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Crise (de verdade) e como ela vai afetar o RPG

A crise financeira mundial é a pior desde 1929. Ok, você já está careca de ouvir isso. Mas como a crise de crédito vai afetar o mercado de RPG? A princípio, em nada. Por que praticamente nenhuma editora em sã consciência trabalha com financiamentos. Acontece que o fluxo de caixa na indústria de livros em geral (e não só de RPG) é muito lento, e as taxas dos financiamentos, por menor que fossem, acabariam por destruir as margens de lucro antes mesmo que elas se formassem. Mas a crise de crédito ainda vai ter efeitos sobre o nosso mercado, por vários motivos. O Guilherme Dei Svaldi, editor-chefe da Jambô Editora, comentou sobre o assunto no fórum da editora.

Agora, dizer que a crise de crédito não irá afetar de nenhuma maneira seria prepotência. Como qualquer outra empresa, a Jambô está inserida num contexto macroeconômico que é influenciado por inúmeras variáveis. Por exemplo, a disparada do dólar vai tornar mais caro comprar licenças estrangeiras, alem de aumentar o custo de gráfica.

Ou seja, vai ficar mais caro produzir livros de RPG no Brasil. Conseqüentemente, os preços dos livros devem aumentar daqui pra frente, dependendo da variação da taxa de câmbio. Se ele estacionar na atual margem de R$ 2,20, provavelmente não veremos diferenças grandes, mas se ficar perto dos R$ 3,00, prepare seus bolsos.

Calma, isso não é uma crise, você não precisa se descabelar imaginando se as editoras vão atrasar ou cancelar seus lançamentos. O que acontece é que, a partir de agora e enquanto perdurar essa crise, vai ficar mais difícil para uma nova editora se estabelecer no mercado, e as editoras já estabelecidas devem agir com mais cautela. O que por um lado é bom, evita diarréias de títulos ruins, coisa típica de um mercado em boa saúde, como aquele que vínhamos tendo nos últimos anos.

Outro lado bom é que a desvalorização da nossa moeda deve beneficiar bastante os autores, ilustradores e outros profissionais que atuam no mercado internacional, como a Secular Games, o Leonel Domingos e o Ig Guará, entre outros. O que nos leva a próxima questão, não seria uma boa hora das empresas Brasileiras seguirem o exemplo da Secular e investirem no mercado de PDF gringo? É um mercado consolidado, onde os custos de produção são pequenos, assim como o risco, e onde você tem um retorno em dólares.

Ainda é cedo para determinar todos os efeitos que a crise financeira pode ter sobre a economia do livro. Por exemplo, a crise ainda não está afetando a economia real, quando isso acontecer, você pode começar a ficar preocupado com uma refreada na avalanche de títulos que estamos tendo.

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