Lendo um post do Toy, um colega conterrâneo meu, no blog Vila do RPG, de Fortaleza-CE, me veio à mente que minha resposta ficaria um pouco longa para se ler nos comentários do blog, então me dei o direito de escrever esse post em resposta do post do Toy.
Jogo RPG há 10 anos e me considero um novato ainda. Principalmente quando troco algumas palavras amigáveis com o Pop, Nitro ou amigos de outros blogs, porém acho que tenho algum conhecimento básico que me serve para entrar nas mais variadas discussões.
Assim como jogo um MMO [Massive Multiplayer Online] há três anos e me considero um bom jogador, sendo que há vários outros muito melhores que eu. E nesse quesito também me sinto no direito de dissertar sobre o assunto, quando se tem a ver com interpretação no MMO.
No post, o Toy fala sobre a “batalha” entre os dois tipos de jogos e fala muito bem em vários pontos, porém há coisas em que discordo, que foi o que me fez escrever esse post.
Concordo com ele quando diz que várias pessoas estão deixando o RPG de lado para passar mais tempo no MMO. O eletrônico traz várias vantagens que não deixam margem para que o RPG clássico possa competir, dentre elas, a beleza e detalhes das imagens visualizadas, a facilidade de se comprar moedas internas do jogo e se atualizar no MMO sem precisar gastar uma mini-fortuna para comprar um suplemento de setenta ou oitenta reais, ou atualizar o seu sistema predileto de tantos em tantos anos [não é obrigatório, mas geralmente é satisfatório], etc.
No entanto, acho que os novos jogadores da “geração MMO” são jogadores de RPG sim e que a visão deles de RPG não é distorcida. Temos jogadores de vários tipos e estilos dentre nós e um deles é exatamente o cara que curte um bom e velho hack & slash. Não precisa ser jogador de MMO para gostar desse tipo de “interpretação” de personagem. Na mesa onde eu jogo atualmente, de GURPS, temos um desses [alguém disse Wenderson?]. Podemos identificar facilmente esses tipos; basta botar um bom combate ou uma cena de ação intensa para rolar e ver a cara de felicidade deles.
E também acontece o inverso. Eu jogo Ragnarok Online já há três anos e não me lembro de pelo menos algumas horas por semana onde eu brinco de interpretar dentro do MMO. Sim, interpretando mesmo meu personagem. Tenho colegas que adoram fazer um roleplay dentro do jogo e isso me mantém cada vez mais animado com o clima. Participamos de aventuras em grupo, dividimos experiências e nos divertimos bastante, não só matando monstros para adquirir XP, mas simplesmente sentando para conversar, reunir o conselho do clã, aconselhar membros da nossa guilda, ajudar os menos experientes [às vezes sem ganhar nada em troca], estar presente quando eles alcançam momentos importantes dentro do jogo e o mais importante [pelo menos para mim] que é fazer amigos, independente do jogo.
O eletrônico traz mais uma grande vantagem. Você pode jogá-lo a qualquer momento, independente de quem está com você. Caso seu grupo esteja online, você conecta, se diverte como quiser e depois vai descansar tranqüilo. Se seu grupo não está online, existem milhares de outras pessoas com quem você pode socializar. No RPG as coisas exigem um pouco mais do jogador. Geralmente todos devem se deslocar para a casa de alguém, ou para um ponto estratégico bom para a maioria. Isso consome tempo, às vezes dinheiro, e geralmente têm-se que carregar peso, se não o grupo todo, mas pelo menos o mestre. Se for D&D, WoD ou GURPS então, que usam mais de um livrão?!
Não acho que exista uma ‘disputa’ entre o RPG e o MMO. Os dois fazem o mesmo serviço, divertem, trazem benefícios muito parecidos e têm suas porcentagem de ‘jogo viciante’.
Vi nos comentários do post do Toy alguns amigos falando sobre os colegas que deixam de jogar RPG por não poderem faltar no corujão do MMO, mas pergunte-se a você mesmo: nunca deixou de fazer algo por que iria jogar RPG?
No mais, abraço a todos e;
Jogue o que jogar. Jogue RPG!