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Mephisto – Destruindo seu Mundo de Jogo

Mephisto
Destruíndo seu Mundo de Jogo
Para quem acompanha a tragetória do cenário de Gandara com certa frequência, a figura tarimbada de Mephisto já deve ser conhecida. Ele é o demônio detruidor de divindades que levou o apocalipse até Gandara (o mundo steampunk do cenário InfernoMovido a Vapor ) e depois partiu para destruir outros mundos. Apesar de gostar muito de Gandara pelo que nós já temos do lugar, posso dizer que gosto mais ainda de Mephisto.
O mais interessante nisso tudo, aliás, é que o conceito de Mephisto é universal. Ele não precisa fazer parte apenas de Gandara, e nada lhe impede de surgir, amanhã, no seu mundo de campanha. Pensando nisso, resolvi trazer até vocês uma pequena idéia do que é Mephisto e o que significa a sua chegada ao mundo.
Conhecendo a Lenda
Antes de nos inteirarmos dos efeitos, é melhor conhecermos bem a causa. Vamos compreender o que é Mephisto, e porque ele é o pior pesadelo do panteão de seu cenário de jogo. Existem duas forças no universo que não podem ser detidas. A primeira delas é a energia da vida, Binah, que se expande através dos mundos presenteando-os com a centelha da criação. Nos planetas que foram tocados pela vida a evolução ou a magia fazem com que uma quantidade quase que infinita de novos seres surjam num ciclo de nascimento, maturação e procriação por eras, sempre procurando melhorar, se adaptar, evoluir. É assim desde o início dos tempos.
Já a outra força, antagônica, é igualmente impossível de ser detida, e que assim como faz a vida, viaja de mundo em mundo, mas por sua vez pondo um fim na criação. Cochmah, o mal, a centelha da morte. Uma entidade que destrói encerrando ciclos. No entanto, a evolução da vida acabou gerando seres muito poderosos em certas realidades. Seres cujo poder ultrapassavam a mera esfera mortal. Eram os deuses, a representação máxima da Vida, criaturas eternas e de poder quase irrestrito.
A mera existência dos deuses era suficiente para que um mundo já destruído fosse reconstruído dentro de poucas eras. Assim a Morte também precisou aprimorar-se se desejava triunfar algum dia sobre a Vida. Para isso, Cochmah criou um avatar. Uma criatura tão perversa que os próprios deuses eternos cairíam de joelhos perante ele. Foi o nascimento de Mephisto. O Destruidor de Mundos e matador de divindades. O maior flagelo que o universo já viu
O Abismo
Mephisto viaja através dos planos rasgando as dimensões. Sua presença distorce o espaço-tempo criando um túnel sem fim semelhante a um buraco-negro chamado de Abismo. Através do Abismo é possível regressar por todo o caminho feito por Mephisto ao longo das eras, até o dia em que ele surgiu. De tão gigantesco, este túnel abriga em seu interior mundos inteiros formados por lapsos de tempo. São verdadeiros sub-planos infernais, geralmente dominados por demônios menores que escaparam de algum mundo destruído.
A Chegada
Quando chega a um novo mundo, Mephisto provoca um rasgo nos céus por onde parte do Abismo escorre e se instala como um vírus. Não é incomum que desastres meteorológicos de grandes proporções ocorram no mesmo instante, em especial devido a violência do golpe necessária para rasgar a realidade. Os dois mais comuns são o Maelstron, um furacão eterno capaz de sugar a realidade e a Fenda um corte nos mares por onde a água dos  oceanos se infiltra, desaparecendo em poucos séculos.
Um segundo efeito colateral é a imediata morte da Magia. Caso existir alguma fonte mágica no mundo destinado ao fim, ela perece em agonia dentro de poucos dias. Criaturas intrisicamente mágicas (como certas fadas ou seres faéricos) tem o mesmo destino. Artefatos e pergaminhos param de funcionar dentro de quatro dias, poções e ungüentos místicos se tornam inócuos dentro de duas semanas. Cidades ou outras construções que existiam magicamente (como cidades voadoras ou torres e salões maiores por dentro do que por fora) implodem ou caem dos céus nos primeiros dois meses.
O Sol do Mundo começa a perder força imediatamente, para nunca mais se recuperar. A temperatura média do mundo irá decair um grau a cada década até o zero absoluto, tornando-se então completamente árido e morto. O próprio sol irá apagar, transformando-se numa anã branca em pouco mais de mil anos. O mundo, igualmente, não será mais capaz de gerar vida. Os vegetais são os primeiros a sentirem o efeito da presença de Mephisto. Colheitas serão mais fracas a cada ano até que campos inteiros transformem-se em desertos.
Florestas secam a olhos vistos, com árvores centenares morrendo sem causa aparente, e grandes rios transformando-se em pântanos mortos. A fecundidade dos animais também é comprometida. Primeiro as criaturas de pequeno porte extinguem-se dentro de poucos anos (como pássaros e roedores), depois raças maiores passam pelo mesmo processo até que por fim as raças inteligentes passam a reproduzir-se cada vez menos até desaparecer.
Estes efeitos são irreversíveis por meios mundanos, acontecendo em todo o mundo e não existindo forma alguma de escapar. Viagens planares tornam-se impossíveis com o fim da magia, e portais mágicos não funcionam como deviam até pararem de funcionar completamente. Reinos divinos, caso existam, costumam surgir naturalmente sobre alguma parte do mundo, anexando-se ao plano primário. Planos elementais se desfazem, caíndo uns sobre os outros. Acredita-se que as divindades sejam capazes de reverter o processo antes de uma catástrofe global. No entanto, Mephisto não está aqui apenas para condenar o mundo a morte. Ele veio para matar.
A Guerra
Uma vez no mundo escolhido, Mephisto parte para a batalha. Cada novo reino divino que “cai” sobre o globo é atacado por ele e por uma horda de seguidores demôniacos, que matam qualquer coisa que se mova e então tomam posse das ruínas. A própria divindade é morta por fim, e seu corpo é abandonado por Mephisto. A partir deste momento todos os clérigos daquela divindade no mundo perdem seus poderes divinos, não sendo mais capazes de curar ou abençoar.
A própria igreja é desmoralizada, e não é incomum uma revolta popular dos devotos que se sentiram enganados ao longo dos anos. Suicídios em massa e guerras civis são comuns neste estágio. Rancores antigos também retornam com força, não sendo incomum que a prática de genocídeos se espalhe. Igrejas antagonicas são propositalmente poupadas num primeiro momento, para incentivar a batalha entre elas, enfraquecendo-as para o golpe final. No entanto, nenhuma divindade do lugar é poupada.
A Partida
Após todo o mundo ter sido condenado e as divindades mortas, Mephisto dorme por cinquenta anos para recuperar-se de algum ferimento ou do simples desgaste antes de partir para o próximo mundo. Neste período o tempo não passa para aquele lugar, permanecendo numa espécie de torpor insano onde tudo e todos são inimigos. O lugar onde o demônio repousa queima, e a terra se transforma em cinzas. Nunca mais nada será capaz de nascer ali. Uma vez recuperado, o Devorador abre um novo rasgo nos céus e parte por ele, deixando o mundo destruído para trás.

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