Leonel Caldela, autor da aclamada trilogia de romances de Tormenta entre outros títulos de RPG, falou um pouco sobre o seu novo romance a ser publicado pela Jambô Editora. Os trechos a seguir foram retirados do twitter do autor gaúcho.
“É fantasia medieval, mas fora do mundo de Arton. Não, eu não abandonei nem abandonarei Tormenta. Só estou escrevendo em um mundo próprio”, comentou o autor sobre o novo romance meses atrás. “Comparando com a trilogia, é bem menos fantástico, mais “realista”. A magia, por exemplo, pode ou não existir… Tem quem acredite”.
“O mundo não é tão detalhado ou extenso quanto Arton. Não tem objetivo de ser cenário de RPG. Existe como palco para as histórias”, disse sobre o mundo de seu novo livro. “O livro, como é de praxe, tem guerra, paredes de escudos, uns mistérios, uns milagres, umas mortes e bastante escatologia e sadismo”.
Sobre o enredo, Leonel soltou algumas dicas: “Uma Igreja toda-poderosa domina a terra conhecida. A Igreja tem seus generais, cardeais e uma espécie de papisa”, e continua, “Existe um passado extenso e parcialmente conhecido no mundo… Que o leitor vai ter de descobrir junto com os personagens”. “Em um resumo ultra-simplista, o enredo gira em torno de uma guerra civil, duas profecias e um grande criminoso herege”.
Sobre a narrativa e os planos para o novo mundo, Caldela foi direto: “Narrador em primeira pessoa. Dois volumes. Planos para outra história no mesmo universo”.
“Ainda não tem data [de lançamento], mas as coisas estão se encaixando rápido. Já tem título, mas ainda não sabemos quando, onde e como revelar”, confidenciou o autor.
Para não deixar os leitores de mãos abanando, segue um pequeno preview do novo romance, ainda não revisado:
Os homens ao meu lado começaram a se mover, eu me movi junto, mantendo a parede de escudos. Eles gritavam e eu gritei também. As fileiras caminhavam contra nós, cheios de armas. Começamos a avançar. Minha respiração ficou rasa, na garganta, e o coração subiu para se juntar, tudo na garganta, eu notei que fazia uma expressão meio ridícula, mostrando os dentes, era puro medo. Meu pênis estava encolhido dentro das calças. Caminhamos em direção ao inimigo. De repente, eles correram para nós. Um estouro de boiada, saíram da formação, o que fazia sentido, pois estavam em número maior, vieram numa onda, firmamos os pés, eu não sabia se havia firmado direito, firmamos os pés para resistir à carga. Olhei para baixo, para ver os pés dos meus companheiros e confirmar se estava fazendo direito, e o choque, eles encontraram nossa parede, fui jogado para trás com o impacto, bati a cabeça no meu próprio escudo, vi preto por um instante. Ergui os olhos, ergui a espada, quase cortei meu companheiro, pedi desculpas sem notar como era ridículo, estava seguro, duas linhas na minha frente, mas a primeira linha já caía. Havia apenas um guerreiro entre eu e o soldado alto, de barba incipiente de três dias, que puxava uma espada gosmenta de vermelho, e se preparava para atacar de novo. Fiquei com muito medo daquele homem.
— Deus! Deus! — ele gritava.
Eu não sabia o que gritar.
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Este artigo foi escrito pelo velho companheiro João Paulo “Moreau do Bode”, em colaboração ao .20, sigam o velho bode no twitter!