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Impressões sobre LEDD

 
 
Impressões sobre LEDD 1
 

Nos últimos meses os fãs e jogadores de Tormenta vem esperando com ansiedade a estréia da nova série em quadrinhos LEDD.  Com fortes elementos de mangá, ela marca um retorno quadrinhistico ao mundo de Arton ( que já havia sido previamente abordado em Holy Avenger e DBride) sob o roteiro de JM Trevisan e a arte de Lobos Borges.

Num formato que é no mínimo inovador no Brasil a série está disponível  GRATUITAMENTE para leitura on-line, e será posteriormente vendida pela editora Jambô em edições encadernadas.

Resolvi postar aqui minha impressões sobre  a edição número 1 “De onde não se escapa!” e  sobre a estréia da HQ em geral , que foi “ao ar” na transição entre o dia oito e o dia nove de Julho

E essas são apenas isso mesmo que o título do post diz “impressões”, não a palavra de uma autoridade máxima em quadrinhos. Se possível, espero fazer o mesmo nos próximos episódios.

Coisas que gostei em LEDD

A versão on-line – Apesar de um bug que prejudicou a leitura inicial do quadrinho gostei bastante de ler no site.  Puxar as “folhas” para mudar de página foi uma boa sacada e preserva a sensação de se estar lendo um mangá comprado em banca.  Polegares pra cima!

Uma história que nasce explodindo – No melhor estilo Holywoodiano LEDD começa repleta de ação, sem alongar demais em explicações. Aliás, explica pouco e levanta dúvidas que apesar de torturantes farão com que todos leiam a próxima edição.

Por mais que possa irritar, com certeza é um mérito!

Uma história que nasce clássica –  O limiar entre o clichê e o clássico é uma linha muito tênue, mas não se faz ficção de “gênero” (terror, velho-oeste, fantasia, policial… etc) sem utilizar arquétipos e convenções.

Nisso LEDD é uma história que desde o 1º episódio transmite o “feeling” de ser uma história clássica de um mangá de aventura.  Todos os elementos estão ali. O lugar, a “zona de conforto” inicial, de onde o herói precisa fugir para iniciar sua jornada (Com a diferença que esse lugar é bem desconfortável..).  O protagonista destemido (com passado misterioso).  O sidekick engraçado (com passado misterioso) e o antagonista com visual maneiro ( e passado misterioso).

Há ali todas essas coisas que atraem o leitor familiarizado com o animes e fantasia, e que alguém busca quando quer ler algo desse nicho. Fica aquela sensação de “Já vi isso antes…” mas felizmente executada de uma maneira bem legal.

Essa sensação de dejavú fica não só por conta do roteiro, mas pelo próprio traço do Lobo Borges.

Alguém aí já disse que lembra FLY?!

Ripp – Não direi nada sobre ele, mas é impossivel não gostar desse personagem!

(Tá é possível. Mas tem que ser muito mala!)

Coisas que não gostei em LEDD

SPOILERS! –  A sensação que tive quando acabei de ler a HQ é que ela era um tanto curta. Depois percebi que isso não era verdade. O fato é que tendo lido as duas páginas iniciais  postadas no Facebook e e lendo a Wiki sobre a série enquanto ela estava sendo divulgada, sinto que minha surpresa quanto ao episódio inicial foi diluída.

Embora como disse ele levante muitas perguntas para a próxima edição, já sabia o que esperar enquanto ao plot. Já conhecia os protagonistas. “De onde não se escapa” foi um prólogo meio previsível.

Não deve afetar leitores recém chegados, mas a sugestão para os criadores é que apesar das súplicas dos fãs eles tentem daqui pra frente revelar o mínimo de informação possível sobre o que vem a seguir.

Arton para não Artonianos? –  Até bem pouco tempo atrás odiava histórias que tentavam ser didáticas demais. Acho sempre que os elementos de um cenário devem ser introduzidos aos poucos, e é muito chato ver os personagens em diálogos sem sentido, que explicam demais e que obviamente são direcionados ao leitor.

No entanto foi justamente ao ler um autor conhecido dos tormentistas, Marcelo Cassaro e sua história em quadrinhos “Lua dos Dragões” que percebi que ser “didático” podia ser interessante e uma ferramenta útil se bem utilizada. Nessa série de ficção científica difícilmente compreenderíamos a sociedade da raça das Dragoas Caçadoras se não fossem os comentários do narrador que a explicam em pormenores. Voltando a Holy Avenger percebi o mesmo. Todo um cuidado na narração em apresentar o cenário de Arton pra quem nunca leu os livros de RPG, ou não está acostumado com fantasia medieval.

Em LEDD é diferente. Como foi dito pouca coisa foi explicada, é tudo introduzido lentamente.  O foco é na ação. Até aí nada ruim (tanto que listei isso como um “aspecto positivo”!) ,  mas algo me deixou com uma pulga atrás da orelha.

Quem pega LEDD para ler pela primeira vez,  sem saber nada sobre Arton, irá gostar?

“Nesse mundo não existe acaso ou sorte, apenas dados bons, ou dados ruins” . Essa fala de Ripp no quadrinho é uma clara referência a Nimb, o Deus do Caos, do cenário e também pode ser entendido como um comentário metalinguistíco (!?) sobre o universo dos personagens (um cenário de RPG!)

Mas alguém completamente alienado do contexto do cenário enxergaria ALGUM sentido nessa frase? Há uma diferença tão nítida entre sorte e acaso? E dados? Que dados Ripp?!

Só o tempo dirá mas espero que LEDD não acabe muito truncada em si mesma, e que apesar de usar Arton como pano de fundo consiga também atingir o não-fã-de-tormenta, o não-rpgista, e um público mais amplo. Como Holy Avenger que conseguiu ao trazer a galera do mangá para o RPG  e agradar ao mesmo tempo garotos em busca de aventura e garotas em busca de romance e histórias de relacionamento (ou vice-versa!)

Talvez seja pedir demais pois a proposta dessa HQ é diferente de sua antepassada. Mas que seria legal, seria.

Bom é isso. Espero que tenham gostado dos comentários.  E se os criadores de LEDD não enviarem uma horda de guaxinjas para me assasinar espero ver vocês de novo por aqui mês que vem,  quando sai o próximo episódio!

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