei cada segundo de ação, cada segundo de tela de carregamento e cada segundo longe do jogo, esperando ansioso pela próxima vez que eu apreciaria aquela beleza toda.
Deus Ex: Human Revolution é uma combinação poderosa entre gráficos, jogabilidade e história. Ele é um RPG em primeira pessoa, na linha de seus predecessores Deus Ex e Deus Ex: Invisible War, embora ele se passe antes dos dois.
O elemento que a partir de hoje chamarei ERPG (Eletronic Role Playing Game) é fantástico e muito bem construído. Todas as escolhas afetam as interações de outros personagens com você, claro que muito do jogo é pré-programado, mas nem sempre a mesma resposta vai surtir o mesmo efeito.
Lembro ter jogado Deus Ex, quando era jovem, e detestado. Era um jogo complicado e difícil de manusear, o personagem morria com poucos tiros e a mira tinha que fechar para podermos acertar os oponentes. Era muita informação para minha cabeça.
Quando Human Revolution chegou, eu fiquei receoso, me lembrando da péssima experiência que tive com o primeiro jogo. Não queria tentar, não queria experimentar. Sentei diante da televisão sem muitas esperanças, mas a abertura do jogo me encantou de forma como se eu estivesse assistindo um filme. E muito de Deus Ex: Human Revolution é isso: como um filme. Os diálogos são fantásticos, as cenas de história são belas e os eventos se desenrolam de forma maravilhosa. Eu fui engolido por todas as coisas que se poderia esperar de um jogo cyberpunk clássico.
Sim, cyberpunk clássico! Eu não conseguia deixar de comparar o jogo ao filme Blade Runner com seu mundo de cores diferentes, megacorporações, seres nas sombras, escondidos do mundo real por suas perversões. O mundo do qual eu fazia parte enquanto jogava era completo. As coisas aconteciam de forma verossímil e cheias de sabor. Eu devorei o jogo, sentia dor de cabeça ao fim de minhas sessões devido à dificuldade da coisa toda, com as revelações e descobertas que faziam a história se desenvolver.
Lembro de que quando comecei, mal podia esperar para terminar, mas chegou um ponto do jogo em que eu não queria que a história acabasse. Eu queria mais. Eu queria continuar naquele mundo tecnológico, com histórias para preencher as coisas, livros, jornais, notícias no rádio e na tv. Tudo era tão bom e desafiador que eu queria achar mais problemas para resolver. Eu não tinha mais pressa de terminar essa obra de arte.
Quando finalmente cheguei ao fim, suspirei aliviado e triste. Finalmente fizera o que vim fazer e infelizmente acabara a longa jornada. Foi triste acompanhar os créditos finais, mas foi uma despedida e tanto.
Deus Ex: Human Revolution é uma experiência única que deve ser provada pelo maior número de pessoas possível. Mais uma coisa que achei muito bom: o jogo oferece dificuldades de acordo com sua intenção de jogo! Fácil, para ver a história acontecer; médio, para ter um desafio e acompanhar a história sendo envolto por ela; ou difícil, para desafiar suas habilidades e uso das ferramentas disponíveis. Realmente um jogo completo.
Nota dez.