Todos os deuses têm seus defensores. Os deuses do bem têm seus paladinos, enquanto os deuses do mal têm seus algozes. Mas e os interesses dos deuses do caos, quem defende?
O caos é uma força bem peculiar. Uma força sem princípios, sem regras, sem certezas. Um cavaleiro do caos não defende isso. Ele não defende a vida sem princípios, regras e certezas, pois fazer isso seria ter um princípio (de não ter princípios), seguir uma regra (de não ter regras), ter uma certeza (de que não há certezas). O cavaleiro do caos não defende os aspectos do caos; ele vive por meio desses aspectos. Ele próprio é um caos.
A 1ª regra é ke NÃO HÁ REGRAS PARA O cAVALEIRO DO cAOS. A segunda REGRA é que eu tô com vontade de tomar um café. A terceira é Q eu já tomei.
O que dizer de um herói que não segue planos, que não segue regras, que não defende nada específico, exceto aquilo que ele decidiu defender naquele exato momento e que não importará mais num momento seguinte? Alguns teóricos diriam que o cavaleiro do caos é um espírito livre, mas esses teóricos têm mais é que se ferrar. O cavaleiro do caos está preso no caso e na loucura. Nada faz sentido pra ele e nada que ele faz tem algum sentido.
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Existem teóricos (dentre os quais se encontram alguns daqueles teóricos que têm mais é que se ferrar) dizem que, por trás da aparente loucura e falta de sentido nos atos do cavaleiro do caos, há um plano. Um plano orquestrado por uma divindade suprema do caos e que o próprio cavaleiro talvez nem saiba que há um plano ou qual seria o mesmo.
Se algum revisor quiser corrigir esse texto, que fique a vontade.
Um cavaleiro do caos pode usar armadura e elmo, roupas de bufão ou até mesmo se fazer passar por um membro de outra classe, um plebeu ou um nobre. Verdade. Mas alguns gostam de parecer paladinos e/ou algozes, só pra zonear a crença alheia. Tem também uns que andam nús e aqueles que andam com uma placa amarela no pescoço escrita “cavaleiro do caos: me pague uma bebida ou saia da frente”. Verdade!
Agora chega de enrolação: vamos ao kit! Não. Pensando melhor. Não vamos agora, não.
Alguns podem estar se perguntando: “Porque um cavaleiro do caos seguiria com um grupo de heróis?”. A resposta é simples (embora muitos teóricos a ignorem): pelo mesmo motivo que um algoz ou um paladino: para pregar a crença de seu deus: para defender seus (a) princípios, (b) regras e (c) certezas. E também pra executar os planos do seu deus patrono, porque alguém aqui tem que pagar a contas no fim do mês.
Sem mais delongas, vamos ao kit do post: o herói sanfoneiro!
Cavaleiro do caos
Exigências: É obrigatório ter DUAS Insanidades e é proibido ter um código de honra. Até pode ter, mas não vai receber pontos em troca. O lado bom é que não precisa seguir ele o tempo todo: só quando for conveniente.
Papel de Combate: Jogue um d6: (1) atacante; (2) baluarte; (3) tanque; (4) dominante; (5) jogue novamente; (6) passe a vez.
Já falei até aqui sobre a classe. Vamos direto aos poderes, que é o que todo mundo procura quando vê um kit novo. Mas antes de ler, já aviso: roubei os três mesmos do kit Carteador do manual do aventureiro (e o Ranger Fantasma digitou pra mim). Eles são apelões, divertidos, se encaixam com o conceito do cavaleiro do caos e eu tô com preguiça pra pensar.
- Ás na Manga: você pode trapacear os inimigos, os deuses e até mesmo o próprio destino. Você pode usar Pontos de Magia (em vez de Pontos de Experiência) para comprar uma vantagem temporariamente. Você pode usar este poder uma vez por dia.
- Blefar: você é um mestre em fazer o falso parecer verdadeiro, o implausível parecer plausível e a mentira parecer verdade. Você recebe H+2 em testes da perícia Manipulação.
- Segunda Chance: se não gostar do resultado de sua rolagem de dados, você pode pagar 2 PMs para rolar de novo. Você deve ficar com o segundo resultado, mesmo sendo pior que o primeiro.
PS: onde estiver escrito “carteador”, entenda como “cavaleiro do caos”. Ou “paladino da desordem”. Ou “algoz da algazarra”. Ou “carpinteiro”.
PPS: esse H+2 em “blefar” é sacanagem. Insanidade — antes de ser desmembrada em várias insanidades legais — dava um redutor de -2 em Manipulação. Com o bônus, apenas anula o redutor. Mestre, manda um +3 ou +4 aí nesse bônus! Ou não.
Eu poderia fazer menções ao Coringa (que tem prazer em destruir a ordem das coisas e é mal só porque acha divertido), ao Cavaleiro Risonho (que ninguém entendeu se é um cara mau, um cara louco, se seguiu algum plano mirabolante do seu deus ) ou até mesmo ao Homer Simpson (d’oh!), mas não vou.
0 QU3 M41S 3U P0D3R14 D1Z3R?
Hahahahahuahauausuhasuhsudhasoda
O Cavaleiro do Caos não faz o que faz por amor ao seu deus, por acreditar em sua causa ou para querer mudar o mundo (para melhor ou pior). Ele apenas existe. Existe de uma forma louca, numa maneira surreal de pensar, ora agindo como um herói, ora como um vilão, ora como um mercenário neutro, hora de ir embora.
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© Foto: Sheeps and Jeeps, por Salvador Dali.