Foi um pouso complicado. O terreno era irregular, e não havia como evitar choques e algum dano aos passageiros. Tive que pilotar no limite da minha capacidade para reduzi-los ao mínimo possível, e garantir ao menos que todos saíssem vivos. Descemos – talvez caímos fosse mais próximo de como aconteceu – em uma espécie de clareira em uma floresta. Saímos todos do veículo e corremos para longe, ajudando os que estavam mais feridos a andar com velocidade. Entramos em meio às árvores pouco antes de ouvir o helicóptero explodir.
Apenas então nos demos o luxo de parar para descansar e recuperar o fôlego. Foi quando percebemos o ambiente à nossa volta, coberto de ossadas e cascas de ovos chocados, ambos grandes demais para pertencerem a qualquer animal que conhecêssemos. Não muito longe vi uma cerca de arame derrubada e o que restou de uma placa de metal, e me dei conta de onde estávamos.
Já tinha ouvido histórias a respeito: uma ilha abandonada, onde, anos atrás, um milionário excêntrico utilizara de ciência avançada para montar um parque exótico, diferente de tudo que já fora feito pelo homem. Um funcionário descontente e um acidente inesperado, no entanto, o forçou a desistir dos seus planos, e deixar para trás o trabalho de uma vida inteira.
Havíamos saído de um pesadelo e ido parar em outro ainda pior.
Não tive tempo de absorver completamente a minha dedução, no entanto, pois logo ouvimos um barulho do meio das matas, e percebemos que não estávamos sozinhos.
– Velociraptors? – perguntei, de um fôlego só.
– Não. – Christine respondeu.
Ela estava certa. O cheiro de podridão os anunciava antes mesmo que entrassem no nosso campo de visão; quando o fizeram, olhamos aterrorizados para a sua carne decomposta, os pedaços das escamas se depreendendo do corpo, os vermes que saíam de suas narinas e entravam pelas cavidades vazias dos seus olhos.
Velociraptors zumbis.
Estávamos condenados.