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Apresentando originais para publicação

A Aventura-solo
Ok, o seu livro está revisado, registrado na Biblioteca Nacional, e teóricamente pronto para ser apresentado para um sem número de editoras. O que você faz?
Entra em contato com uma editora que pratique a linha editorial a qual se enquadra seu livro. Pede informações sobre a PRO (Política de Recebimento de Originais) da empresa, caso esta não se encontre disponível na internet. Vá para 2. Envia seu original como você acha que a editora deve recebê-lo. Vá para 1.
1. Seu original é sumariamente recusado destruído e nem chega próximo da mesa do editor. Você falhou em sua missão (e perdeu todos seus pontos de boa fama).
2. A editora lhe fornece informações para enquadrar o seu manuscrito (na era digital isso ainda existe?) a PRO da empresa. Continue lendo o texto.
Enviando ou Submetendo originais?
Um erro muito comum entre autores iniciantes é a ansiedade. Essa que os leva a cometer uma série de gafes e desarranjos na hora de apresentar seu trabalho para uma editora. Na ânsia de ver o seu material publicado muitos se esquecem de revisão, leitura crítica de conhecidos da área (não de amigos) e etc.
Muitos não submetem seu original para avaliação, apenas o enviam.
Pensem assim: apresentar um original para publicação é parecido com a entrega de um currículo em uma empresa qualquer – se o currículo não estiver de acordo com as necessidades da empresa, você não será contratado. E se a empresa exigir currículos dentro de um determinado modelo/padrão você deve seguir.
Submeter um original é ser submisso a PRO que o editor cria para padronizar os textos que recebe, no intuito de se certificar de que terá em mãos textos formatados de forma legível e confortável para análise. Ninguém cria essas políticas para dificultar a vida do autor, pelo contrário, visto que muitas vezes o autor não sabe como proceder para formatar seu texto na apresentação em editoras.
Enviar um original é passar por cima destas regras do editor.
E aí, jovem autor, eu pergunto: um editor possui o encargo de analisar materiais que desrespeitem as políticas da sua empresa?
Carta de apresentação
É uma carta simples que aprensenta a obra (uma sinopse) e fala um pouco do autor – se tiver o que falar. Não interessa para um editor saber que o autor possui 3 filhos, um pato, um pastor belga e mora em uma fazenda na groenlândia. Interessa saber qual o seu envolvimento com o mercado literário, se ele já possui alguma experiência, e que obras, por quais editoras, ele já publicou.
Olá (ou prezado) sr. Editor, veriquei o site da sua editora e imaginei se minha obra não poderia se enquadrar na linha editorial praticada pela editora “X”.
Vamos analisar essa frase a título de curiosidade: o autor informa que visitou o site da editora (ponto pra ele!) e imaginou se a obra NÃO poderia se enquadrar. Ok, isso é um vício de linguagem que virou cultura de massa, mas está completamente errado. Eu nem preciso responder o e-mail de um autor que já me avisa (mesmo sem intenção) de que o seu livro não poderia se enquadrar na nossa linha.
Meu livro chegou na editora?
A maioria das grandes editoras NÃO CONFIRMA o recebimento de originais, simples assim. “Que gente ruim” pensará o jovem e incauto autor que se aventura por esse, ainda, inexplorado mercado da literatura. No entanto, mal sabe ele que o fluxo de originais enviados para editoras costume ser enorme, com várias obras acumulando na mesa de um editor que, por mais boa vontade a amor a camisa que tenha, não consegue ler tudo. E acredite: grande parte dos editores gostaria, muito, de ler como o Superman. Sem entrar no mérito de que uma leitura crítica pode ser demorada e meticulosa.
Então, se você quer ter a certeza de que seu material chegou direitinho na editora de destino, use os serviços de Carta Registrada ou Sedex, dos Correios.
Meu material já foi analisado?
Não adianta, mesmo, bombardear a caixa de e-mails de uma editora com perguntas desse tipo 2 semanas depois do seu livro ter chegado na porta da empresa. Esse processo pode levar 6 meses ou mais. Não, ninguém leva 6 meses para ler um livro (ou não deveria). Se não entendeu releia o texto do intertítulo acima.
O que NÃO se faz
Acho que todos já entenderam que não é interessante pro autor desrespeitar a PRO da editora. Mas não custa frizar. Também é terrívelmente péssimo – com o perdão da redundância necessária – enviar livros que nunca foram publicados apresentados no formato de produtos. E aí eu falo de um investimento completamente morto por parte do jovem autor que paga um diagramador e um ilustrador para criar um livro físico (no sentido de produto) para apresentar para uma editora que, se fosse publicar, iria editar, revisar, diagramar e encomendar arte de capa de um ilustrador, fotógrafo ou designer. Opa, mas se o autor já fez isso, por que raios a editora faria?
Bye, bye
Por enquanto é isso que meu tempo/paciência permite. Acho que pude sintetizar as partes mais importantes para servir de um modesto guia para autores inexperientes submeterem seus originais para publicação.
Outras dúvidas postem por aqui, quem sabe rende um futuro artigo?

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