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Psychosis – Jogando às cegas

A primeira sessão de uma nova aventura, via de regra é criação de personagem. Quando muito, joga-se um pequeno prelúdio. Se for um sistema diferente, lá se vai uma tarde/noite inteira. Por outro lado, jogar com personagens prontos perde muitas vezes o brilho do RPG…

Psychosis é um sistema que dispensa longas horas de explicação e criação de personagem, e sabe porquê? Um dos objetivos do jogo é justamente descobrir quem é seu personagem!
Como assim? Psychosis não usa dados, usa apenas cartas de tarot (que neste sistema se mostrou como uma ótima ferramenta). No início do jogo, você recebe 5 cartas, e pode distribuí-las entre sua mão e seus traços (trace). Seus traços são suas características, a coisa mais pr[óxima que você vai conseguir de uma “ficha de personagem”. Você pode ter até 4 cartas nos seus traços, uma de cada naipe, e no máximo um total de 5 cartas entre sua mão e seus traços. Conforme você for gastando as cartas da sua mão você receberá novas cartas, e, se você achar alguma carta alta, você inclusive poderá substituir uma carta dos seus traços. Veja que seus traços não são fixos, você pode perdê-los com um dano ou um efeito, e pode melhorá-los com cartas da sua mão.
O sistema de resolução de conflitos está explicado aqui, mas é basicamente nível de dificuldade definido pelo Guia (narrador) e você, sem saber qual o número da dificuldade, usa seus traços (você não precisará descartar as cartas que são seus traços) e pode descartar cartas da sua mão para incrementar seu resultado.
Agora você está pronto para jogar. Isso mesmo. “Mas eu não sei qual o cenário”: Você deve descobrir isso durante o jogo, bem como quem você é, e qual a missão dos jogadores, e isso tudo a tempo de executar a missão e salvar…ops, quase deixei escapar. Ah, sem lápis, nem papel, nada. Os jogadores dependerão puramente  da sua memória, neste jogo rápido e intenso.
O único ponto fraco, é que os personagens estarão constantemente em pontos diferentes da história, o que exige que o grupo encontre uma dinâmica para que os jogadores não fiquem muito tempo parados, mas ao mesmo tempo um jogador não jogue quase anda na sua vez.
Pshychosis, Ship of fools é uma aventura que utiliza este exótico sistema, escrito em 1993 por John Fletcher e Charles Ryan é uma ótima dica para aqueles que querem fugir da rotina de jogos “pra frente soco forte”, pois além de dispensar preparativos por parte dos jogadores, é diferente de tudo o que você já viu.
Abraços e bons dados!!!!
Ps: para quem não sabe, eu sempre coloco o link para o download do jogo no final, ali, no nome dele ;D

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