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Muertos: Resenha

Chegou hoje a minha edição de Muertos, a HQ de zumbis que faz parte da nossa promoção, e a primeira coisa que eu pensei ao terminar de ler foi: essa não é uma história de zumbis comum. Os mortos estão presentes, claro, mas em um formato muito diferente do que estamos acostumados na mitologia de George Romero. Muertos não é sobre hordas de mortos-vivos destruindo a humanidade, mas sobre as decisões que tomamos e a busca da felicidade.
Para começar, devo concordar com o autor quando ele, muito paternalmente, declarou que a revista era linda. E ela é mesmo! O jogo de luz e sombras na arte em preto e branco, além de maravilhoso, é muito adequado ao tom pesado e sobrenatural da história. O formato pequeno evidencia a origem independente da revista, mas não incomoda a leitura na maior parte do tempo.
O roteiro acompanha um criminoso sem nome em uma viagem de “negócios” pelo Paraguai, e a sua chegada acidental à Muertos, um estranho vilarejo esquecido cujo nome remonta à época da guerra do Paraguai, quando a Tríplice Aliança fazia seu próprio genocídio em pleno século XIX. Dito isto, não parece tão estranho quando ele começa a encontrar velhos conhecidos que supostamente deveriam estar mortos… Mas é aí que o roteiro diverge do natural em publicações de zumbis. Os zumbis, inteligentes e imortais e inexplicáveis, não estão em busca de devorar os vivos – repito, mas de um acerto de contas. Seu papel é demonstrar aos vivos que existe um caminho de volta enquanto houver um coração batendo no peito.
Pelo preço de R$ 3,00, Muertos é uma HQ que demonstra preto no branco (ou branco no preto) a maturidade e a qualidade que uma HQ nacional pode atingir, sem se vender às formulas pré-estabelecidas dos quadrinhos comerciais.

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