Finalmente, depois de ter sido desafiado pelo meu xará, terminei o texto sobre o que eu acho do 3D&T.
Levei uma semana para ler o material do novo 3D&T e mais alguns dias para terminar de escrever. Como disse antes, eu nunca tinha tido contato com NADA 3D&T e realmente não sabia o que esperar.
No final das contas, acho que foi bom porque li o livro com um approach mais neutro.
Comecei a ler tentando imaginar um iniciante pegando o livro e tendo seu primeiro contato com o RPG, coisa que sempre faço.
Pra você ver o tamanho do meu desconhecimento, só fiquei sabendo que realmente era um livro para iniciantes lendo a introdução.
De uma forma geral, eu gostei do sistema. Muito simpático.
É claro que não pretendo mudar de sistema de jogo por causa do 3D&T. Como o próprio sistema se assume, “é um sistema para iniciantes”, e eu realmente sentiria falta de alguns detalhes que outras regras possuem, mas ele consegue cumprir tudo aquilo a que se propõe.
Em vááários pontos do texto ele me lembrou o velho sistema do “Aventuras Fantásticas”. Acho que isso se deveu principalmente pelos poucos atributos, aliás, o maior ponto fraco do sistema na minha opinião.
Se eu tivesse que fazer um personagem em 3D&T, COM CERTEZA ele teria os 5 pontos (o máximo permitido na criação de um PC) em “Habilidade”.
O sistema é super, total e completamente dependente desse atributo. Todo mundo usa para TUDO.
Se eu entendi direito, a “Habilidade” conta inclusive no cálculo do dano (que é derivado da “Força de Ataque”).
Achei estranho isso. O próprio texto dá o exemplo de uma ninja e diz que para ela dar muito dano deveria ter Força alta, não Habilidade. Da forma como está, com o dano sendo calculado dessa forma, a Habilidade também conta no dano, e assume um papel indispensável para qualquer personagem.
Tenho a impressão que o 3D&T poderia ter mais atributos e continuar simples.
O conceito das perícias subverteu minha forma de pensar. Nunca tinha concebido uma perícia como uma vantagem. É estranho. Estranho porque não é usual. Mas achei MUITO interessante.
Outro detalhe do qual gostei é que ele usa e abusa da imaginação e descrição dos jogadores para definir os efeitos de tudo.
Não interessa se o dano é causado por um arco ou pistola. Em termos de enredo é irrelevante.
É claro que você pode questionar toda a física envolvida no disparo de um projétil, mas esse não é o objetivo do jogo. Dane-se se o personagem dispara uma magia de gelo ou fogo! O que importa, em termos de mecânica das regras, é o dano, já que você mesmo pode descrever os detalhes do seu ataque.
Acho que esse pensamento poderia ser estendido às raças também. Assim, as raças não precisariam ter custo algum, o que simplificaria ainda mais o sistema! Apenas descrições e requisitos (p.ex.: para ser minotauro você precisa ter 3 pontos na força, para ser elfo precisa ter 2 pontos em habilidade, etc).
Apesar do que muita gente acha, eu gostei do equilíbrio das raças no D&D 4E.
Tive um chefe que me ensinou: Se é para comunicar algo, assuma esse “algo” e comunique direito. Seja direto.
Acho que esse é o motivo do sucesso do 3D&T.
Ele é simples e se assume dessa forma.
Ele tem falhas que são inerentes à proposta inicial, mas não há complexos de culpa por isso, ou mecanismos que tentem fazer remendos.
No início do texto, Marcelo Cassaro, o autor, diz que “nunca haverá tabela de armas no 3D&T”.
Precisei ler tudo para entender o porquê.
NÃO PODE haver tabelas de armas!!!