“Começa aqui a fábrica de personagens para 3D&T Alpha.”
Fala, galera. Provavelmente vocês não me conhecem, e eu também não conheço vocês. Sou novo aqui no pedaço. Fui convocado pelo grande Marlon pra fazer parte deste blog com algum conteúdo (quase) útil aos eventuais leitores, e aqui estou eu tentando.
Não posso prometer muito, mas vou tentar. Começarei com uma série periódica de personagens para 3D&T Alpha, dos mais variados tipos e cenários. Hoje vou abordar um cenário de supers, com uma personagem focada em defesa. Para isso, usei as regras do manual 3D&T Alpha (duh) e também das DragonSlayers 25 e 33. Espero que gostem.
Escudo, 14 pontos
”Se você não luta por nada, será derrotado por qualquer coisa.”
É, é uma personagem de Ga-Rei Zero. Mas achei tão legal…
Música-Tema: Apocalyptica ~ Fade to Black.
A jovem e recém-formada Emily Lang era uma mulher normal, iniciando sua carreira como engenheira. Conseguira um emprego na rede de empresas McCarryn, líder em diversos segmentos do mercado. Seu papel era participar da equipe de criação de novas tecnologias, na área mecânica, eletrônica e quântica. Embora não fosse um prodígio, Emily era muito estudiosa, e por isso fora quase disputada pela empresa, quando saiu da faculdade.
Ainda possuía um jeitão de adolescente quando iniciou sua pesquisa sobre o “hidrocarbonium”, uma liga atômica que conseguira sintetizar usando o poderoso mini-acelerador de partículas da empresa. O hidrocarbonium consistia em uma liga de hidrogênio metálico e estável, preso covalentemente ao carbono de diamante. Emily, fã de comics, até pensou em chamar tal liga de “adamantium”, em homenagem ao seu herói preferido dos supers: Wolverine. Achando que isso seria bizarro, porém, ela preferiu ficar com o nome científico. Era original, e também não deixava de ser atraente. Aquele composto mudaria sua vida para sempre.
Certo dia, em uma fase em que estava viciada pelo trabalho, Emily resolveu virar a noite no laboratório. A partir de alguns cálculos sobre equilíbrios nas equações, ela descobriu que poderia forçar ainda mais a ligação, adicionando hidrogênios e carbonos e tornando o composto molecular ainda mais poderoso. Seria pelo menos dez vezes mais poderoso que uma teia de aranha em escala enorme, junto de um cabo de aço! Emily fez os preparativos e, enquanto isso, pegou um café. Caminhou até o fim do percurso do acelerador, sem óculos de proteção, e observou a massa da nova molécula sendo bombardeada. No entanto, um uma variável não fora levada em consideração nas suas contas…
Faltou energia na empresa inteira. Cega pelo desafio de uma nova descoberta, Emily simplesmente esqueceu-se da cota de energia que a empresa poderia consumir. Tendo consumido até mesmo os geradores, o laboratório inteiro desligou, os raios pararam de bombardear o hidrocarbonium, e Emily viu sua criação começar a se deteriorar por instabilidade. Desesperada, jogou o café de lado e abriu a comporta da câmera onde o elemento estava. De mãos nuas (o que causou algumas queimaduras), ela segurou o elemento, que brilhava em tom roxo, e correu em direção ao reator magnético, onde tentaria evitar a “morte” da molécula pondo-a em suspensão. Foi quando escorregou no café que jogara…
Emily caiu, um pouco de café espirrando no elemento, e este indo em direção ao seu peito. Sentiu uma queimadura profunda, e em seguida se desesperou ainda mais. O elemento pareceu estar derretendo, penetrando pela queimadura, até sumir simplesmente. Naquele momento, Emily sentiu que iria morrer: o elemento ainda era tóxico em seu estado instável, e esta era a próxima linha de pesquisa, torná-lo estável com o mínimo gasto de energia. Sua vida inteira passou sobre sua mente, e, sentindo o calor chegar ao seu coração, ela se deixou levar pela vontade de fechar os olhos e apagar…
Morria Emily Lang.
Dois dias após seu enterro, porém, Emily acordou sufocada, dentro do caixão. Forçou a madeira desesperadamente, sentindo o ar acabar, e, quando achou que morreria novamente, sentiu a pele arder. O corpo inteiro pulsava em tom levemente roxo, assim como seus cabelos, que antes eram castanhos. Sem entender direito o que estava acontecendo, Emily forçou a sensação a se expandir, e esta simplesmente explodiu tudo. A terra subiu e desceu, o caixão foi destroçado, mas Emily não sentiu nada, apenas alguns empurrões. Levantou-se e caminhou pela cratera que fizera, e fugiu antes que alguém aparecesse por ali. Roubou algumas roupas da pequena catedral daquele cemitério, e saiu como se fosse alguém comum, talvez um pouco sujo por debaixo da roupa.
Seguiu para o seu apartamento, e tratou de entender o que estava acontecendo. Lembrou do experimento, e também de algumas coisas que havia descoberto em sua pesquisa: havia uma pequena chance do hidrocarbonium ser útil em pesquisas na área biomédica, uma vez que era uma molécula orgânica. Suas queimaduras sumiram, seus ferimentos também, e sabia, de alguma forma, que seus ossos não eram mais cálcio. Talvez fosse como o Wolverine, agora. No seu pequeno laboratório particular, em casa, e de forma discreta — pois ninguém poderia saber que voltara, após ter sido dada como morta — fez algumas experiências. Suas suspeitas sobre seu corpo estavam corretas: Emily não era mais um ser humano normal. Sua resistência em muito aumentara, e sua regeneração também. Lembrou de quando era criança… e se usasse isso para o bem? Balas comuns não a feririam. Poderia capturar quaisquer criminosos…
Construiu uma moto especial para ser sua companheira, deixou o cabelo crescer no novo tom sutil de roxo, mudou a franja. Comprou um traje de couro colorido que achara legal. Não usaria máscara — depois de quase um ano, e com aparência diferente, ninguém saberia quem era. Também destruiu todos os seus documentos. Assim nascia uma nova heroína.
Escudo acabara de ser forjada.
Linda, né?
F0, H1, R2, A2, PdF0, 10 PVs, 30 PMs.
Aliado: moto-escudo (1 ponto): Emily construiu uma moto para ajudá-la em variados assuntos, desde locomoção comum até combate direto, se necessário. A moto conta com tecnologia de última geração, e alguns apetrechos que nem existem ainda no mercado. Ela tem F2, H0, R2, A2, PdF0, 10 PVs, 10 PMs; Mecha; Aceleração, Armadura Extra: Corte, Esmagamento, e Perfuração (liga de hidrocarbonium na lataria), Voo (sim, ela pode voar! Possui asas retráteis para isso); Inculto (é uma moto, afinal), Modelo Especial.
Código de Honra da Gratidão e dos Heróis (–2 pontos): para ser uma heroína, Emily decidiu que precisava possuir um código de conduta de acordo. Ela nunca foi uma pessoa ruim, apenas reafirmou sua índole. Preza pela gratidão e sempre ajuda os mais fracos.
Maldição (–1 ponto): a “mutação” que aconteceu com Emi ainda possui certos fatos desconhecidos. Ela precisa se movimentar, por exemplo, para usar seus poderes sem maiores danos a si mesma. Se por acaso Emily não puder se movimento no turno em que usa alguma manobra que gasta PM (principalmente seu Superpoder), ela sofre os mesmos efeitos de Poder Vingativo, mas perdendo 2 PVs ao invés de 1.
Mutante (1 ponto): vantagem vista na DS25. A entrada de hidrocarbonium no seu corpo provocou uma pequena mutação em Emily. Qualquer um teria morrido, mas o corpo de Emi se adequou ao novo elemento sem muitos problemas — apenas alguns dias de coma e morte falsa. Hoje, há hidrocarbonium no sangue, na pele e nos órgão de Emily, e em constante produção orgânica. O composto aumentou a resistência e recuperação dela, embora tal recuperação acelerada possa ser suprimida com um campo magnético corretamente calibrado. Recebeu Regeneração, mas também Má Fama: inimigos pessoais não tardarão a aparecer, assim como agentes secretos do governo…
Perícia Máquinas (2 pontos): Emily não é uma gênia, apenas uma engenheira que estudou bastante para se tornar o que é. Ela sabe tudo sobre máquinas, equipamentos, eletrônicos em geral e mais.
Pontos de Magia Extras (2 pontos): Emily pode gastar muita energia para ativar seus poderes, antes de ficar sem “combustível”. Ela recebe R+4 para o cálculo de PMs.
Restrição de Poder Incomum (–1 ponto): o Superpoder de Emily só funciona quando ela o utiliza em si mesma. Como esta desvantagem trata de apenas uma vantagem que gasta PMs, e não todas, como normalmente é, não é possível gastar o dobro dos PMs para usar a vantagem em outra criatura, apenas em Emily.
Super Armadura (5 pontos): vantagem vista na DS33. O maior advento do hidrocarbonium, no corpo de Emily, é o que a fez se auto-denominar “Escudo”. Sua proteção corporal, independente de usar uma armadura ou técnica de defesa, é maior do que vários carros juntos. Ela é capaz de receber tiros diretamente nos olhos sem sofrer nada com isso, graças à camada de hidrocarbonium. A Armadura de Emily é de escala Sugoi. Ver observação mais embaixo.
Superpoder de Proteção Mágica Superior (1 ponto): vantagem vista também na DS33. Gastando um pouco mais de ATP que o normal (!?), Emily é capaz de fazer alguns elétrons da molécula de hidrocarbonium saltarem de camada em conjunto, fazendo a energia se converter em aumento de defesa. Ao menos é assim que ela explica este poder. Emily pode gastar de 1 a 5 PMs por turno para receber A+1 a +5. Isso aumenta em muito sua defesa, e também seu ataque…!
Toque de Energia (1 ponto): a única técnica ofensiva de Emily, mas estupidamente apelona assim mesmo! Emily pode atacar todos os alvos a distância corporal com A+1d+PMs gastos, por esmagamento. Ela pode gastar no máximo A PMs.
Observação: Como as regras de escalas são um pouco confusas, é bom explicar como funciona a defesa e o Toque de Energia de Emily. Não gosto da versão de escalas que multiplica apenas as características, porque desta forma o 1d da FA/FD não serve pra nada frente aos outros valores enormes. Assim, prefiro a versão que multiplica a FA/FD por 10. No entanto, como a DS33 fala que é possível ter Super Habilidade, uma característica que originalmente não sobe de escala, a FA/FD só será multiplicada por 10 se ambas as características (F/PdF/A e H) estiverem em escala superior. Assim, multiplica-se por dez apenas a característica Sugoi e o dado. Ex.: Emily tem H1 e A2 Sugoi. Sua FD será (A+1d)x10+H. Se ela um dia possuir H Sugoi, aí sim a FD será (A+H+1d)x10.
O mesmo acontece com o Toque de Energia. A FA será (A+1d)x10+PMs gastos, lembrando que ela só pode gastar 1 ou 2 PMs para sua Armadura normal (e não 20; ela tem A2 Sugoi, que é diferente de A20 Ningen, em termos de pontos, ao menos) ou um pouco mais caso use seu Superpoder. De toda forma, a FA só será toda multiplicada por 10 se ela também tiver Resistência Sugoi — é, eu sei que PMs não são multiplicados escala acima, mas é uma forma boa de “controlar” as coisas, atrelando-os à Resistência.
Em testes de Armadura, Emily testa seu valor normal (A2) com um bônus de +10.
Estratégias: por ser uma heroína mais ou menos iniciante — embora possua grandes poderes — Emily ainda está refinando suas estratégias. Ela basicamente se defende dos ataques iminentes (embora nem precise disso, às vezes; é só ficar parada!) e gosta de começar atacando com seus punhos e chutes, muito embora não seja muito boa nisso. Contra grandes quantidades de inimigos, ela usa seu Toque de Energia, normalmente em força mínima (1 PM). Em casos extremos, ela usa seu Superpoder para aumentar MUITO sua defesa, ficando com A7 (lembrando que é Sugoi) e então gasta 7 PMs para atacar com FA=(A7+1d)x10+7.
Antes de qualquer coisa, porém, Emily adora sua moto, e consegue lutar com ela — ela faz acrobacias incríveis com a moto, embora não seja nem um pouco acrobática sem ela — como se fosse uma arma comum. Dá cavalos de pau com a traseira levantada, assemelhando-se a chutes, e empina a moto em um mortal como se fosse umuppercut. Ela até pode voar e golpear em rasante! O curioso é que a moto é muito mais frágil que Emily, de forma que esta tenta sempre ser o alvo dos ataques e proteger o veículo…
Com o que atacar: espadas, pistolas, armas em geral ou uma moto. Prefiro a moto.
Gostou? Agora é sua parte. Quer que um conceito de personagem tome forma!? Quer uma ficha por que tá com preguiça, ou sei lá? Mande um e-mail para inonimattus@gmail.com e eu a farei pra você.
Abraços.