Olá, Joes e Sues. Peguei este texto do Juca’s Blog (meu blog de férias) para o 4 de Março não passar em branco. Você pode ler o original publicado em 2010 clicando aqui. Lá vai!
Em 4 de março comemorou-se o Dia do Narrador/Mestre de Jogo. A data também marca o dia da morte de Gary Gygax (concidência macabra!), um dos autores do “RPG mais famoso do mundo”. Mas uma pergunta não sai da minha cabeça: Há o que comemorar?
Jogo RPG há uma década (ou mais), quase sempre sou o narrador. Após todos esses anos cheguei a uma triste conclusão: jogadores são preguiçosos e não agradecem. Ninguém quer saber do tempo, energia e criatividade empregadas no processo de organizar as sessões de jogo. Se esquecer o nome do João Ninguém que só disse uma fala, te acusam de má vontade.
Tente a seguinte frase: Quero dar um tempo com a narração. Alguém fica no meu lugar para eu poder ser apenas jogador. Soaram as trombetas! É o juízo final! O típico “player” jamais aceitará ouvir isso. Acha que o mesmo cara tem que manter a função indefinidamente. E pior, dará a seguinte razão (uma desculpa): “Você pode jogar com seu próprio NPC.” – Cacete! Todo mundo que já narrou sabe que não é a mesma coisa. Nunca terá a mesma graça de não conhecer o rumo que a estória vai tomar; desvendar seus mistérios. E é uma droga ser acusado de favorecer seu NPC.
Como proceder? Um dos jogadores assume a narração, mesmo que nunca tenha feito isso antes. E ao contrário do que se imagina, não é o jogador mais “nerd” que tende a ser bom narrador e sim aquele que interpreta bem, criativo. A interpretação é importante pois o narrador atua como muitos personagens diferentes; a criatividade é necessária para lidar com as nuances de cada sessão, já que todo o grupo influencia no curso da crônica – É preciso saber reagir.
Ajude um novato a tornar-se narrador e o atual a continuar se sentindo bem na ativa: assim mais e mais pessoas poderão se divertir. E eu continuo esperando um substituto (e meu presente…).
Narrar é ser o Chico Anysio no Zorra Total.
Até.