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Amakusa: religião na nova Tamu-ra

Sim, é uma foto da estátua de Amakusa Shiro no castelo Hara


A reconstrução de Tamu-ra não é apenas física, mas espiritual. Depois de mais de uma década vivendo no coração de outra civilização e sem perspectivas de retorno para casa, os tamuranianos foram obrigados a diversas concessões e restrições culturais para continuar existindo enquanto povo: mulheres passaram a ser aceitas como samurai, casamentos com estrangeiros foram proibidos, grandes segredos das artes tamuranianas foram ensinados até mesmo a membros de outras raças, apenas na esperança de se manter vivas as tradições do Império de Jade.
Agora, após a vitória de Sir Orion Drake e seu Exército de Deuses na destruição da área de Tamu-ra e de seu Lorde, Crânio Negro, uma restrição importante, mas praticamente ignorada em Nitamu-ra, se tornou o centro de furiosos debates e pequenos, mas sangrentos, conflitos: a religião.
Oficialmente, as religiões permitidas em Tamu-ra eram a de Lin-Wu, do Imperador Tekametsu e a adoração dos ancestrais. Outros deuses do Panteão eram tolerados, mas sua expansão não era permitida dentro do Império, e perseguições aconteciam vez ou outra com resultados indo de expulsões a assassinato em massa de fiéis. Com a destruição do Império pela Tormenta e mudança para Valkaria, esse aspecto foi praticamente esquecido. Tamuranianos fiéis a deuses diferentes apenas saíam de suas casas em Nitamu-ra e iam a algum templo em outros bairros da capital do Reinado.
Os tamuranianos tem um nome para aqueles entre os seus que dão as costas para Lin-Wu: Amakusa. E entre os corajosos colonos da nova Tamu-ra muitos são os devotos de deuses estrangeiros. Assim como antigamente, estes Amakusa são tolerados, até pela reduzidíssima população de tamuranianos, mas proibidos de construir templos e pregar abertamente suas religiões. Quando pegos fazendo alguma destas coisas, a punição pode ir de uma simples multa até a execução. Multas e castigos físicos são comuns nos casos de pregações consideradas “acidentais”, como citar preceitos religiosos para justificar alguma atitude individual ou proclamar que determinado evento é uma graça divina de outro deus que não Lin-Wu e os deuses tamuranianos.
Uma execução só é decretada contra indivíduos considerados especialmente perigosos pelos sábios de nova Tamu-ra. Quando um líder de seita é executado, a confusão e o conflito são certos. Fiéis tentam salvar seus pastores e grupos de aventureiros são contratados, ou o pior acontece e uma pequena rebelião faz com que mais vidas tamuranianas sejam perdidas.
É preciso notar que algumas religiões, e mesmo a adoração de quem nem mesmo é um deus, são especialmente toleradas na nova Tamu-ra. A gratidão dos tamuranianos entra em conflito direto com seu tradicionalismo, e o resultado é que Kallyadranoch, Sir Orion Drake e certos deuses menores sobreviventes da batalha contra a Tormenta cinco anos atrás são muito respeitados. Um tamuraniano muitas vezes opta por não delatar ou condenar um pregador destas divindades como ato de gratidão. Exageros, contudo, não serão tolerados mesmo para estas divindades.
Curiosamente, os diversos grupos de Amakusa estão se juntando no que parece ser uma única religião dedicada aos deuses estrangeiros. Rituais e orientações de vários deuses são mesclados a costumes tamuranianos e o resultado ainda é incerto: os clérigos podem ter poderes de diversas divindades ou então nenhum poder divino.
Incerto também é o destino religioso do povo tamuraniano. Lin-Wu seguirá como o deus preferido de seu povo ou as próximas décadas lhe reservam uma lenta decadência que culminará com sua queda do Panteão? Isto, só o futuro dirá.
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