Diferentemente do padrão a que estamos acostumados — números de desempenho jamais divulgados ou, pior, divulgados por terceiros que nenhuma relação possuem com a empresa cujo desempenho é “analisado” — a Evil Hat Productions (FATE/Spirit of the Century, Don’t Rest your Head e o vindouro Dresden Files RPG, entre outros) divulgou seus números de vendas; não apenas totais, mas detalhados por trimestre em 2009. No link fornecido você pode explorar a informação completa, ao passo que abaixo reproduzo o total acumulado de vendas (do lançamento até o final de 2009, sendo não contabilizadas as vendas do trimestre final por parte da Indie Press Revolution, que ainda não passou o relatório referente à Evil Hat).
Penny for my thoughts: 342
Don’t Lose your Mind: 709
Don’t Rest your Head: 2473
Spirit of the Century: 4812
Spirit of the Season: 576
Swashbucklers of the 7 Skies: 814
Ainda que pequena, a Evil Hat é uma editora conhecida pela qualidade de seus produtos. Caso você confie em premiações, vale notar as recebidas pelos títulosda editora: Ennie de prata de melhores regras em 2007 para Spirit of the Century; Ennie de prata de melhor escrita em 2009 para Don’t Lose your Mind; Ennie de prata de melhor cenário em 2009 para Swashbucklers of the 7 Skies.
Espera-se que este ano a editora (finalmente) lance o Dresden Files RPG (depois de adiar inúmeras vezes). O sistema da casa, FATE, que é aberto sob a OGL (ainda que não seja um derivado do d20, mas do FUDGE), ganhou, ainda, um título de peso este ano, por parte de uma pequeníssima e iniciante editora composta por amadores competentes e perfeccionistas, o Diaspora, um RPG voltado para ficção científica hard. Um dos feitos do Diaspora foi enxugar o FATE (um pouco pesado em algumas partes, como a enorme lista de stunts), coisa que, esperamos que ainda em 2010, os criadores pretendem levar um passo adiante com o Soft Horizon, jogo de fantasia em que os personagens são épicos desde o começo. A editora em questão também divulgou seus números de vendas neste ano de 2009: 403 unidades vendidas diretamente e 140 por revenda. 543 unidades vendidas para uma empresa caseira que iniciou com investimento monetário próximo de zero e cujo livro é apenas disponível via print on demand (a editora não lida com pdfs ainda) pela Lulu.com não parece nada mal.
Será que esse hábito de transparência chega até o Brasil?