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Um pequeno desfato sobre licenças de RPG

Escrevendo sobre o anúncio da Evil Hat sobre o lançamento de The Dresden Files RPG no Ambrosia, me toquei sobre um daqueles “fatos irrefutáveis” que ocasionalmente ouvimos numa conversa sobre investir em RPG no Brasil: “Todas as boas licenças já estão nas mãos das editoras atualmente no mercado!“, certo, sei…
Bem, não, não estão. O que costuma rolar muito é insegurança e falta de conhecimento de bons jogos gringos que sempre surgem lá fora, as vezes sem grande pretensão além de serem apenas jogos indies, mas que são excelentes produtos.

Capa de Swashbucklers of the 7 Skies, da Evil Hat


O próprio The Dresden Files RPG é um exemplo: franquia que começou com uma série de livros de Jim Butcher, virou uma série de TV produzida pelo Nicolas Cage para o Sci-Fi Channel em 2007 e cancelada no mesmo ano. A série de TV foi exibida no Brasil através da TV a cabo pelo próprio Sci-Fi Channel. Então, você tem um RPG cuja licença não foi negociada no Brasil, muito mais barata que qualquer licença de grandes RPGs, com qualidade garantida por uma editora que vem ganhando medalhas praticamente todos os anos no Ennie’s e que é apoiada por uma série de romances e por um seriado na TV. E nem preciso comentar outros jogos da Evil Hat como Spirit of the Century, Don’t Rest your Head e Swashbucklers of the 7 Skies, todos grandes jogos cujas licenças não foram negociadas no Brasil.
E tem mais! Mouse Guard RPG. Cê sabe, os ratinhos que deram uma surra no D&D 4E no Origins deste ano e quase levaram o Ennie’s também, os quadrinhos são publicados aqui e portanto já existe um público consumidor da marca fora os nerds que lêem blogs de RPG e ouviram falar muito bem do jogo. Licença limpinha, ninguém comprou ainda.
CthulhuTech e Shadowrun e outros produtos da Catalyst Game Labs também não tem licenças negociadas no Brasil. E CthulhuTech é sobre robôs gigantes detonando os grandes antigos, o que pode ser melhor do que isso? Shadowrun tem uma história no Brasil, um jogo de PS3 recente e potencial suficiente  até para competir com alguns dos grandes jogadores no mercado Brasileiro, como M&M e 3D&T. E ambos ocupam nichos que estão vagos no Brasil: terror e aventuras futuristas.
E, espera, eu realmente preciso falar do Pathfinder RPG e outros produtos da Paizo? Não? Ótimo. Então, rapazes, está combinado. Da próxima vez que alguém surgir com esse “fato irrefutável”, simplesmente não levem mais o sujeito à sério.
Ah, sim, antes de fecharem a aba e abrirem o RedTube, uma pequena nota de agradecimento. Este é o artigo de número 500 do blog, passamos há um tempinho dos 7500 comentários e vai fazer dois anos que estamos falando besteira por aqui no próximo dia 5 de fevereiro. O pessoal do blog está quebrando a cabeça, e esvaziando os bolsos, para pensar em alguma coisa legal para dar de presente para vocês. Esperamos que continuem nos acompanhando nos próximos anos e que vejam chegar logo o milésimo artigo.
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