Ícone do site RPGista

PDP – Meio-coatl

Dando prosseguimento à série de posts originada a partir de um antigo tópico no fórum da Jambo Editora, vamos abordar nessa semana uma das criações que o pessoal mais elogia e que foi também uma das mais pedidas desde o começo da série: yajne e dessan. Eu mesmo gosto pra caramba deles – tanto que seus conceitos foram aproveitados em Goérpia, cenário que estou escrevendo em parceria com o Remo e que deu origem ao ND&T (e faz tempo que ambos merecem um post por aqui também).
Voltando aos meio-coatl, você confere agora a matéria original revisada e a adaptação para TRPG feita pelo colega Sócrates “Hinomura Hiken”.
PDP - Meio-coatl 1

Os novos “Tocados Pelos Planos”

Como qualquer aventureiro ou estudioso com experiência suficiente pode atestar, existem muitos planos de existência. Desta infinidade de planos, os que certamente possuem mais ligação com o plano material (onde está Arton) são os reinos dos deuses. Tanto é verdadeira esta afirmação que, na batalha entre Azgher e Tenebra pelo domínio sobre Arton, não encontrando ainda criaturas no Plano Material que formassem exércitos condizentes com seus desígnios, as duas divindades invocaram, diretamente de seus respectivos reinos, aqueles que seriam seus generais e sua principal força de batalha: os couatl.
Na verdade “invocar” foi o termo utilizado na transposição e tradução dos dialetos em que foram encontradas as escrituras antigas. Ainda não é claro se os couatl foram trazidos realmente dos planos de seus criadores ou se foram criados diretamente no Plano Material. Outra vertente de opinião, que hoje em dia não tem muita força entre os estudiosos, teoriza que os couatl na verdade foram criados por outra divindade de gênio compatível com os dois deuses, e que só depois eles foram recrutados por Azgher e Tenebra. Apesar do pequeno impacto dessa teoria, ela poderia explicar o porque dos coatl, criaturas agraciadas por deuses tão opostos, serem tão semelhantes fisicamente e fisiologicamente. Independente da origem real é fato que cada espécie de couatl possui uma ligação intrínseca com sua divindade patrona: os couatl-sol com Azgher e os couatl-noite com Tenebra.
Após o término da guerra entre os dois deuses, os couatl limitaram-se a aguardar pelo dia em que fossem chamados novamente à batalha. Muitos se resguardaram em pirâmides e cenotes; outros criaram bibliotecas enormes, com o objetivo de reunir conhecimento; e alguns ainda caíram em um profundo sono de espera. Outros, entretanto, impossíveis de se manter estáticos, resolveram aguardar o chamado explorando o mundo destas novas criaturas que surgiam – os humanoides. Entre estes, muitos se tornaram deuses menores, trazendo fragmentos dos seculares conhecimentos que possuíam; outros ainda ficaram fascinados por estas novas criaturas que surgiam no mundo e resolveram, por curiosidade, integrar suas recém-formadas sociedades. Não muito tempo depois, surgiam os primeiros meio-couatl.
Um meio-couatl é fruto do envolvimento entre um couatl e uma criatura humanóide de Arton. Estes seres podem ser confundidos inicialmente com os aggelus e sulfure, que também são descendentes do envolvimento de extraplanares com artonianos, mas na verdade são muito diversos. A começar pela nomenclatura: os meio-couatl provindos de um couatl-sol são conhecidos como dessan (dê-SAN); aqueles descendentes dos couatl-noite são chamados de yajne (i-ÁJ-nê). E as diferenças não param por aí.
Fisicamente, um meio-couatl possui traços muito particulares. Todos são donos de corpos altos e lânguidos, sempre com a altura máxima de um membro da raça do genitor não-couatl. É incomum que um meio-couatl não tenha orelhas pontudas como as dos elfos; elas no mínimo serão levemente pontiagudas, como as dos meio-elfos. Todos os meio-couatl ostentam longas penas no lugar de cabelos; estas penas possuem uma estrutura diferente de uma pena de pássaro, fazendo com que possam ser amarradas ou usadas em trança. Outra característica marcante, existente em todos os membros desta raça é a presença de uma longa cauda, também emplumada. É muito comum encontrar também pequenas penas por todo o corpo destas criaturas.
Se um aggelus ou sulfure é raro, um dessan ou yajne o é muito mais; isto acontece porque couatl só conseguem gerar filhos com elfos, meio-elfos ou meio-orcs (um relacionamento entre um couatl com um humano não gera descendentes – teoriza-se que a mistura dos sangues humano e couatl seja fraca o bastante pra que isso não ocorra). Não se tem registro de algum envolvimento entre couatl e orcs, mas, pela lógica, supõe-se que sejam compatíveis. Dessan e yajne são incapazes de gerar descendentes.

Dessan,
crias dos couatl-sol



“Eu e o pai somos um”
– At-pak, dessan clérigo de Azgher.
Personalidade: Independente das características de sua raça, o que realmente definirá a personalidade de um dessan será a maneira e o local onde ele cresceu e amadureceu. Se criados no deserto, serão vistos como seres superiores, portadores de muita luz e nobreza, sendo respeitados e admirados – principalmente porque normalmente são filhos de deuses menores. Essa admiração por parte da sociedade pode gerar tanto uma personalidade responsável e honrada, ciente de seus deveres, quanto alguém egoísta e esnobe. Entretanto, dessan possuem uma intuição muito desenvolvida, sempre preferindo dar ouvidos aos “sinais ocultos” em algum evento – ao conversar com alguém, por exemplo, atentarão para seus gestos e expressões faciais mais do que no próprio assunto em si. Isso normalmente gera indivíduos introspectivos e serenos (“cientes de sua própria pureza”, diriam os servos de Azgher mais exaltados).
Descrição Física: Como todos os meio-couatl, dessan possuem penas emoldurando a cabeça e uma longa cauda emplumada, além de algumas penas dispersas pelo corpo. As plumas de um dessan sempre serão multicoloridas, como as de couatl-sol; por vezes emitindo um brilho característico de como se estivessem molhadas. Costumam ter pele bronzeada e feições faciais determinadas, de olhos firmes; cujas íris variam de cor do totalmente dourado até o vermelho-rubi. Dessan em geral possuem um porte imponente, voz límpida e grave.
Relações: varia enormemente, de acordo com a educação e o lugar onde o dessan cresceu. Entretanto, pode-se notar uma tendência em serem simpáticos à sociedade que figuram. No mínimo, serão consideradas “pessoas exóticas”.
Tendência: Ao contrário dos aggelus e sulfure, um dessan, muito provavelmente terá contato direto com seu genitor couatl-sol. Isto geralmente faz com que o dessan siga uma tendência Leal. Mas, novamente, um dessan afastado desta forte influência poderá seguir qualquer tendência que achar conveniente.
Terras dos Dessan: Por sua incapacidade de se reproduzir, nunca surgiu alguma comunidade dessan em Arton. Clérigos de Azgher, contudo, afirmam a existência de algumas comunidades dessan em Solaris, o reino de seu patrono. Nestes locais, viveriam somente os membros mais honrados destas criaturas, sempre em constante comunhão com o deus-sol.
Religião: Dessan, em sua maioria, servem resolutamente a Azgher, ou “O Luminoso”. É comum também que sigam caminho como sacerdotes de seus próprios pais couatl, quando estes são deuses menores. É incomum, mas também existem, dessan que servem à Allihanna, patrona da natureza. Indivíduos desta raça servidores de outras divindades são classificados como casos únicos, encontrados somente juntos de grupos de aventureiros. Não importa qual seja sua divindade eleita, um dessan sempre será um defensor ferrenho de sua crença, ainda que dificilmente parta para a violência por isso.
Idioma: Dessan aprendem o idioma de sua parcela não-couatl, e também costumam aprender o lugha, idioma comum do deserto. Caso não tenham crescido no deserto, eles aprendem o idioma nativo.
Nomes: Em geral, dessan recebem nomes que enalteçam as qualidades de Azgher que se espere ver neles. Estes nomes costumam ser dados pelos seus genitores couatl, então muito provavelmente, o nome será na verdade um título, em algum idioma ancestral.
Aventuras: Geralmente, dessan não saem em busca de aventuras, preferindo viver por suas comunidades e sua fé, consagrando-se como sacerdotes ou então se afinando com sua descendência poderosa (tornando-se feiticeiros). Entretanto, nada em especial poderia impedir um dessan de aventurar-se pelo mundo, e uma ou duas odes a grandes heróis dessan já surgiram das bocas dos contadores de histórias.

Traços Raciais dos Dessan

• +4 Sabedoria, +2 Destreza, -2 Inteligência. Dessan são observadores e possuem movimentos acurados, mas preferem se levar mais por intuição do que pelo conhecimento teórico.
• Dessan pertencem ao tipo Espírito; não ao tipo Humanoide.
• Tamanho Médio. Dessan não possuem qualquer bônus ou penalidade em relação ao tamanho. Além disto, um dessan tem deslocamento básico de 9 metros. Exceto por seu tamanho e deslocamento, um dessan não partilha de nenhum outro traço racial da raça de seus pais não-couatl.
• +4 de bônus em testes para resistir a venenos, paralisia, sono, atordoamento e efeitos de ação mental. Dessan possuem uma fraca ligação com a retidão obstinada de Azgher, o deus-sol.
• Dessan recebem um bônus de +4 em Conhecimento (Religião). Sua ligação divina oferece uma curiosidade intuitiva sobre os desígnios dos deuses.
Contato Mental: Todo meio-couatl herda uma fração do poder psíquico de seu poderoso progenitor. Ele pode lançar a magia Mensagem como um conjurador igual ao próprio nível.

Forma Etérea: O dessanpode gastar uma ação padrão para ficar insubstancial, exatamente como na magia Passeio Etéreo, com duração em rodadas igual ao modificador de Sabedoria +1, por dia. O uso dessa habilidade não precisa ser continuo, e pode ser dividido em diversos usos, contanto que não ultrapasse o numero de rodadas diárias.

Yajne,
crias dos couatl-noite



“Mostrar abertamente o que sentes significa deixar escapar o poder da tua mão”
– Swamarjuna, yajne dançarina das sombras.
Personalidade: Os filhos dos couatl-noite também são influenciados pelo meio em que cresceram ou forma de educação. De qualquer maneira, os yajne normalmente seguem aquele caminho que mais lhe convém. É comum que se tornem egoístas, com níveis diversos de profundidade, embora possam ser extremamente sociáveis quando a situação exige.
Descrição Física: Yajne não possuem o porte físico altivo dos dessan. Ainda são muito altos, mas costumam ser mais magros que o comum para criaturas de sua estatura. Seus olhos são sempre escuros, e as penas que recobrem sua cabeça, cauda e partes do corpo são tão negras quanto penas de corvo, às vezes relanceando em azul-escuro ou num violeta fúnebre. Suas vozes costumam ser baixas e desinteressadas, como se estivessem com certo nível de apatia em relação ao que está acontecendo em sua volta.
Relações: Um yajne sempre será muito influente e respeitado, em qualquer sociedade que atue. É comum vê-los exercendo cargos administrativos relevantes onde estiverem. Se criados sob influência de seu genitor couatl, atuará como seu “emissário” ou “arauto”, propagando sua palavra, quando se tratar de uma divindade menor.
Tendência: Yajne tendem a ter uma visão particular das coisas, sempre entregando-se a raciocínios profundos antes de tomar qualquer decisão. Entretanto, não costumam discutir muito com os outros quando surge um conflito de opiniões; simplesmente seguem aquilo que acham correto, completamente desinteressados se os outros irão segui-lo ou não. É comum que membros desta raça assumam qualquer tendência Neutra e Leal, embora outra tendência também seja possível.
Terras dos Yajne: Apesar de algumas histórias sobre o envolvimento amoroso entre dois meio-couatl já terem sido relatadas algumas vezes, sua incapacidade de reproduzir nunca tornou possível o surgimento de domínios dos yajne.
Religião: Os yajne dificilmente optarão pelo caminho do sacerdócio. Entretanto, quando decidem louvar a alguém, provavelmente optarão pelo seu parente couatl – é uma divindade próxima, palpável e que pode lhe garantir bastante influência, ao menos dentro da sociedade em que está estabelecido. Entre os deuses maiores, encontram-se servos de Tenebra, Hyninn e Sszzaas. Alguns também podem descobrir em Thyatis o seu caminho, talvez em busca da imortalidade, para alcançar mais poder.
Idioma: Os yajne aprendem o idioma de seus pais e, de alguma forma, o lugha também é aprendido com facilidade. Caso sejam criados em outra cultura, aprendem o idioma nativo.
Nomes: Yajne costumam se mostrar indiferentes ao nome que tenham recebido na infância, normalmente adotando para si mesmos algum título que satisfaça suas aspirações.
Aventuras: Yajne herdaram a sede de conhecimento que permeia alguns couatl. Geralmente saem em jornada, na busca de um novo material para suas pesquisas, ou então para cumprir algum desígnio próprio. É comum tomarem posição de liderança quando em um grupo de aventureiros, muitas vezes atuando como porta-vozes.

Traços Raciais dos Yajne

• +4 Inteligência, +2 Carisma, -2 Constituição. Yajne são muito astutos e nfluentes mas, possuem uma saúde mais frágil.
• Yajne pertencem ao tipo Espírito; não ao tipo Humanoide.
• Tamanho Médio. Yajne não possuem qualquer bônus ou penalidade em relação ao tamanho. Além disto, um yajne têm deslocamento básico de 9 metros. Exceto por seu tamanho e deslocamento, um yajne não partilha de nenhum outro traço racial da raça de seus pais.
• +4 de bônus em testes para resistir a efeitos de ação mental, sono, atordoamento, efeitos de morte e necromância. Yajne possuem uma tênue ligação com a deusa dos mortos-vivos e das trevas.
• Dessan recebem um bônus de +4 em Conhecimento (Religião). Sua ligação divina oferece uma curiosidade intuitiva sobre os desígnios dos deuses.
Contato Mental: Todo meio-couatl herda uma fração do poder psíquico de seu poderoso progenitor. Ele pode lançar a magia Mensagem como um conjurador igual ao próprio nível.
Forma Etérea: O yajne pode gastar uma ação padrão para ficar insubstancial, exatamente como na magia Passeio Etéreo, com duração em rodadas igual ao modificador de Sabedoria +1, por dia. O uso dessa habilidade não precisa ser continuo, e pode ser dividido em diversos usos, contanto que não ultrapasse o numero de rodadas diárias.
 
As imagens utilizadas nessa matéria são da autoria de Tiago Oriebir.

Sair da versão mobile