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NPC´s: Clímax no final de uma campanha

Continuando o post anterior, segue um relato do que o relacionamento com NPC´s pode fazer com o destino de um personagem. (Obs.: a imagem ao lado é PERFEITA. O personagem tinha o elmo nesse estilo, o detalhe do prendedor do manto, o bigodinho e tudo mais. Coincidência louca!).
O Anão e o paladino eram grandes amigos.
Como sinal de amizade, o Anão forja uma espada mágica para o cavaleiro.
Os anos e as aventuras se passam. E todos envelhecem.
Até que algo de ruim ocorre, chamando o antigo cavaleiro de volta à sua armadura.
O Anão encontra um medalhão mágico. Amaldiçoado pela deusa maligna do mundo (Tiamat, Takhisis… como preferir), o medalhão domina a mente do Anão.
Ele captura a esposa do paladino, esperando atraí-lo para uma armadilha e, com isso, obter segredos dos exércitos comandados pelo cavaleiro (o personagem já tinha seus quase 60 anos, era MUITO alto na hierarquia da sua ordem).
A estória transcorre até o embate final, quando os dois se encontram e o paladino precisa escolher.
Ou ele destrói o portal que trará ao mundo a deusa das trevas, ou salva o amor da sua vida.
Um instante bastou para que a mulher capturada olhasse nos olhos do seu amado, perdoando-o e selando o destino de todos.
Com a certeza do seu dever, o paladino faz sua escolha.
A pior delas.
Ele salva o mundo.
A adaga do Anão cortou bruscamente o pescoço da mulher, enquanto o portal mágico se despedaçava ao chão.
O paladino correu em direção ao corpo caído, mas o Anão o impediu, travando o pior combate com o qual o cavaleiro já se empenhara.
Ao final, o paladino mata o Anão amaldiçoado, usando o próprio símbolo da amizade entre os dois. A espada que fora forjada anos antes, durante sua juventude.
E, enquanto os aventureiros que acompanharam o cavaleiro nessa missão saqueavam os corpos dos inimigos mortos, sob seus pés os corpos da sua esposa e melhor amigo esfriavam.
Ele percebeu que a corrupção e o egoísmo estavam cravados no coração de cada criatura. Olhando para os destroços do portal, ele deu seu sacrifício como em vão.
Ao voltar para casa, os espólios da missão são reclamados pela sua ordem.
O cavaleiro quebra sua arma, entregando o punho da sua espada mágica, mas mantendo a lâmina ainda suja com o sangue do seu amigo.
Ele abandona a ordem para entrar na floresta e nunca mais ser visto.
A deusa do mal havia, enfim, lhe vencido.
Lendas dizem que ele ainda vive, e guarda a floresta onde se exilou, sofrendo pela sua perda.
Dizem que ele acredita que o mundo não merecia ser salvo. E que ele vaga, alimentado apenas pela força mágica liberta da espada que havia quebrado, e pelo amargor da sua derrota.
Tendo o perdão da sua amada, mas sendo incapaz de perdoar a si mesmo.

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