Tudo começou quando um idiota achou que ia ser legal misturar vudu mambo-jambo com tecnologia. Ou pelo menos é o que eu pude descobrir, caçando informação à moda antiga. Ou seja, indo direto nas fontes. Em alguns lugares, você ainda pode andar sem estar sujeito à infecção, e tem muitas comunidades se desenvolvendo longe dos grande centros. Eu pessoalmente acho que é só questão de tempo até os os descerebrados da cidade se darem conta que tem mais comida fora e começarem a vir pro interior. Em ondas. Aí sim vamos saber se a humanidade tem chance de sobreviver ou não. Espero que sobreviva. Mas até aí, sou parte dela, é um interesse pessoal.
– dos diários de Jake Applebanger
Zumbis da Rede
Muitos cenários de infestação zumbi são conhecidos e divulgados na nossa mídia. Infecção viral e maldição ancestral são as origens mais comuns. Claro que muita gente esquece que os zumbis (incluindo a palavra) vêm da tradição do vudu, onde um bokor (feiticeiro) pode reviver um morto e mantê-lo sob controle. A palavra se espalhou de tal maneira na cultura ocidental que é usada para representar qualquer tipo de pessoa que segue um determinado comportamento sem demonstração de mentalidade ou iniciativa própria – é só acrescentar um adjetivo, e você tem zumbis da moda, zumbis da tevê, zumbis da política… ora, claro que é inevitável que hajam zumbis da rede.
Rede aqui, que fique claro, se refere à rede mundial de computadores, a nossa querida Internet. Muita gente vai concordar que há bastantes usuários da internet que se assemelham à zumbis. Em termos de falta de cérebro, pelo menos. O que fazer se todas essas pessoas que passam a maior parte de seu tempo conectadas à rede se tornarem zumbis sedentos por cérebros alheios?
Caiu na Rede (ou: kkk morri brinks tô morto-vivão)
O cenário aqui proposto é exatamente esse: por meio de um tipo de manipulação mágica, pessoas comuns, conectadas à Internet, se tornam zumbis clássicos, sem mente e sem outro objetivo que não o de devorar os cérebros que deixaram pra trás.
A infestação começa em qualquer lugar que o Mestre achar interessante, mas grandes cidades funcionam muito melhor. Afinal, quanto maior a cidade, maior a chance de grandes quantidades de pessoas conectadas à rede. Um segundo foco de infestação são cidades de médio e pequeno porte, em regiões interioranas; elas estão muito mais conectadas do que o seu típico habitante de cidade grande vai admitir. Os poucos lugares realmente seguros são cidades REALMENTE pequenas, vilas, aldeias, fazendas, sítios e outros similares – desde que não conectados à Internet, que fique claro.
O método da infestação é simples: qualquer computador ativamente conectado à internet recebe pacotes de dados contendo um ‘gatilho’ mágico/místico visual que substitui o conteúdo da tela do computador em questão por um ciclo subliminar de imagens que ‘zumbificarão’ qualquer pessoa olhando para a tela, enquanto persistir a infecção. Você pode definir que esse ciclo leva algum tempo para agir, desse modo protegendo seus jogadores, ou ser verdadeiramente durão e definir o ciclo como tão rápido que a infecção é imediata e inevitável ao olhar para qualquer tela infectada.
Uma Chance de Sobrevida
Esse tipo de cenário é funcional se usado pelo narrador com a devida cautela. As chances de contenção são maiores que o usual, embora as soluções que envolvem tecnologia sejam mais difíceis de utilizar (leia-se: nada de bombas nucleares!)
Você também pode definir que redes isoladas, não conectadas à Internet, escapam da infecção, desse modo gerando um método funcional de comunicação local. Pelo menos por enquanto, rádios estão livres, assim como telefones celulares sem acesso à internet (ou que tenham acesso, mas não sejam usados nessa capacidade).
É um raro cenário em que os jogadores podem agir não só para sobreviver, mas para conter a infecção. E um esperança é um tema muito legal, se usado da maneira certa. Lembre-se, claro, de flutuar entre esperança e desespero – dê uma chance aqui, ferre com tudo ali – e você pode ter uma campanha memorável com os zumbis da rede.