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Dragonslayer 21: Resenha

Aproveitando que a minha cabeça ainda não explodiu (o que não deve estar muito longe de acontecer), eu comprei e li a Dragonslayer 21 enquanto me mantinha vivo entre uma visita para pedir voto aqui e uma carreata do partido acolá. Como já havia dito, essa edição me deu grandes expectativas. E elas foram, em grande parte, cumpridas. Vamos ver isso em um tópico a tópico.

Editorial: A revista está fazendo uma aposta perigosa. Eles pretendem ignorar a 4E por enquanto e se focar em material de jogo para o Sistema d20 e outros jogos OGL. Arriscado, claro. Mas mostra que, pelo menos por enquanto, a 4E não vai ter a mesma aceitação que a 3E.
Notícias do Bardo: Para eu e você, leitor, que acompanhamos as notícias do RPG via internet, nenhuma novidade: Tormenta: Guia do Viajante, Lobisomen, os Destituídos, cadernos escolares do RPG Quest, Player’s Handbook 2 e o Completo do Aventureiro. Claro, para quem não tem internet ou não a usa para acompanhar as notícias rpgísticas, essa sessão é uma mão na roda. E acreditem, esse é um número bem expressivo.
Encontros Aleátorios: Eu sempre achei o Cassaro um cara bem humorado (por mais que as fotos dele teimem em mostrar o contrário), isso se confirma nas Falhas Críticas, onde ele consegue fazer piada de si mesmo muito bem (ei, se está faltando falhas críticas, por que não dá uma olhada no meme de falhas críticas?). Bruno José volta a aparecer na revista, como nós já tinhá-mos noticiado alguns meses atrás, e o Leonel Domingos continua impagável!
Resenhas: A primeira resenha deu nota máxima para o Mutantes & Malfeitores. O BURP conseguiu ser bastante convincente em suas afirmações sobre a versatilidade e o dinamismo do jogo. Já sobre Galrasia, é mais um release do que uma resenha, mas pelo menos o Paladino deixa bem claro para todos que ele é um dos autores logo no início. Seria melhor que outro a tivesse feito, eu mesmo iria fazer, se o Trevisan não tivesse engolido meu Galrasia, né, seu careca safado?
Por último, Giltônio Santos faz a resenha de Keep on the Shadowfell. Que me pareceu estranhamente parecida com a antigüissíma aventura O Disco dos Três! Provavelmente por causa do tema: impedir que um culto traga um mal ancestral ao mundo. Mais clichê impossível, né? Péssimo modo de introduzir alguém a 4E, especialmente pelos problemas de desequilibrio da dificuldade dos encontros apontados pelo Giltônio.
4E: Novamente, o Giltônio soube expressar bem os problemas da nova edição; do outro lado, o Rocha do Área Cinza vê qualidades onde Santos vê problemas! Ambos tem pontos de vista bem fundamentados sobre a nova edição e expressam muito bem o sentimento conflitante que passa pelos fãs do RPG mais jogado do mundo. Eu acho que a 4E, apesar de não me agradar, tem uma premissa de aumentar o público alvo do jogo que é deveras interessante. Assim como 3D&T trouxe os fãs de cultura japonesa para o hobby, a 4E tenta fazer o mesmo com os fãs de miniaturas e MMO’s. Ponto para eles, por pelo menos tentarem, espero que consigam trazer uma onda de novos jogadores com essa diretriz.
Background: Adoro quando vejo o nome do Leonel Caldela nessa coluna. Este é um ótimo artigo ? e espero que meus jogadores aprendam algo com ele. O ponto do artigo é que, se você tem um herói sem defeitos, defeitos de verdade, ele muito provavelmente vai ser um perfeito chato, sem carisma. Afinal, como uma pessoa comum, cheia de defeitos e falhas que são unicamente culpa dela (eu, por exemplo, sou um cajafeste que só sabe ferrar a própria vida), pode se identificar ou gostar de um “Peter Perfeito”?
Mestre da Masmorra: 3D&T is back. Ok, todo mundo já sabia. Eu mesmo já li o livro e posso dizer que está muito bom. Mas temos de lembrar novamente que nem todo mundo tem internet ou a usa para acompanhar as notícias de RPG.
Pathfinder: A parte que eu mais esperava na revista. A tradução está ótima, como é padrão de um profissional como o Leonel Caldela ? ele é tradutor da Jambô Editora, além de autor. Eu provavelmente devia guardar isso para uma futura análise da classe que eu teimo em não ter tempo para escrever, mas ela ficou sensacional, as linhagens do feiticeiro fazem com que mesmo dois feiticeiros sejam completamente diferentes um do outro e dá pano na manga para backgrounds realmente interessantes.
Além disso, evitam a criação de classes de prestígio desnecessarias ? um dos grandes problemas de D&D 3.5. Quer um feiticeiro com poderes advindos da luz cósmica dos ursinhos carinhosos ou de um pacto com um dos Grandes Antigos? Crie uma nova linhagem e seja feliz seguindo nela até o vigéssimo nível.
Classe de Prestígio: Pacificador, um combatente que não mata. O Capitão América da fantasia medieval. Boa idéia, mas a execução ficou bem aquém disso. Soltar magias de imobilização sem limites de utilização por dia? Fala sério! Talvez eu poste uma versão alternativa dela por aqui em breve. Tudo depende de quanto tempo eu vou gastar nessa reta final da eleição.
Mundo Perdido: Este preview de Galrasia me deixou animado em finalmente por as mãos no livro. No geral, gostei bastante de todas, mas especialmente da Drogadora. Ótimo conceito! Há também o Explorador Destemido, que tem uma habilidade de Queda Lenta que, em conjunto com um chicote, pode ser usada a até quatro metros e meio de uma parede (Indiana, é você?); O Predador Primal, o barbáro mais extremo que você vai encontrar em Tormenta; e o Rei das Feras, que pode invocar e controlar animais usando poderosos gritos… Alguém mais lembrou de um cara de sunga criado por macacos?
Dragon Vec Z (ou A queda da casa do mago): Vectorius ficou realmente impressionante neste capítulo do novo romance de Leonel Caldela, por isso sua derrota para o Dragão da Tormenta foi realmente chocante! E que combate épico! Foi uma amostra espetacular de como o cenário deve mudar após este último livro da trilogia iniciada com O Inimigo do Mundo. Só para terem uma idéia da encrenca, fiquem com o nome do novo romance: O Terceiro Deus.
Triunphus Reloaded: Esqueça tudo o que você pensava que sabia sobre a cidade da vida eterna. Em um gigantesco retcon a cidade foi trocada de lugar, o Moock ganhou a companhia de uma horda de criaturas e a masmorra de Thyatis, apresentada na aventura A Libertação de Valkaria, substituiu a antiga masmorra cheia de observadores da primeira encarnação da cidade. Algumas pessoas, como eu, podem se sentir mau com um retcon desse tamanho, mas agora, realmente, a cidade faz mais sentido!
Há também cinco novos talentos: três deles são bons, um é um tanto quanto inútil e outro é beeem desequilibrado ? eu realmente peço que ignore Foco em Haste na sua mesa de jogo. O mapa, apesar de muito bonito, tem um probleminha: não há escala! Talvez seja melhor assim, fazendo com que o mestre tenha libertade para definir a distância de acordo com a situação ? nada mais chato do que um jogador tentando provar que pode, sim, chegar a tempo para evitar aquela morte dramática da donzela que você levou semanas para planejar.
Raça & Classe: Elfos. Sei. Essa é uma coluna pela qual eu leio pela esperança de encontrar alguma boa idéia. Mas é quase sempre um desperdicío de tempo. Claro, se você é um iniciante e não tem muita idéia do que fazer, essas dicas são valiossísimas!
Dragon’s Bride: Fim. Não posso dizer que foi ruim, claro. Foi um fim digno. Mas foi… como eu posso dizer, aquém do que eu esperava. Gostei muito do final para Astra e Marlin. Tomara mesmo que elas tomem jeito e gosto pela coisa. 🙂

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