Video Games Live em Porto Alegre
Ontem, dia 12/10, me dei um presente especial de dia das crianças: fui assistir pela primeira vez ao Video Games Live. É o sexto ano em que o espetáculo vem ao Brasil, e o primeiro que vem a Porto Alegre, o que quer dizer que é a primeira vez que eu tenho mesmo a oportunidade de ir.
Para quem não sabe, o VGL é uma apresentação de músicas famosas de videogames orquestradas, idealizada pelos compositores Tommy Tallarico e Jack Wall. Mais do que apenas um espetáculo musical, no entanto, ele possui vários elementos audiovisuais, como vídeos dos jogos sendo exibidos no telão junto com as músicas, e até interativos – um dos pontos altos da apresentação, por exemplo, foi quando o vencedor do concurso de Guitar Hero realizado no saguão do teatro antes do show subiu ao palco para tocar uma música. Outro momento emocionante foi quando Ralph Baer, inventor do primeiro protótipo de um videogame em 1966 e hoje com 89 anos, apareceu ao vivo no telão via Skype para conversar com o público.
O concerto geralmente conta também com várias participações especiais. Na turnê brasileira deste ano, destacam-se as de Laura Intravia, conhecida na internet como Flute Link, que ficou conhecida por um vídeo na YouTube onde tocava músicas deThe Legend of Zelda vestida como Link; o maestro Wataru Hokoyama, compositor conhecido pelo seu trabalho na série Resident Evil; e Russel Brower, especialista em áudio e compositor-chefe da Blizzard Entertainment. Fãs de World of Warcraft, inclusive, deveriam aproveitar este ano para comparecer, já que, com a participação de Russel, várias cações presentes nas expansões do jogo estão no setlist, além da canção-tema de Starcraft 2.
Esse não é bem o meu caso, claro (para quem se interessar, o último jogo da franquia que eu joguei foi o Warcraft 2 – Tides of Darkness, da época ainda em que ele era só um joguinho de estratégia em tempo real), o que não me impediu de apreciar as belas canções que foram apresentadas. Só que o que realmente me emocionou e empolgou foram as de jogos que marcaram a minha infância e adolescência mesmo – desde a abertura matadora com o clássico tema do Guile deStreet Fighter 2, até a versão medley de todos os temas do Super Mario na flauta solo, tocada pela Laura Intravia vestida como o encanador da Nintendo. O primeiro momento de sentir frio na espinha mesmo, no entanto, foi em Snake Eater, de Metal Gear Solid 3 (jabá de oportunidade!), que tem todo aquele jeitão de música de James Bond, e contou com uma intepretação vocal inspiradíssima (novamente de Laura, aliás).
Outros momentos que levantaram o público foram o medley de Castlevania, a Tetris Opera (um arranjo original em estilo opera, baseada no mais famoso dos quebra-cabeças eletrônicos), o medley de Pokémon (um dos jogos mais pedidos aqui no Brasil, segundo as palavras do Tommy Tallarico), e a homenagem aos 25 anos de The Legend of Zelda, com um belo arranjo misturando as diversas canções-tema da série. Não dá pra esquecer também do encerramento com One Winged Angel, tema da batalha final de Final Fantasy 7, e que provavelmente seja de longe o tema orquestrado mais conhecido dos videogames – além de outro momento daqueles em que um calafrio corre a espinha já nos primeiros acordes. Por fim, no bis, tive o meu momento de segurar as lágrimas, com o medley das canções-tema de Chrono Trigger e Chrono Cross.
Enfim, assistir ao Video Games Lives foi uma experiência fantástica mesmo, um dos pontos altos do meu ano até aqui. Mais do que um concerto musical, é toda uma celebração e homenagem à indústria de jogos eletrônicos, e o seu crescimento exponencial, tanto em tamanho como em qualidade, nas últimas décadas. Recomendo a todos os que cresceram com seus Master Systems, Nintendos ou o que for que assistam se tiverem a oportunidade. Mesmo.