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Dragões! – Parte 1

Depois que fiz o post sobre Orcs, estou há tempos escrevendo sobre minha visão de Dragões.
Você já deve ter reparado que o nosso mundo (a Terra) divide, basicamente, os dragões em dois tipos. Os bons e os maus.
Os dragões maus são um símbolo ocidental para tudo o que é mau. Sob essa ótica, os dragões personificam a cobiça, o ódio e a bestialidade.
Enquanto os dragões bons são normalmente vistos no oriente, como seres divinos, sábios e bondosos.

Sob a minha própria ótica, os dragões representam a natureza (uma visão que surgiu quando vi o filme “Excalibur”). Enquanto a visão européia prega a natureza como algo mau, que deve ser dominado e moldado sob a vontade do homem, a visão oriental prega comunhão, aprendizado e reverência às forças da natureza.
Se for realmente isso, no final das contas não seriam os dragões como os Homens?
Alguns bons e outros maus?
A moça virgem, o dinheiro e o poder não são exatamente aquilo que muitos homens buscam?
Se sim, dizer que o herói saiu à caça de um dragão pode significar muito mais que apenas a derrota de um monstro.
Passa a ser uma jornada espiritual para redenção.
A morte do dragão, nesse caso, passa a acontecer durante a própria jornada do herói.
Matar um dragão é sublimar desejos básicos e ascender como uma pessoa virtuosa.
Esse pensamento é a origem para esse post.
Ele ainda não está completo. Começou a ficar grande demais e resolvi publicá-lo logo, antes que virasse um livro e eu passasse 3 meses escrevendo apenas ele.
Lá vai!

Dragões: Eles existem!

Dragões são criaturas sobrenaturais e todos os estudos que tentavam dar algum embasamento científico à existência dessas criaturas falharam miseravelmente.
Não há explicação alguma que sustente a existência de criaturas tão diversas, e com habilidades tão díspares, como os dragões.
O único fato do qual dispomos é que existem coisas que estão muito além da compreensão mortal.
Assim, para fins desse estudo, estarei apenas detalhando o que já sabemos sobre essas criaturas.

O Domínio do dragão

O domínio de um dragão é a região que ele escolheu para morar, que pode ser uma floresta, um pântano, um lago, etc. Esse território terá uma importante influência sobre dragão.
Como o dragão é uma faceta dos espíritos da natureza (alguns estudiosos chegam a considerá-los avatares desses espíritos), ele se relaciona estruturalmente com o ambiente ao seu redor. Podendo alterar o terreno, ou ser alterado por ele.

Depois de escolher a região onde irá residir, o dragão pode se conectar espiritualmente ao local, o que lhe confere alguns poderes sobre os arredores.
O principal poder que um dragão tem sobre seu domínio é saber o que se passa naquela região. Um dragão sempre sabe quem entra e quem sai da sua morada.
Quanto mais tempo o dragão vive em um lugar, maior o seu domínio sobre ele.
Assim, com o passar dos anos, um dragão pode chegar ao ponto de controlar o clima do local, criar tempestades, controlar nevascas (ou erupções vulcânicas), influenciar as marés, etc.

A conexão com o seu território demanda concentração e esforço (uma espécie de meditação que costuma levar dias) por parte do dragão, o que muitas vezes é confundido como sono ou repouso por parte de aventureiros inexperientes.
Mesmo com a confusão, o momento em que um dragão se conecta com seu território é muitas vezes a melhor oportunidade para se aproximar de um dragão, já que sua atenção estará dispersa.
Outro poder importante derivado do seu território é o seu sopro e forma. Durante a conexão ao novo domínio, um dragão pode optar por adaptar sua forma, cor e sopro ao novo território.

Além disso, após a conexão, o dragão também pode optar por alterar a região ao seu redor, adaptando-a a sua presença. Assim, ele pode transformar florestas em pântanos, criar erupções vulcânicas em terras geladas, ou mesmo controlar o clima e as marés.
A mudança de forma e cor acontece de forma semelhante à de uma cobra que muda de pele, com as antigas escamas se desfazendo e descolando do corpo.

Os 5 sentidos

Dragões possuem sentidos incrivelmente aguçados.
Além de conseguirem observar criaturas se movendo a 5 quilômetros de distância, conseguem distinguir cores e detalhes à quase 1km de distância.
À noite sua visão ainda é igualmente aguçada, podendo observar movimento à cerca de 2 quilômetros, observar detalhes à meio quilômetro e enxergar claramente até cerca de 100 metros de distância.
Seus demais sentidos são tão apurados quanto sua visão.
O olfato/paladar são muito aguçados, inclusive a língua do dragão , como a de muitos répteis, pode ser usada para sentir aromas. Um dragão pode identificar a espécie de um indivíduo sentindo o seu cheiro ou gosto.
Quando um dragão está deitado sobre o solo, ele pode sentir a aproximação de criaturas também por meio do tato. Sua sensibilidade pode captar até mesmo os passos mais cuidadosos se aproximando. Obviamente, o sentido do tato é mais aguçado na parte inferior do corpo (por isso ele precisa estar deitado para aproveitar toda sua capacidade perceptiva tátil), onde sua armadura natural de escamas é menos guarnecida.
Devemos observar que o sentido do tato (juntamente com a resistência da sua pele) de um dragão varia conforme o seu domínio. Dragões marinhos possuem pele mais fina, e o sentido do tato (que o faz capaz de sentir vibrações na água) é muito mais ampliado que um dragão que vive sob o solo (de pele mais espessa, e de audição muito mais apurada).
A audição de um dragão normalmente é fina e capaz de filtrar barulhos importantes e separá-los de outros sons. Essa capacidade de concentração é fundamental quando o dragão está sob o solo, já que ele consegue discernir ecos e pequenos barulhos, dos causados por passos sutis de aventureiros. Sua audição também é importante para o seu equilíbrio, especialmente durante o voo.

O voo

Apesar da maioria dos dragões possuírem asas, podemos afirmar que o seu vôo não é inteiramente natural, mas é auxiliado grandemente por suas habilidades mágicas.
Alguns dragões, mesmo sem possuírem asas, apresentam a capacidade de voar.

A motivação

Embora muitos estudiosos acreditem que os dragões desejem riquezas infindáveis como objetivo de suas existências (sobrepujando a fome, segurança ou abrigo), na verdade a motivação varia de dragão para dragão.
As ambições humanas sustentam um dragão. São seu alimento espiritual. E se há uma palavra que melhor defina suas motivações, seria “desejo”.

Assim, o desejo de ser mais poderoso, rico ou belo consomem o dragão, como consomem um Homem, um Elfo ou um Anão.
Isso explica a fome dos dragões por fêmeas virgens. Alimentar-se de uma dessas é de um forte simbolismo, especialmente quando a fêmea se dá em sacrifício. Um alimento para seu corpo e seu espírito.
Essa cobiça infindável, reflexo da própria alma humana, é a maior fraqueza dos dragões.
Além do desejo, existe o orgulho.
Os dragões são incrivelmente vaidosos e confiantes. Frequentemente seu excesso de confiança faz com que façam julgamentos indevidos quanto à força de seus oponentes

Forma física

As formas dos dragões variam de acordo com o seu habitat. O dragão pode se adaptar ao terreno durante a conexão com seu novo domínio. As formas mais conhecidas de dragões são:

Também é muito comum a mudança de forma no decorrer das estações do ano. Enquanto na primavera os dragões preferem formas aladas e podem ser encontrados em todas as regiões, no outono os mesmos vagam pelas florestas e savanas. No verão, os lagartos habitam as águas de lagos, rios e oceanos, e no inverno eles se recolhem sob a terra.
Obviamente, nem todos os dragões são nômades eternamente. A imensa maioria prefere encontrar um domínio e lá se estabelecer.

Dragões: Como se defender

Cada dragão surge no mundo como a representação de um vício humano. Os dragões se alimentam quase que espiritualmente desses vícios, e se tornam maiores e mais fortes.
Os sentimentos frequentemente associados aos dragões são:

Apesar de ferozes, um dragão se sentirá enfraquecido na presença de um herói que tenha se livrado de todos esses vícios. Na maior parte das vezes, o dragão optará por fugir do combate quando confrontado por um herói realmente virtuoso.

Assim, a jornada para enfrentar um dragão deve ser encarada não apenas como uma aventura física, mas uma jornada espiritual em busca do amadurecimento e elevação.

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