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Guerras Táuricas: o mundo de Arton nunca mais será o mesmo

Atendendo a pedidos do maligno Doutor Careca, aviso que o artigo a seguir contêm uma carga pesadissíma de spoilers dos mais recentes romances e suplementos para Tormenta, se você ainda não leu a trilogia da Tormenta pelo menos, e não quer estragar a diversão ao ler o livro: não continue. Por outro lado, se você ama spoilers assim como eu, delicie-se.
O mundo está em caos. A Tormenta avança, dominando o antigo reino divino da deusa decaída dos elfos, enquanto um exército de deuses menores sob o comando de Orion Drake obtêm a primeira vitória de Arton sobre os invasores Lefeu ao destruir a área de Tamu-ra e seu Lorde, Crânio Negro.
Como se apenas isto não fosse suficiente para abalar as estruturas do mundo, um verdadeiro turbilhão de eventos se sucedem a uma velocidade impressionante: o esquecido e maligno Deus Maior dos Dragões ressurge durante a batalha final de Orion Drake contra os Lefeu, assegurando a vitória do exército de deuses ? mas também tornando-se uma nova ameaça.
O príncipe Mitkov Yudennach III de Yuden se casa com a rainha Shivara Sharpblade de Trebuck, tornando-se rei do reino unido de Yuden e Trebuck, apenas para ser humilhado e destronado no ano seguinte pelo Imperador-Rei Thormy, em uma reviravolta diplomática sem precedentes.
Do norte, Mestre Arsenal completa sua impressionante máquina de guerra suprema e marcha com seus exércitos para mergulhar o Reinado em guerra. No sul, a Aliança Negra dos globinóides avança lenta e implacável, e seu líder é protegido pelo poderoso Deus Maior da Morte e dos Globinóides. Do leste surgem navios de exploradores Moreau, uma raça de humanos descendentes dos doze animais místicos, com uma forte crença religiosa completamente distinta da encontrada em Arton, tornando um conflito religioso iminente.
Para completar o mergulho do mundo civilizado em caos e guerra sem precedentes, Tapista, a poderosa nação dos orgulhosos minotauros inicia sua conquista dos reinos humanos ao oeste, dominando em silêncio o pequeno reino de Hershey, para em seguida efetuar um eficiente ataque-relâmpago com sua Marinha contra as principais cidades costeiras de Petrynia, dominando a capital e capturando o rei e os principais nobres do reino. E ainda que este pareça o evento menos notável entre tantos, provavelmente serão as Guerras Taúricas que transformarão profudamente a política do Reinado.

Problemas internos

Pois as invasões Lefeu, de Arsenal e da Aliança Negra ou os conflitos religiosos ocasionais com os Moreau são todos problemas externos ? invasões. As Guerras Taúricas são um evento interno ao Reinado. São reinos tecnicamente aliados se degladiando em uma guerra de conquista que acreditava-se ter ficado para trás séculos atrás na política do conglomerado de nações.
Já foi confirmado por Marcelo Cassaro em artigo aqui no .20 (Bastidores de Tormenta RPG: Raças) que os minotauros não perdem a guerra, e que “a importância da raça no cenário aumenta absurdamente” no novo livro básico que deve sair até o fim do ano. E se eles não perdem a guerra, significa que pelo menos uma parte das suas conquistas até agora se manterá ? seja o reino de Hershey, Petrynia, ambos e talvez até Fortuna, próximo alvo dos minotauros em sua campanha de conquista.
Como os minotauros, sozinhos, podem prevalecer contra mais de vinte reinos humanos com uma população que ultrapassa os cem milhões? Bem, esta é uma questão política e militar complicada, da qual os minotauros se aproveitaram para começar suas conquistas. O fato é que o Reinado precisa de toda a sua força combinada para lutar contra as ameaças Lefeu, globinóide e de Arsenal. Embarcar em outro conflito total contra Tapista é o caminho mais rápido para a desgraça do mundo. Por isso um acordo de paz com os minotauros parece ser a escolha mais lógica para o Imperador-Rei, e mesmo isso pode não ser suficiente para manter o Reinado unido.

E um rei partirá sua coroa em dois

Há vários meses um artigo na revista DragonSlayer já adiantava: no novo livro básico do cenário, o título de Imperador-Rei será partido em dois por Thormy, cumprindo com outra parte da profecia sobre Thwor Ironfist, líder da Aliança Negra.
Embora já tenha sido dito que isto vai acontecer, ainda não foi dito como vai acontecer. Thormy dividirá sua coroa com Shivara, colocando ela a cargo da guerra contra a Tormenta, enquanto ele mesmo cuidará da Aliança Negra e de outras ameaças? Ou será que haverá uma ruptura na organização política, com vários reinos formando uma nova coalização?
Entre as várias possibilidades uma me chama a atenção: e se Thormy, como parte do acordo de paz e em troca da desocupação de Hershey, Petrynia a Fortuna, oferecer ao Princeps Aurakas de Tapista parte do poder do Imperador-Rei?

Um novo líder para o Panteão

Outra novidade anunciada pela DragonSlayer para o novo livro básico do cenário é uma mudança na liderança do Panteão. Não, não acho que Tauron, Deus Maior da Força dos minotauros, se tornará o novo líder. Acho, isso sim, que as Guerras Taúricas serão o catalisador final para a queda de Khalmyr, Deus Maior da Justiça e da Ordem, como líder.
O fato é que se Tapista, após uma injusta guerra de conquista, receberem como injusto prêmio um papel de liderança no Reinado, a fé na justiça, o conceito fundamental da fé em Khalmyr, será muito menor. Como em Arton os deuses representam aspectos fundamentais da realidade, isso implicaria em perda de poder divino bruto para o Deus da Justiça. Colocando em xeque sua posição já delicada de líder do Panteão, após inúmeros fracassos como a volta de Szzaass, Deus Maior da Traição e Kallyadronoch, Deus Maior dos Dragões e do Poder, além da invasão Lefeu cuja solução ele até agora foi incapaz de encontrar.
E aí abre-se o espaço para que os candidatos a novos líderes do Panteão se apresentem: Keenn, Nimb e Kallyadranoch são as maiores apostas ? com os aspectos da realidade que eles representam, guerra, caos e poder, respectivamente, tornando-se mais importantes em Arton.

E o mundo nunca mais será o mesmo

Claro, a maior parte, senão todas as minhas suposições aqui podem estar erradas. Mas os fatos que mostram que o mundo mudou radicalmente estão todo aí, apresentados em peças ao longo das publicações do cenário nos últimos anos.
Tente montar o quebra-cabeça por si mesmo ou espere pela solução oficial: de qualquer jeito é divertido, e não é por diversão que jogamos RPG, afinal?

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