Vem chegando a segunda temporada de The Walking Dead, então vou falar um pouco sobre a primeira temporada e as expectativas para a segunda. A cena inicial do primeiro capítulo da primeira temporada é um bom resumo da ideia da série, um isolamento, sem muita esperança e um desespero singular de descobertas desagradáveis. Ao menos isso é o que se passa com o personagem Rick Grimes, centro das atenções da série.
Assim como nos quadrinhos, o policial em questão acorda de um coma apenas para descobrir que o mundo foi coberto por zumbis, que são chamados de walkers na série, para continuar com o hábito criado por George Romero (diretor de A noite dos Mortos Vivos e outros) de não dar nome aos bois, no caso, mortos.
Diferente dos quadrinhos em muitos aspectos, a série leva os telespectadores a um mundo mais realista, mais humano e muito mais tocante. E irritante, também.
Com personagens de sobra pra cobrir muito mais áreas do comportamento humano, incluindo o preconceito, a série consegue explorar bem as conexões entre as pessoas e famílias. A cena de encerramento do primeiro episódio é ao mesmo tempo tocante e angustiante, uma pequena amostra das coisas que estão por vir.
A série também acelera o andamento das coisas, comparado aos quadrinhos, já que a primeira temporada teve apenas 6 episódios. Para acompanhar o primeiro arco da história de Rick Grimes e companheiros, os roteiristas optaram por colocar todas as informações juntas e bem apertadinhas nos episódios, tentando explorar de forma rápida e efetiva o que se passa com cada um.
Os acessos de fúria dos personagens é realista e a tensão entre eles é visível. Você consegue ver que existe certa rivalidade entre Rick e Shane, embora grandes amigos. Pode ver as faíscas de ódio que Daryl Dixon manda para todos, fruto de ressentimento pelo que fazem com seu irmão.
Como todas as histórias de zumbi que vão para a tela, The Walking Dead é um estudo sobre o ser humano e sobre a sociedade como um todo. Embora a primeira temporada tenha ido a passos mansos nesta direção, a série usa o pouco tempo que teve para mostrar as muitas faces da humanidade, embora não todas.
The Walking Dead também entrega boas ideias e ótimos recursos para sobrevivência em caso de apocalipse zumbi! Os detalhes sobre o comportamento e o funcionamento dos walkers são bem explorados na série e eles não são a única ameaça encontrada pelos sobreviventes, mostrando as dificuldades constantes do cenário em questão.
A segunda temporada, programada para ter 13 episódios, o dobro da primeira, vê um futuro incerto para os personagens e talvez uma pequena esperança já mostrada no capítulo final da primeira temporada.
Com a segunda temporada estreando dia 16 de outubro, The Walking Dead deixou muitas perguntas e expectativas ao encerrar a primeira temporada. Posso dizer seguramente que os roteiristas, trabalhando em parceria com o criador dos quadrinhos, têm uma chance fantástica de desenvolver uma série (com o direito ao duplo sentido) visceral e cerebral ao mesmo tempo.