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A Banheira Encalhada

Yarr! Desejo a todos vocês, mandriões, um Feliz Dia Internacional de Falar como um Pirata!

E nada melhor para comemorar esta data do que bebidas e raparigas (e tapa-olhos, pernas-de-pau e escorbuto, mas vamos deixar estes elementos de lado por enquanto)! Então, para vocês, meus amigos marinheiros de água doce, eu resolvi apresentar uma taverna pirata para vocês usarem em qualquer cenário de fantasia! Tentei usar o mínimo de regras, para facilitar o uso livre deste material. Quando precisei colocar alguma regra, escolhi usar as do D&D 3.5, afinal, ele ainda é o mais popular dos sistemas com os quais lidamos aqui no Covil.
Espero que gostem do resultado. Agora gritem “Yo-ho!”, alegrem-se e festejem, seus cães-sarnentos-areientos!

A Banheira Encalhada: A taverna mais pirata que existe!

A Banheira Encalhada

Ou “Casa de Bebidas e Demais Prazeres”, como seu dono, o Capitão Virabrequim, costuma chamar. Ela é uma taverna construída à partir de um galeão decadente que descansa atolado num banco de areia pouco abaixo do nível do mar. A embarcação claramente já teve dias melhores, mas o seu mesquinho capitão insiste em fazer o mínimo possível de reparos, alegando que assim mantém a autenticidade do lugar.
A história desta taverna tem uma origem um tanto quanto desconhecida.
Todos na área do porto sabem muito bem que a velha náu que agora é uma taverna encalhou bem no meio do porto numa particularmente escura madrugada há três anos. Entretanto, o que ninguém sabe dizer é que raios de motivo levou um capitão que se diz tão experiente… Levou um capitão goblin que se diz tão experiente a enfiar uma embarcação com todo este tamanho num lugar que obviamente é razo demais para trafegar com qualquer embarcação deste tamanho.
Sempre que alguém pergunta ao próprio Capitão pelo motivo, ele inventa uma desculpa diferente.
Em algumas versões ele culpa um denso nevoeiro e o apagamento do farol local (um teste de Obter Informações com CD 20 revela que naquela noite não houve nevoeiro algum, tampouco o farol estava apagado).
Em outras ele alega que foi tudo resultado de uma enorme aposta, cujo dinheiro ele usou para transformar o galeão nesta taverna. Mas ele jamais revela quem foi o outro apostador ou quais os termos da aposta.
Há ainda versões segundo as quais tudo foi fruto de um erro de cálculos num experimento científico envolvendo o uso de um rebocador movido a vapor de madeira mágica, ou até mesmo isso foi o resultado de uma maldição de uma antiga bruxa do mar.
Independente da razão verdadeira para tal mau-uso de uma embarcação aparentemente tão cara, a Banheira Encalhada tornou-se rapidamente um ponto importante de obtenção de informações e para facilmente encontrar os níveis mais baixos da escória de toda a zona portuária. E por óbvio, ela também é um lugar que comumente atrai aventureiros e mercenários de todas as estirpes.
Além disso, dizem por aí (Obter Informação CD 10) que o Capitão Virabrequim não se importa de adquirir mercadorias dos mais diversos tipos, em especial objetos de fino acabamento e/ou mágicos. Normalmente estas mesmas pessoas que espalham o primeiro boato também gostam de adicionar, após o devido incentivo monetário (e um resultado de 15 ou mais no teste de Obter Informação), que o goblin não costuma questionar a origem ou forma de obtenção dos objetos que compra.
Se as autoridades locais sabem disso ou não, ninguém sabe. Mas as forças da lei local nunca apareceram na Banheira Encalhada para questionar Virabrequim pessoalmente.

A Taverna

Apesar de ficar numa área bastante barra-pesada da zona portuária, a Banheira Encalhada é uma taverna muito farta. Sua cozinha é excepcional, sendo comandada por uma família de Halflings que foi resgatada por Virabrequim de um navio escravagista. E a oferta de bebidas inclui várias opções vindas de além-mar. Claro que ela também serve a urina de rato barata que os patifes comuns do nível mais baixo da sociedade gostam de beber.
Ela não é uma estalagem, e por isso mesmo não tem oferta de quartos para aluguel (e poucos em sã consciência dormiriam num lugar tão barulhento e mal-freqüentado). Entretanto há alguns quartos especiais reservados para hóspedes do capitão.
Abaixo segue uma descrição melhor detalhada do lugar:

1º Andar

Este é o andar da entrada (embarque?), e também o principal lugar para os freqüentadores apenas interessados em beber até cair e demais serviços comuns de uma taverna. Enfim, é aqui que normalmente fica a escória do lugar.
1) Salão Principal: Este é o coração da taverna. Com mesas, cadeiras e pessoas bebendo de pé competindo por espaço, é muito difícil caminhar (com sorte) sem levar cotoveladas ou até mesmo (sem sorte) sem algum ladrãozinho barato bater sua bolsa de dinheiro. Apesar disso, as pequenas filhas do cozinheiro parecem saber movimentarem-se sem problemas para levar pedidos e trazer copos, garrafas, pratos e demais apetrechos.
Neste salão há escadas que levam até o porão e também que levam para os andares superiores. As escadas do porão normalmente têm uma corda de segurança, para evitar que incautos despenquem para o andar debaixo. E os freqüentadores parecem respeitar a delimitação da corda. As escadas para o segundo andar ficam livres para quem quiser usá-las.
2) Camarotes Privativos: Estes camarotes são de uso exclusivo dos funcionários da Banheira Encalhada. É lá que eles normalmente dormem e passam o tempo livre. Comumente um deles fica sempre vazio, para ser usado em casos de emergência.
3) Despensa: É onde ficam guardados os itens de uso mais comum. Barris de bebidas, ingredientes para os canapés mais comuns. Enfim, tudo que seria pouco prático de ser guardado no porão.
4) Cozinha: É aqui que Quimbo e Loreta preparam as deliciosas refeições oferecidas pela Banheira Encalhada. Um ambiente esfumaçado e com o cheiro forte dos temperos Halflings, dalí saem odores que comumente deixam os freqüentadores do salão principal salivando.

Porão

O porão é onde fica guardado tudo aquilo que deveria estar longe dos olhos e mãos dos freqüentadores. Desde ingredientes de cozinha até drogas ilícitas, passando por todos os tesouros que o Capitão Virabrequim compra mas ainda não decidiu se irá manter consigo ou revender.
1) Estoque: Logo ao pé da escada que traz ao porão ficam dois enormes orcs. Eles fazem a segurança não apenas desta grande sala de estoque, mas também de todo o porão. Um serviço importante, apesar de muito maçante. Nesta sala há apenas uma mesa com quatro cadeiras, que comumente é usada para os dois vigias jogarem cartas, e tudo aquilo que foi adquirido de acordo com as leis – ou ao menos não pode ser provado como algo ilegal.
2) Estoque Especial: É aqui que fica tudo que é ilegal e que não deveria estar ao alcance dos olhos de curiosos. Contrabando e drogas ilícitas em sua maioria. Desnecessário dizer que a porta deste estoque está sempre trancada e só os vigias e o capitão possuem chaves para ela.
3) Sala de Repouso: Esta é a sala para uso e apreciação de tudo aquilo que fica trancado no estoque especial. Normalmente ela fica trancada e vazia. Mas quanto o Capitão ou seus hóspedes fazem uso, o comum é a porta ficar apenas fechada (não trancada), com um dos vigia logo atrás da porta.

2º Andar

O segundo andar da Banheira Encalhada é aberto para quem quiser, entretanto a preguiça de subir as escadas parece ser o bastante para garantir a separação do “joio do trigo”, por assim dizer. É neste andar que normalmente ficam as pessoas interessadas em outras atividades além de beber até cair. Claro, isso não impede que algumas delas ainda façam isso aqui em cima.
1) Salão de Refeição: Bem menos cheio que o salão principal abaixo, o salão de refeição também possui várias mesas e cadeiras, destinadas a quem deseja apreciar as finas comidas e bebidas oferecidas pelo estabelecimento sem ter de agüentar o barulho e confusão do primeiro andar. Por ser o antigo convés do galeão que hoje é a taverna, este lugar não tem teto, o que permite que o Capitão Virabrequim e seus convidados acompanhem os acontecimentos de cima de seus respectivos camarotes
2) Salão Privativo: Este é o salão privativo do Capitão. É onde ele dorme e cuida de quaisquer assuntos particulares. Um teste de Procurar (CD 20) revela que bem ao lado do mastro (que atravessa este cômodo) há uma seção do piso que pode ser aberta para servir de passagem secreta para a cozinha, no andar de baixo (teste de Escalar CD 12 para descer e 17 para subir). Não é possível detectar esta passagem pela cozinha.
Este é um cômodo bastante luxuoso, que conta com uma cama de casal e várias prateleiras com os mais diversos apetrechos colecionados por Virabrequim ao longo de sua carreira (ou assim ele diz, especialmente quando quer impressionar jovens bonitas).
3) Sala de Estudos: Outra sala de uso privativo do dono da Banheira Encalhada. É aqui que o Capitão Virabrequim estuda as ciências náuticas, além de experimentar um pouco com a construção de pequenas engenhocas e até mesmo alquimia (sem muito sucesso neste último). Qualquer visitante casual que venha a entrar neste cômodo pode achar que ele está lotado de lixo, mas qualquer especialista das ciências náuticas, alquimia ou engenharia pode atestar: é mesmo um monte de lixo sem valor.
4) Quarto Especial: Sempre trancado e quase nunca utilizado, este quarto tem a mesma função da Sala de Repouso do porão. Entretanto, ela só é usada quando o Capitão deseja aproveitar-se dos prazeres ilícitos sozinho ou com companhias mais íntimas. Além disso, se um dia ele for esconder alguém ou fazer uma reunião secreta, definitivamente será neste cômodo.

Camarotes (dos Convidados e do Capitão)

Os dois camarotes são bastante parecidos. Ambos são ao ar livre, no topo da embarcação/taverna, de onde é possível acompanhar toda a movimentação do salão de refeição bem como dos arredores da Banheira Encalhada. Bem como os dois comumente são usados todas as noites pelo Capitão e seus convidados pessoais (que têm liberdade para transitar em qualquer um dos camarotes) e estão sempre servidos com bebidas finas, comida farta e mulheres fáceis (mas melhores que as raparigas do resto da taverna).
A grande diferença entre os dois camarotes é que no do capitão há o timão da embarcação (hoje em dia inútil) e que o camarote dos convidados é para onde todos vão quando o capitão deseja menos gente em seu camarote pessoal.

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