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Quarta Era: recriando o monstro

E cá estou eu em mais uma de minhas sacrílegas (e simplórias) experiências mecânicas com a 4E. Mas desta vez não pretendo propor nenhuma mecânica exatamente nova, mas sim um pequeno “tratamento de mecânica”.
Minha maior dificuldade em conduzir um combate na nova edição de D&D era lidar com monstros mais despreparados para o enfrentamento de grandes grupos. Minhas mesas tem uma média de 6 a 7 jogadores, o que fazia com que monstros-solo se tornassem tão perigosos como Justin Beeber, já que muitos deles não tem muitos ataques. Sentíamos falta (meus jogadores e eu) daquele velho monstro-arte, aquele bicho brutal e solitário que poderia incutir medo a trupe de strikers que sempre comparece em nossos mundos fantásticos. De modo que reestruturei essas criaturas a fim de não ter sempre de encher o campo de batalha com minions e soldados.
O truque é simplíssimo e provavelmente já usado: aglutinar vários monstros em um só, agregando ataques, poderes e pontos de vida. Tanto pode ser feito de forma sincrônica (criando um monstro-misto) como de forma diacrônica ou “metodologia Parasite Eve”: uma criatura que aparentemente “morre” e retorna mair forte para fornecer uma continuidade ao desafio. Essa ideia segue a premissa de que monstros solo ou vilões finais precisam ser mais ofensivos que defensivos, para o combate ficar mais ágil e menos previsível.
O modelo segue o seguinte mote (alterando ideias do Livro do Mestre, página 184):

Como exemplo trago aqui Ahasureus, clérigo famoso das forças de Tapista, profanamente adaptado para D&D 4ª edição. A descrição a seguir é um desafio para quatro ou cinco personagens do 13° nivel e deveria ser usada após uma batalha anterior: coloque seis minotauros combatentes e um minotauro cabalista contra os PJs (LdMons página 205). O minotauro cabalista pode, inclusive, ser o próprio Ahasareus (este monstro me inspirou a criar o modelo mais abaixo). Ao final desse combate prévio, narre algo semelhante ao trecho abaixo e substitua a ficha do cabalista pela que segue,  acrescentando mais dois minotauros combatentes recém chegados (caso os demais já tenham caído).
Quando tudo parecia ter acabado, o Sacerdote se ergue uma vez mais. “Julgaram que seria tão fácil? Tauron está comigo! Sou seu braço, seu brado e seu poder! Verão do que somos capazes!”grita ele. Os portões do salão se abrem e mais minotauros entram para auxiliar seu mestre!
 

Ahasureus                    Controlador de Elite 16 (duplo)
Humanóide natural (médio)   5 600XPs
Iniciativa: +8                                   Sentidos: Percepção +19
PVs: 636; Sangrando: 318
Aura 10: todos os aliados dentro da área recebem +2 nas jogadas de ataque e testes de resistência.
CA 31 Fortitude 30 Reflexos 28 Vontade 32
Testes de resistência: +2
Deslocamento: 5 quadrados; teleporte 2 quadrados.
Pontos de Ação: 2
Maça de Tauron (explosão contígua 1; padrão; sem-limite, flamejante]
+21 vs CA (dano de 2d10+10)
Raios de Chamas [à distância, padrão, sem-limite, flamejante]
+21 vs Reflexos; 3 alvos (dano de 3d8+10)
Tempestade de Fogo [à distância, área 3 a até 10 quadrados; encontro, flamejante]
+24 vs CA (dano de 4d10+10)
Efeito: os alvos atingidos são derrubados.
Especial: Ahasureus recupera esse poder sempre que estiver Sangrando;
Campo Anti-magia (explosão contígua 5. Encontro, sustentação mínima)
Nenhum poder com as palavras-chave teleporte e cura podem ser usadas dentro da área.
Renascimento bélico (encontro, psíquico)
Gatilho: Ahasureus é reduzido a 0 PVs ou menos.
+21 vs Vontade (dano de 2d10+9 contra o personagem que causou o ataque)
Efeito: Ahasureus volta à condição Sangrando e livra-se de quaiquer condições que o estejam afligindo.
Tendência: Leal e Neutro
Habilidades: Força  17 Destreza 10 Constitução 15 Inteligência 15 Sabedoria 24 Carisma 17
 
Sempre existe a opção de descartar os monstros de apoio, colocando eles mais a frente, quando o combate se mostrar mais crítico para nosso vilão. Já em termos de terreno, a batalha pode acontecer em meio a um trecho arruinado do grande forte de Ninbarann, quando, sei lá como, as forças do Reinado o estiverem sitiando (o desenho inclui duas plataformas altas e uma área congelada – terreno acidentado). O arquivo do grid está aqui.
Ahasureus guarda como tesouro um Machado Vingador Sagrado (Livro do Jogador, página 236), ítem que ele se recusará a usar em combate, uma vez que sabe que não é seu escolhido. Há ainda tesouros no valor de 450.000 moedas de ouro (quadros, gemas e estátuas de prata, marfim e adamante).

* * *

Se você não conhece Tormenta, não importa: o encontro acima pode ser usado em qualquer mundo onde minotauros tenham templos e fortalezas e onde um grupo de personagens pode surgir para dar um a fim a tal coisa.
É isso. Espero que os heróis consigam matar o maldito!
 

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