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O que eu acho do Pathfinder

De vez em quando as pessoas perguntam minha opinião sobre o Pathfinder. Normalmente isso acontece logo depois de eu dizer que acho ele uma porcaria. Bom. É verdade. Eu acho o Pathfinder uma porcaria. Mas entendam, não acho ele uma porcaria por gostar do Dungeons & Dragons 4ª Edição. Esse mérito o Pathfinder conseguiu sozinho.
Querem saber o motivo?

Basicamente a minha encrenca com o jogo é que ele se vende como um sistema que corrige os problemas do Dungeons & Dragons 3ª Edição e de quebra mantém a compatibilidade com o mesmo.

Eu não acho que isso seja possível. Que haja uma área entre corrigir o D&D 3e e manter a compatibilidade que seja grande o bastante para colocar um jogo. Muitos dos defeitos da 3ª Edição estão integrados demais ao sistema para serem corrigidos sem descaracterizar muito do jogo.

Não posso mentir: a arte está linda. Quase me faz comprar o Pathfinder para usar como livro de mesinha do centro. Pena que eu não tenha uma mesinha de centro.


Além disso, basta ler o livro e ter jogado D&D 3e para ver que as mudanças que eles fizeram simplesmente não ajudam em nada na correção do desequilíbrio de poder entre os conjuradores e não-conjuradores (de longe um dos pontos de maior reclamação desde poucos meses depois do lançamento da 3ª Edição). De fato, o jogo aumentou o poderio dos conjuradores, o que aumentou todo o desequilíbrio.
Para terem uma idéia: os fãs pediram para diminuir o poder do guerreiro (aquele que é o mais lascado na história da 3e) quando resolveram dar para o cara uma resistência a dano igual ao
nível! Disseram que estava muito poderoso!
Aliás, os fanboys do sistema contribuem muito para o Pathfinder não funcionar. Eles são de longe os mais agressivos em elogiar cegamente o sistema e só servem para gerar ecos para os game designers. O que é péssimo do ponto de vista de quem quer melhorar o jogo, porque eles deveriam se esforçar em apontar as falhas do jogo, e não em bajular os autores! Me lembram muito parte da fan-base de Tormenta que me fez parar de freqüentar o fórum de Tormenta da Jambô e a Lista Tormenta. Eles não questionam a qualidade do que é feito. Parece que têm medo de perder a carteirinha de fã do jogo!
E depois comemoram quando para a equipe entram Monte Cook e Sean K. Reynolds, que são autores sensacionais (ainda mais juntos), mas notórios por desequilibrar as coisas para o lado dos conjuradores!
Além disso, quanto mais inovam no jogo, mais distantes ficam do D&D 3e. O que é ótimo, eu acho melhor buscar tornar o jogo mais redondinho do que prender-se em função de uma compatibilidade que nem sei se é tão benéfica para alguém que quer vender um livro básico. Mas não me venha com este papo de compatibilidade, porque hoje em dia o jogo é tão compatível com a 3e do que o True20.

Eis a capa do Pathfinder


Se tivessem jogado para as cucuias essa história de compatibilidade e feito um jogo mais estilo Earthdawn – para quem não conhece, neste jogo até a habilidade do guerreiro de empunhar a arma é algo mágico relacionado ao caminho que ele escolheu na vida – onde todo mundo fosse logo conjurador, eles provavelmente teriam um produto incrivelmente melhor hoje. Mas eles não largam desta ilusão da “compatibilidade” com a 3e. Para mim isso só é mantido para o Erik Mona posicionar-se diametralmente oposto à 4e (e portanto totalmente grudado na 3e, vai entender) para agradar à maioria dos fãs deles: os desafetos da nova edição do Dungeons & Dragons.
Para não falar apenas mal do jogo: eu acho as ilustrações do Wayne Reynolds muito bonitas e o jogo tem algumas inovações legais. As mudanças que fizeram no feiticeiro, bardo e paladino tornou as classes bem mais interessantes de serem jogadas.
Ainda assim, acho que ele é muito aquém ao alarde que fazem. De fato, eu não jogaria ele por ter os mesmos problemas da 3.5, que eu parei de jogar antes de sequer saber do Dungeons & Dragons 4ª Edição.
Mas, claro, é apenas a minha opinião sobre o jogo. Qual é a sua?
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