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Surpresos ou Indefesos?

Em uma das antigas Receitas Caseiras, em que falávamos sobre como utilizar de um recurso que, na minha opinião, torna o combate bastante dinâmico — o contra-ataque. E no meio do desenvolvimento do texto, me veio uma dúvida em mente. Quais dos dois fatores, Alvo Surpreso ou Alvo Indefeso, é pior? Como estava sem manual, um dos nossos fiéis leitores nos sinalizou que, de acordo com o sistema, ambos tem o mesmo efeito mecânico. Resolvi então dar uma “mexida” com isso, e você pode conferir clicando para prosseguir e ver mais uma de nossas receitas caseiras.

Para começar demos uma olhada em como o manual descreve as condições:

Alvo Indefeso

Às vezes um personagem não tem como se defender ativamente: por exemplo, se estiver amarrado, paralisado, pendurado à beira de um penhasco, dormindo, desmaiado, ou apenas surpreso. Nestes casos ele será considerado indefeso. Sua Habilidade não é levada em conta para calcular a FD, e ele também não pode rolar 1d; sua única FD será apenas pela Armadura.

Alvo Surpreso

Uma das formas mais eficientes (e menos honradas) de atacar alguém é fazendo uso do elemento surpresa. Um oponente surpreso é considerado indefeso, podendo usar apenas a Armadura em sua FD.

Vou apoiar o meu cajado aqui e...

 

Notaram a diferença? A primeira desconsidera a Armadura, a segunda considera somente a mesma Armadura. Da primeira vez em que li, interpretei da seguinte forma:

Alvo Indefeso: FD = 1d + H; FD = A;

Alvo Surpreso: FD = A; FD = 1d + H;

Um personagem indefeso surpreso não poderia usar a sua defesa natural (armaduras, pele, escudos), afinal, ele está incapacitado de se defender, portanto, somente considera-se a Habilidade, mais um dado de sorte, né? Vai que passa de raspão?!

Outrora um personagem surpreso indefeso, como diz no próprio texto do manual, vítima de uma emboscada, ou de um ataque de covardia, somente teria a sua própria Armadura natural para se defender. Sem esquivas ou recursos de habilidade. Sem sorte.

Em minha concepção enquanto lia o manual (desde a época do Revisado, Ampliado e Turbinado), era assim a forma certa de se interpretar. O jogo fluiu bem aplicando as regras desta forma. Os jogadores tornaram-se cada vez mais cuidadosos em florestas escuras, ou em desfiladeiros, onde poderiam ser alvos de uma emboscada, ou ainda em cidades com uma população muito grande, com medo de uma punhalada pelas costas (eles não eram tão queridos assim…).

Sem contar que, o personagem tem um trabalho um tanto trabalhoso para chegar até o alvo, passando por testes por furtividade e tentando escapar da percepção do inimigo, que, percebendo o perigo se espreitando, não hesitará em fazer um grande alarde por conta da situação. Esta regra caseira acaba de vez com essa “quase injustiça” por conta das regras normais do sistema.

Mas regras caseiras, são regras caseiras, e você não precisa as seguir. Este é o propósito da coluna Receita Caseira. Comentem o que acharam da regrinha, e se em suas mesas já passaram por esse esquema, ou mesmo a forma como interpretam normalmente.

Não deixe também de enviar sua Receita, para portaldefensores@gmail.com. Vai que sua regra caseira se torna referência para muitos mestres do Brasil? Até a próxima!

Imagens por: Ralph Horsley, Mzag
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