Passeando pela Zona Neutra, lí um post bacana sobre um jogador que não se adequou ao estilo de jogo do grupo.
Acabei me lembrando de uma época em que jogava AD&D com um grupo ultra-mega-overpower.
Quem descreve a quarta edição como “video game de papel” não imagina pelas aventuras que passei com esse grupo (nessa época surgiu o Taranis, com o qual jogava sempre).
O pessoal era gente boa até o fim, mas que nós jogávamos video game de papel, ah jogávamos!
A primeira vez que tive a sensação foi quando o grupo estava caminhando, já com muitos níveis, e encontramos 2 goblins.
Depois de destruirmos ambos, encontramos uma adaga que sugava HP dos inimigos.
Isso não é meu estilo. Itens mágicos caindo de 2 goblins?! Era “Gouls and Goblins” puro!
Nós tinhamos tanto dinheiro que comprávamos itens mágicos no mercado!!!
E piora…
Você já ouviu o termo “overpower”?
No 11 nível, o ranger e o guerreiro já davam – cada um – mais de 100 pontos de dano por turno (obviamente “buffados” e com toneladas de itens mágicos).
Em UM round matamos um cérebro ancião Mind Flayer.
Poucas sessões depois matamos o Tarrasque.
Muito disso era devido à regra de “pega o que tiver de melhor na primeira e na segunda edições e coloca no personagem”.
ISSO é overpower.
Embora não fosse o meu estilo de jogo, foi divertido o suficiente para me manter frequentando a mesa durante alguns meses. Depois disso, não consegui mais ir aos jogos.
Na minha opinião, o RPG é para divertir. Se você não se diverte em uma mesa, não tem porque continuar jogando.
O cara pode até ser meu amigão/esposa/marido, mas não é porque meu amigão gosta de pular de para-quedas que eu vou pular também.
Meu grupo atual não tem o mesmo estilo que eu, mas nesse caso, pelo menos eu sou o mestre e consigo fazer meus ajustes. Naquela época, nem isso.
Depois de uns 2 ou 3 meses, não foi difícil encontrar outras coisas mais divertidas para fazer. Hoje, eu nem sei como joguei aquilo tanto tempo… acho que era só “jogar pelo simples ato de jogar”.