Você junta.
Isso foi algo que me aconteceu na última sessão de jogo.
Um dos meus jogadores estava sucessivamente faltando as sessões de jogo, e deixei seu personagem – Vendwall, o mago – ser controlado por outro jogador.
Assim, Flimbo, o psiônico, e Vendwall, estavam sendo usados pela mesma pessoa.
Um dia, esse último jogador veio falar comigo, reclamando que não queria mais controlar os dois personagens, mas dizendo que estava adorando jogar com o mago. Não pelo personagem em sí, mas pelas inúmeras possibilidades de ação que ele tinha.
Ele queria largar os dois PCs e fazer um mago, no entanto, gostava da personalidade que tinha imaginado para o psiônico.
“Ok.” – Eu disse. – “Faça um novo personagem que vou introduzí-lo na campanha assim que puder”.
E ele fez a ficha junto comigo. O PC final ficou muito parecido com Flimbo, mas agora com magia, e alguns detalhes puxados de Vendwall.
Na sessão seguinte, dei início aos meus planos.
Os PCs estavam lidando com zumbis que sequestravam pessoas, e sofreram uma emboscada.
Uma horda de zumbis apareceu e, após um combate bastante tenso e sanguinolento, Flimbo e Vendwall caíram sob o ataque, sendo levados reféns.
O restante do grupo ficou bastante apreensivo, sendo essa a primeira morte de PCs que eles presenciaram.
Ao final da cena, fui xingado de tirano, monstro, ladrão, etc…
E a aventura seguiu seu rumo, com os demais aventureiros seguindo em direção ao castelo do inimigo final.
Um dia de viagem depois, os PCs chegam ao seu destino.
Investigaram aqui, investigaram alí, até que encontraram um laboratório, com muito sangue e partes de corpos empilhados.
Sobre uma maca, um corpo estendido.
Flimbo estava deitado, com várias cicatrizes e pontos costurados pelo corpo inteiro. Rosto, cabeça, braços e barriga.
O psiônico era uma colcha de retalhos.
O mais legal foi quando eu disse:
“(…) e Flimbo abre os olhos.”
Surpresa geral. Pessoas dizendo:
“Como assim?” e “O que?!”
“Ele abriu os olhos?!” – Foi o que gritou o criador de Flimbo, surpreso.
“Sim.”- Respondi. – “Cadê a nova ficha?“
E ele, com um super sorriso, procurou a ficha no meio de uma dúzia de papéis.
E, ao final da aventura, o jogador me disse:
“Pensei que os personagens tinham morrido mesmo! Que você tinha matado os dois só pra eu entrar com o novo, mas assim foi muito melhor!!!”
O inimigo final (uma espécie de múmia) fazia experiências com os zumbis. Ele roubava partes de suas vítimas para se manter “vivo”.
O problema é que ele sempre matava seus espécimes em suas tentativas, e Flimbo foi sua primeira vitória… até que os aventureiros chegaram e acabaram com seus planos.
Casou bonitinho com o enredo.
Só tive uns probleminhas na execução:
Questão 1:
Eu queria que os 2 PCs fossem sequestrados. Para isso, exagerei na quantidade de inimigos que eles enfrentariam.
Os jogadores nunca tinham enfrentado tantos inimigos juntos, por isso sentiram que esse era um combate impossível de ser vencido.
Rolou um certo desespero da parte deles.
🙂
Questão 2:
Alterei os stats dos zumbis para que eles fossem muito difíceis. No entanto, não foi um desafio impossível, já que os aventureiros venceram, no final.
O problema é que eles eram tão fortes, que os jogadores ficaram achando que eu estava alterando as jogadas de dados.
Questão 3:
Foquei os ataques nos 2 PCs, deixando os demais aventureiros atacando os zumbis.
Fiz isso porque os inimigos estavam em grande número, e os atacantes eram fortes. Eu não queria que outros PCs caíssem nesse combate.
O problema é que os jogadores perceberam que eu queria matar os dois PCs, e por isso ficaram achando que foi maldade minha contra o jogador.
Só mais tarde, quando o novo personagem surgiu, o clima se desfez.
Da próxima vez, tenho que disfarçar melhor meus planos.