Ícone do site RPGista

Entendendo a crise com o RPG

Um grupo de aventureiros se une e parte para uma vida de aventuras, defendendo o reino de dragões, invasões de orcs e hordas de mortos-vivos.
Os aventureiros ajudam o Rei, defendendo sua família de magos inescrupulosos e também resgatam princesas de bárbaros terríveis.
Com suas recompensas, os aventureiros compram poções mágicas e itens encantados. Pagam pela ressurreição de companheiros desencarnados e adquirem novos equipamentos.
Assim a vida dos heróis transcorre feliz e sem maiores problemas.
Um belo dia, um DM transloucado diz:
“- Vocês estão muito poderosos! Vou diminuir o XP ganho matando criaturas e começar a recompensá-los pela interpretação!”
Aí ferrou.
Sem XP que motive a peleja contra o mal, os jovens aventureiros agora envelhecem e arranjam esposas e filhos. Agora, não podem mais colocar suas vidas em risco, pois precisam sustentar seus rebentos. Além disso, deixar sua casa por meses nunca é algo bom para a fidelidade matrimonial.
Os aventureiros arrumam empregos “de verdade”.
Com isso, as maiores confusões nas quais se envolvem são com a política local, a escolha de um sucessor para o governador e a venda de cereais na praça do mercado.
Os preços das poções e itens mágicos despencam, porque ninguém mais os compram.
Em especial, o preço de itens mágicos fica completamente volátil, pois não possui mais o abastecimento regular por parte dos aventureiros.
Sem os recursos obtidos com ressurreições, templos majestosos são fechados ou vendidos, e são transformados em cinemas.
Além disso, ferreiros e tavernas fecham suas portas, sem a visita constante dos seus antigos clientes.
Mineradores anões não conseguem vender seu minério aos ferreiros (que fecharam as portas), o que provoca uma falta de moedas de ouro enorme nos reinos sob as montanhas.
Vinícolas, cervejeiros e prostitutas são obrigados a mudarem de ramo, já que seus serviços – anteriormente muito requisitados – sofrem com a súbita baixa na demanda.
As hordas de orcs se multiplicam, dominando as regiões ao redor da cidade. As 9 filhas do Rei são sequestradas por bárbaros e ficam grávidas, enquanto um exército de mortos-vivos marcha na direção do reino dominando todos os reinos no caminho. Além disso, um casal de dragões se muda para a montanha próxima e bota dezenas de ovos.
Enquanto isso, o ranger – agora um criador de gado – briga com sua filha por causa do novo namoradinho dela.
O guerreiro – agora padeiro – sofre com a falta de farinha (que era trazida de outra cidade, mas cuja estrada fechou por causa dos orcs) e se preocupa com os ratos que cismam em entrar na padaria durante a noite.
Já o mago – que não sabe fazer outra coisa – está empobrecido porque tinha a maior parte do seu patrimônio em itens mágicos – cujo preço é irrisório agora – e tenta tirar algumas moedas de ouro especulando nesse mercado, agora altamente volátil.

Sair da versão mobile