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Orcs!

Estava trabalhando em uma pesquisa sobre hábitos de monstros de fantasia.
Vi muita gente reclamando sobre a falta de informações descritivas na nova edição do D&D e, como estava inspirado para pesquisar, resolvi começar a compilar informações sobre algumas das minhas criaturas preferidas.
Na minha ordem de predileção, páreo a páreo com os dragões (não poderia deixar de ser), estão os ORCS!
Levei 3 dias, inteiros, sentado no computador escrevendo. Juro que não faço mais isso.
O material todo tem 9 páginas no Word. Um post gigante de enorme!
Tudo isso sem referência nenhuma a regras, justamente para que qualquer mestre possa utilizar o material em suas campanhas.
Pelo menos, aqueles que acompanham o blog, agora sabem a razão pela qual demorei a postar.
Por favor, fique a vontade para sugerir modificações e novas inserções ao texto.
Aliás, precisei partir o post e colocar um botão de “more”… primeiro post em que tive essa necessidade.

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Para muitos, os Orcs personificam o pior lado de qualquer criatura sensiente.
Muitas das informações que consegui, e aqui descrevo, foram por meio de relatos de sobreviventes, bem como minha própria experiência como prisioneiro.
Essas poucas informações têm como objetivo mostrar aos aventureiros o perigo que enfrentam ao se confrontarem com essas criaturas, porém, busco também desmistificar um pouco sua fama.
Orcs são similares a outros monstros, tais como goblins, ogros e trolls em muitos aspectos. No entanto possuem fisiologia própria, bem como uma sociedade complexa e única.
São máquinas de matar, com uma inteligência latente desprezada pela própria cultura.
No entanto, enquanto as pessoas normais entendem que os Orcs devem ser aniquilados da face do nosso mundo, eu penso no problema de uma forma um pouco mais abrangente que essa.
Orcs não são uma praga. São criaturas pensantes. Embora normalmente vistas como uma raça bestial, primitiva, sem alma e má. Por causa disso, elfos, anões e humanos acreditam que essa espécie deva ser destruída.
Será que somos mesmo espécies intelectualmente e moralmente superiores aos Orcs?
Se isso for verdade, um genocídio seria justificado?
Ser perigoso, primitivo ou inferior significa merecer ter sua própria existência apagada da criação?
E supondo que consigamos exterminar os Orcs do nosso mundo, qual seria o próximo alvo de uma política de extermínio de “raças inferiores”? Será que os elfos deixarão, nós, humanos, em paz? Com nossa população crescente e limites das cidades se ampliando, quanto duraria uma aliança desse tipo?
Por isso, minha proposta é de entendermos a cultura dos Orcs. Que levemos a civilização até eles, ao invés de destruirmos o que desconhecemos.

Origem:

A origem dos Orcs não me é completamente clara.
Enquanto alguns mitos afirmam que a raça surgiu por meio da corrupção mágica de elfos, outras dizem que foram homens de almas torturadas por algum feiticeiro que fizeram o trabalho.
De qualquer forma, os Orcs têm muito mais a ver com o Homem que com o Elfo. Um orc pode ser considerado um espelho de tudo o que um elfo representa. Ao mesmo tempo, potencial para a selvageria latente no ser humano, é explícito no orc.
Essas versões encontram o problema da capacidade reprodutiva do orc. Caso fossem transformados magicamente em outras criaturas, não me pareceria possível que eles pudessem se reproduzir.
Os próprios Orcs possuem sua versão do seu surgimento.
Com tantas lendas e mitos, não consigo traçar uma história certa sobre esta espécie de monstro.
Estranhamente, apesar de estarem espalhados pelo mundo, os Orcs falam uma língua própria, com diversos dialetos e sotaques, porém, mantendo uma estrutura compreensível para aqueles que a conhecem.

Fisiologia:

Orcs são criaturas musculosas, com uma altura próxima a de um humano normal, mas bem mais largos. Embora, muitas vezes pareçam mais baixos, isso se dá porque Orcs costumam andar com uma postura curva.
Apesar de sua altura semelhante, Orcs normalmente são bem mais fortes que um humano.
Também, como os humanos, Orcs apresentam características diversas de tons de pele (variando de verde à cinza), cor de cabelos (normalmente cores escuras, mas incluindo o loiro, vermelho e verde) e olhos (do amarelo injetado ao negro).
Suas orelhas são pontudas e peludas, como as de um lobo, seus narizes achatados (lembrando o de um porco) e seus dentes afiados. Suas mandíbulas inferiores são projetadas para frente, e os caninos inferiores são tão grandes e afiados quanto os de um javali. Muitos Orcs, quando em combate de perto, aproveitam para morder a vítima, especialmente se o seu pescoço estiver próximo.
Orcs também possuem pêlos espalhados por todo o corpo (incluindo as fêmeas). Apesar de apenas os machos possuírem pelos faciais. Não é raro encontrar um orc macho com barba desgrenhada e mal cuidada.

Hábitos alimentares:

Orcs sobrevivem da coleta e da caça, não dispondo de paciência, técnica ou hábitos de cultivo ou pastoreio.
Não são raras as ocasiões em que um orc rouba o gado de uma fazenda, para matar uma cabeça de gado por dia. Apenas para saciar sua vontade por carne fresca e sangue quente.
Normalmente, Orcs caçam durante a noite. Por causa disso, muitas estórias dizem que Orcs não suportam a luz do sol. Isso é uma versão errada do fato.
Orcs são predadores. Como não são dotados de graça natural, excepcional velocidade ou andar silencioso, eles preferem a noite porque a escuridão favorece seus métodos de caça, roubo e destruição.
Apesar da visão de um orc ser muito semelhante a de um humano durante o dia, Orcs possuem visão noturna muito superior a de um humano.
Eles são onívoros, mas possuem uma predileção especial por carne. Qualquer tipo de carne. Inclusive de criaturas sensientes como humanos, elfos ou anões. Se for crua, melhor. Se ainda estiver quente, melhor ainda.
Para a espécie, o tempero principal da carne é o medo. Por isso Orcs costumam brincar e torturar suas presas antes de matá-las. Assustar e torturar são as técnicas usadas para deixarem suas presas ainda mais deliciosas.
Apesar do que muitas pessoas dizem, Orcs não preferem a carne de criaturas sensientes pelo seu sabor, mas pelo prazer psicológico de vencer seu inimigo pela força. As torturas impostas pelos Orcs aos seus inimigos trazem, além do medo, a sensação de humilhação e impotência, o que dá ao orc o prazer de ser superior.
São uma sociedade altamente machista e hierarquizada (pela força). Por isso, os mais fortes comem antes dos demais. O macho que permitir uma fêmea comer antes dele demonstra fraqueza, o que lhe traz inúmeras conseqüências sociais.

A vida de um orc:

As vidas dos Orcs são curtas e brutais.
Os bebês Orcs nascem após 6 meses de gestação e atingem a maturidade sexual após seus 8 anos. Poucos são os que chegam até esse estágio, morrendo de doenças ou sendo assassinadas, seja por Orcs adultos, ou por outros jovens.
Tratamentos médicos de qualquer tipo são negados às crianças, além disso, são as últimas a comerem sempre.
Os bebês Orcs são amamentados até o final do primeiro mês de vida, quando, então, passam a procurar carne.
A cultura das tribos, baseada na força e vitalidade, prega que os fracos devem perecer, e que antes da idade adulta, as crianças devem ser testadas por meio dessas provações.
Existe uma grande promiscuidade sexual na cultura orc, inclusive não possuem o conceito de incesto. Os machos mais fortes tendem a manter “a posse” pelas fêmeas que mais lhe agradam, mas essa “posse” só dura enquanto o macho mantiver sua cabeça intacta.
As fêmeas desejam procriar com os mais fortes porque isso diminui a necessidade de preocupação com as crias. Então, não existe o conceito de “fidelidade” ou “família” na cultura orc, mas o conceito de “tribo” como sendo o mais semelhante. Apesar disso, existe o ciúme entre os Orcs, mas não a idéia de traição.
É possível um orc lutar com outro macho por causa de uma fêmea, mas ele não brigará com a fêmea com ter se deitado com outro macho. “Objetos” não têm culpa de serem usados por outros.
Apesar de serem tratadas dessa forma, não é incomum uma fêmea orc assassinar machos que tentam se deitar com elas sem o seu consentimento.
Mais de um orc já foi morto, e muitos ainda o serão, enquanto tentava estuprar uma fêmea. É importante ressaltar que as fêmeas são tão fortes quanto sua contraparte, então, apesar de serem consideradas inferiores na hierarquia da sociedade, ainda existe a necessidade de cortejar a fêmea desejada.
Orcs não se casam. Apesar de um macho poder procurar a mesma fêmea várias vezes, não há um contrato, ou coisa semelhante, que construa explicitamente um relacionamento.
É muito comum uma fêmea ter cerca de 2 filhos por ano. Não há “resguardo”. Na verdade, as fêmeas Orcs não precisam disso. Sua fisiologia é melhor preparada para o parto que as humanas. Os partos são rápidos e envolvem pouca, ou nenhuma, dor.
Depois de nascerem, as crias são de propriedade das mães. Os pais não se importam com as crias até atingirem a maturidade, quando os levam para caçar e lutar.
Quando atingem a idade de 8 anos, os jovens machos são largados pelas mães, que não assumem mais a responsabilidade pela sua criação e alimentação. Nessa idade, os jovens precisam passar a acompanhar os mais velhos.
As mães orcs possuem suas próprias tendas para criarem seus filhos. Isso acontece mais pela intolerância dos machos adultos à presença de crianças que por qualquer outro motivo.
Alguns machos, normalmente os mais fortes, podem possuir tendas próprias, ou clamar pela de outros, quando desejar. Obviamente, quanto mais forte o macho, mais imponente é sua casa. Apesar disso, Orcs machos, normalmente acostumados com a caça e agruras da vida ao relento, não se importam de dormir ao ar livre.
Normalmente Orcs morrem ainda adultos, pela guerra ou luta pelo poder dentro da própria sociedade. Exatamente por essa razão, os Orcs mais velhos são considerados os piores de sua espécie e precisam ser evitados por qualquer aventureiro.
Apesar de não possuírem mais o vigor e a força de sua juventude, a sobrevivência desse indivíduo se dá pelo seu raciocínio sagaz, vilania, crueldade e maestria de técnicas de luta.
Isso é especialmente verdade para os Orcs que assumem o posto de xamã da tribo.
Os Orcs xamãs, como nas comunidades humanas, conseguem agregar ao redor de si um grande número de seguidores, com grande capacidade de liderança, ou de influência sobre o líder guerreiro, além de, obviamente, domínio sobre as esferas místicas de poder.
Qualquer aventureiro que se deparar com um grupo de Orcs, deve se preocupar muito com um xamã, já que seus poderes são primordialmente voltados para a batalha.
O poder do xamã vem das esferas divinas ou de feitiçaria. Não tenho conhecimento de algum orc que tenha se tornado mago. Ou pelo menos um mago poderoso. Podemos entender o motivo disso, já que a espécie não nutre simpatia pelos métodos arcanos, que demoram anos para terem seus benefícios colhidos. Ao mesmo tempo, não posso entender a razão pela qual algum mago aceitaria um orc como seu aprendiz.

Entendendo o comportamento:

O raciocínio de um orc é muito simplista. Eles se preocupam com suas necessidades imediatas, ao invés de planejar o longo prazo.
Isso não significa que os Orcs sejam criaturas burras. Não são. Eles apenas não enxergam valor na inteligência e raciocínio, o que resulta em falta de paciência para maquinações mais complexas que dar um nó em uma corda.
Ter uma capacidade de raciocínio acima da média em uma tribo orc é uma faca de dois gumes. A possibilidade de ascender na sociedade é imensa, especialmente pela capacidade de pensar taticamente, bem como pensar nas implicações políticas de seus atos. A desvantagem é que a ascensão na sociedade orc, traz consigo o foco das atenções, e ambições, dos outros Orcs.
São criaturas fascinantes, sem dúvida, incapazes de anteciparem seu próprio futuro, vivendo cada momento como o último e, por isso mesmo, felizes com o que possuem, incapazes de ambições maiores que fazerem sexo antes do jantar.
A falta de ambições maiores que o próprio estômago, em conjunto com sua extraordinária capacidade física, em última análise, é a responsável pela incapacidade de organização dos Orcs em grandes sociedades.
Pela sua grande capacidade de reprodução, força e vilania, Orcs possuem um talento natural para a conquista, e poderiam rivalizar com os humanos na colonização de qualquer continente. No entanto, sua incapacidade de viver em grandes grupos neutraliza quaisquer outras vantagens que a espécie possua para atingir esse objetivo.
Grandes vilões costumam aproveitar a grande força física, bem como a falta de visão, dos Orcs em suas tropas, apesar do desafio de unir tribos diversas, e muitas vezes inimigas, o trabalho árduo, e dom militar, da espécie compensam o sacrifício.
As tropas Orcs precisam de atenção e uso de força continuamente para se manterem coesas. Caso contrário, são rapidamente dispersas, ou destruídas pelos seus próprios componentes.
Apesar de não serem covardes, Orcs também não são corajosos por natureza e a falta de raciocínio leva os guerreiros da espécie, muitas vezes, a se engajarem em lutas que não podem vencer. Como uma força militar, Orcs são superiores aos humanos por causa disso. Marchando sem discutir com seus líderes, a raça pode ir em direção a morte certa sem temor, reparando na morte iminente quando já é tarde demais.
A mente de um orc é cheia de vilania, crueldade e corrupção. Não há nada que se assemelhe à honra nessa cultura.
Sua malignitude só é comparável à sua própria avareza e egoísmo.
Se algo não pode pertencer ao orc, então é melhor que ningu??m o tenha.
Devido a alta mortalidade a que a espécie é exposta, o comportamento dos machos se moldou a necessidade de reposição de indivíduos da raça. Por isso, seu apetite sexual é insaciável. O crescente número de meio-Orcs prova isso, e é um indicativo de que as tribos têm cada vez mais se encontrado com outras raças.
Acasalar com um orc é algo hediondo para a maior parte das criaturas viventes no mundo. Apenas pelo meio do estupro um orc consegue engravidar uma fêmea de outra espécie.
Desconheço relatos de fêmeas Orcs que tenham emprenhado de machos de outras raças. Também desconheço a existência de meio-Orcs que tenham sido gerados por uma mãe não humana.

Habitat:

Como os humanos, Orcs podem viver em quaisquer regiões do mundo. Da montanha mais gélida aos desertos mais quentes. A adaptação da espécie, nesse caso, não se dá por meio da inventividade e flexibilidade humanas, mas por meio de uma seleção natural. Assim, é possível encontrar tribos de Orcs adaptadas a um determinado clima.
Muitos escritos existem afirmando que os Orcs preferem os subterrâneos ao ar livre. Isso se daria pelo desconforto que o sol lhes provoca.
Tendo sido capturado por uma tribo de Orcs que habitava um pântano, posso afirmar que isso não é verdade.
Os Orcs que se utilizam de cavernas, o fazem pela falta de perícias e/ou paciência para estabelecerem acampamentos próprios. Normalmente refugiados de tribos escorraçadas de suas terras, ou que perderam boa parte de seus guerreiros. Procurando lugar seguro para o restabelecimento do seu número.
Além disso, paredes de pedra os protegem de possíveis ataques de raças inimigas.
Como não possuem talento para o desenvolvimento de perícias artesanais, os túneis construídos por Orcs não podem ser considerados seguros. Por isso, freqüentemente, Orcs tomam cavernas de outras criaturas subterrâneas.
Vivendo no subterrâneo ou ao ar livre, os Orcs tratam seu território da mesma forma. Usando-o até o fim. Extraindo tudo o que podem e destruindo o resto.
Uma tática de guerrilha muito utilizada pelos Orcs quando lutando contra elfos por território, é incendiar a floresta na qual se encontram. Muitas vezes destruindo seu objetivo (obter comida e novo refúgio na nova floresta), mas eles não se importam com isso. Desde que vençam.

A vida em uma tribo:

Uma tribo de Orcs normalmente possui cerca de 250 indivíduos, divididos em machos (40%), fêmeas (20%) e crianças (40%). A taxa de nascimento é ligeiramente diferente para cada sexo. 80% dos nascimentos são de machos.
Essa diferença é explicada pela grande mortalidade entre os machos da espécie.
Essa grande diferença de número entre os sexos, também é responsável pela necessidade dos Orcs em manterem suas fêmeas próximas. Na verdade, apesar da vontade insaciável pelo acasalamento, os machos nem sempre conseguem ter uma fêmea disponível para si. Assim, é normal tentar convencer uma fêmea a se deitar por meio de presentes, além da força e medo (mas é importante salientar que os presentes são o último recurso utilizado).
A maior parte das tribos apresenta comportamento nômade. Migrando para uma área, exaurindo seus recursos naturais e migrando para a próxima.
Muitas tribos também procuram se fixar em lugares próximos a vilas e cidades pertencentes a outras espécies. Isso lhes assegura um ponto de reabastecimento a ser saqueado.
Tribos de Orcs, via de regra, são inimigas entre si. Isso normalmente acontece pelo orgulho do líder tribal e dos seus seguidores. Como a hierarquia orc é altamente focada na força, quando dois grupos distintos se encontram, essa hierarquia precisa ser refeita, o que normalmente leva a destruição de um contingente enorme de indivíduos.
Durante uma guerra, uma tribo de Orcs pode se unir a outra, mas um líder inteligente não deixaria as duas fisicamente próximas demais umas das outras.
A vida de uma tribo orc, quando isolada, é relativamente feliz. Orcs possuem desejos e necessidades simples. Comer e procriar.
Abaixo de toda hierarquia social da tribo, estão os escravos.
Prisioneiros feitos após saques, os escravos são utilizados para a execução dos serviços desprezados pelos Orcs (todo e qualquer serviço, excluindo a luta). Cavar buracos, armar tendas, cozinhar, ou mesmo servir como objeto sexual.
Os escravos normalmente têm vidas curtas. Comendo apenas os restos de comida deixados pela tribo, dormindo ao relento e sendo alvo de torturas, os escravos muitas vezes não duram semanas nas mãos de uma tribo orc.
Como tática de luta, as tribos normalmente preferem emboscar suas vítimas, utilizando a escuridão como sua aliada. Normalmente saqueando pequenas caravanas ou grupos de viajantes. O grande problema desses pequenos grupos de Orcs é a ansiedade da espera da presa. A espécie, como um todo, prefere ataques diretos e abertos, ao invés de planejar o melhor posicionamento tático.

A vida em uma horda:

Uma horda orc surge junto a um forte líder. Composta por milhares de indivíduos, mantidos coesos pelo uso da força bruta.
Uma horda é o resultado do crescimento de uma tribo depois de poucas gerações. Normalmente o crescimento é o resultado da ação de um líder visionário e cruel, que foi bem sucedido em conter os impulsos naturais para a guerra da tribo.
A proporção de machos e fêmeas é um pouco diferente nesse caso. 50% são machos, 15% são fêmeas e 35% são crianças.
Apenas um líder com um forte caráter ditatorial tem a força para manter coesa a estrutura de uma horda. Apesar da crueldade e uso da força desmedidos, a cultura orc não se rebela contra o líder em busca de liberdade ou melhores condições de vida. Na verdade, quanto mais cruel o líder, mais respeito, e medo, ele terá dos seus seguidores.
É claro que um líder de um grupo grande precisa de indivíduos de confiança ao seu lado. São esses indivíduos que normalmente tomam o poder para si depois de trair o líder anterior. Os líderes Orcs que duram mais tempo, são aqueles que eliminam seus seguidores antes que eles tenham a idéia de lhe roubarem o lugar.
Em luta, as hordas se dão ao luxo de invadirem cidades visando o saque. Embora ainda não possuam a organização militar, o líder costuma utilizar o grande número de indivíduos para superar as defesas inimigas. Nesse nível de organização, é possível que patrulheiros Orcs sejam enviados para sondarem as vítimas, o que muitas vezes denuncia a presença e/ou intenção dos Orcs. Durante um ataque, a horda costuma evitar estradas movimentadas, e sempre realizam seus ataques durante a noite. As hordas também se aproveitam de eventos naturais que escondam sua movimentação, tais como a presença de neblina fechada, noite de lua nova, ou mesmo o céu encoberto. A presença de uma tempestade é tida como um bom agouro para o saque e destruição.
Quando a invasão acaba, o destino dos sobreviventes dependerá muito do líder orc. Alguns líderes conseguem vislumbrar que os sobreviventes são necessários para reconstruírem a cidade, preparando-a para um novo saque. Outros podem ordenar a morte de todos, apenas para a diversão do seu povo.
Em qualquer um dos casos, a tendência natural do orc é eliminar tudo o que se move, e se não lhe for dada uma ordem explícita para poupar os sobreviventes, ele não o fará.

A vida em um exército:

Um exército orc difere de uma horda por, normalmente, possuir um número maior de elementos mas, principalmente, por conter em sua estrutura tribos distintas.
Nesse caso, como a própria hierarquia e disciplina militar são necessárias para o funcionamento do grande grupo, é normal que o líder do exército divida as funções requeridas entre as tribos. Dessa forma, uma tribo é responsável pelas montarias, outra pela forjaria, outra pela patrulha, etc. Como o preço pela má execução de um serviço é a cabeça do líder da tribo. Não é incomum encontrar Orcs tentando subir na hierarquia militar pela má execução de seus serviços, e conseqüente aniquilação dos seus superiores.
As táticas de luta de um exército são muito semelhantes às utilizadas pelos exércitos humanos. Com exceção de que os Orcs se utilizam da escuridão para camuflar seu posicionamento. Sem a utilização de tochas ou lampiões, a mira de arqueiros e catapultas inimigas é seriamente prejudicada.
Como nas hordas, o envio de espiões freqüentemente denuncia a presença de um exército.
Além disso, a ansiedade pela luta faz com que os indivíduos da espécie denunciem sua presença com cantos, tambores de guerra e ataques inconseqüentes de pequenos grupos que debandaram da grande formação.
A artilharia orc é fraca. A maior parte dos guerreiros prefere atacar de perto, com a utilização de machados, ou qualquer outra arma capaz de causar danos devastadores sobre o inimigo.
O cerco militar também não é uma opção de longo prazo para os Orcs. Os exércitos que conseguiram realizar cercos duradouros o fizeram trocando as tribos de Orcs que eram utilizadas na manutenção do cerco.
Um general que tente controlar seu exército durante muito tempo, corre um sério risco de ver suas tropas implodindo, com seus próprios membros se aniquilando.
Ao contrário do que acontece nas tribos, os escravos de um exército são bem utilizados. Aliás, a melhor chance de sobrevivência de um prisioneiro é tornar-se escravo em um exército orc. Nesse caso, a definição de papéis torna a utilização dos escravos mais necessária ao funcionamento da vida militar. Ao menos, em um exército, os escravos recebem alguma lavagem para sua sobrevivência. É claro que esse raciocínio não vale para qualquer indivíduo. Muitos elfos preferem tirar a própria vida a tentarem sobreviver nas condições que lhes são dadas.
Como os escravos, nos exércitos, duram mais que a média. É comum que fêmeas capturadas dêem a luz a meio-Orcs, nessas condições.
O parto é incrivelmente doloroso para a mãe, já que um bebê orc é um pouco maior que um humano. Inclusive, os bebês híbridos já nascem com presas proeminentes e garras afiadas, que podem causar pequenas hemorragias internas durante o parto.
Além disso, a vida de um meio-orc é muito mais árdua que a de um orc comum. Estando abaixo da hierarquia social, e muitas vezes órfãos, os meio-Orcs enfrentam os maiores desafios de toda a espécie. É impossível para um meio-orc ascender na hierarquia da raça, simplesmente porque os demais Orcs não os aceitam como iguais. É comum ver bandos de Orcs se unirem para derrotar um único meio-orc que tenha se destacado em uma luta. Aqueles que conseguem sobreviver são raros, e freqüentemente tornam-se os melhores líderes que os Orcs poderiam querer, já que herdam a capacidade de raciocínio e discernimento dos humanos.
Quando nascem em povoados humanos, os meio-Orcs também são igualmente rejeitados. Eles carregam consigo o crime que seus pais perpetraram, e dificilmente receberão o amor de uma família e/ou vizinhos.
Meio-Orcs possuem a força dos Orcs, porém com comportamento mais sereno e menos caótico. Todos são estéreis.
Fontes:

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