A estratégia comercial da Jambô Editora para o Mutantes & Malfeitores começa a ficar mais evidente com o próximo título a ser lançado: Agents of Freedom. Depois de uma pequena polêmina no fórum da editora sobre o livro precisar ou não do cenário Freedom City para funcionar, Guilherme Dei Svaldi fez alguns comentários concisos por e-mail (destaquei o que achei mais interessante em negrito).
A moral, muito resumidamente, é que:
1) Agents of Freedom NÃO precisa de Freedom City, assim como a Trilogia do Fogo das Bruxas não precisa do Guia de Personagens dos Reinos de Ferro;
e
2) Nossa idéia com M&M é oferecer um jogo de RPG com regras versáteis e boas para qualquer estilo, cenário e gênero. Em outras palavras, a idéia é que M&M ocupe o nicho de GURPS, já que a Devir abandonou essa marca. Por isso vamos lançar suplementos de gênero, começando com Agents of Freedom, que serve para campanhas modernas de espionagem e ação.
Mais uma vez, a Jambô mostra que não dá laço sem nó, apesar da estranheza inicial dos fãs. Faz sentido, levando em conta a boa vendagem do livro básico de M&M, abrir o leque de prováveis compradores dos suplementos. Essa característica adaptável do sistema, aliás, me lembra o 3D&T. Assim como M&M, ele surgiu primeiramente para um gênero específico e acabou sofrendo adaptações e adições que o transfomaram em um sistema genérico em última análise.
Só que 3D&T nunca poderia assumir o nicho de GURPS como a Jambô agora aposta que M&M pode. E é bastante provável que possa mesmo. M&M divide muitas semelhanças com GURPS. Ambos são essencialmente simples mas com potencial para resolverem situações complexas, embora o primeiro tenha soluções mais arrojadas e modernas comparadas com a 3ª edição de GURPS publicada no Brasil. O que é de se esperar ao comparar um sistema publicado na década de oitenta lá fora com outro com poucos anos de vida.