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Resultados Concurso Alphaversos 2018 – Avaliações do 14º, 15º e 16º colocados

Continuamos a revelar as avaliações e resultados do Concurso Alphaversos 2018. Hoje temos diferentes propostas de distopia: sobreviva a fúria de construtos de lava em um mundo em colapso; seja um autômato condenado ao desmanche; ou ainda, conheça o Império dos pinguins de Madagascar (é sério)!


16º – Wank’a; por Nikos Elefthérios. Uma fantasia pós-apocalíptica, onde as raças restantes lutam pela sobrevivência nas grandes fendas que se abrem até o centro da Terra.

15º – 2046 — Contagem Final para Autômatos; por Breno Rocha. Num mundo controlado por grandes corporações, autômatos com I.A. independente se tornaram obsoletos e são caçados.

14º – Animalia; por Edwy Fontes. A humanidade foi extinta após uma guerra nuclear. Os animais sobreviveram e ganharam inteligência, começando a erguer novas civilizações.

Os PDFs – contendo os mini-cenários completos (como submetidos) – podem ser acessados e baixados clicando nos títulos de cada cenário.


16º. Wank’a

Autor: Nikos Elefthérios (Paulo Afonso – BA). Temas: distopia, disputa de território, construtos.

Resumo: Uma grande Tormenta tomou o mundo, um cataclismo mágico que destroçou o continente, deixando uma grande cicatriz onde antes se encontrava uma imensidão única. Os sobreviventes vivem nas encostas dos fragmentos da própria terra, abismos para o centro do mundo. A superfície é assolada por tempestades terríveis, um lugar impossível de se viver. Das tempestades nascem imensas cachoeiras que varrem as encostas de toda a vida. Então os Construtos chegaram. Antigos e poderosos, eles escalam do centro da terra e sobem as encostas, mantendo a civilização entre a pedra e o martelo. Em cidades suspensas as raças se adaptam a uma vida nômade de eterna luta e perigo. Monstros flutuantes, homens-lagarto que planam, construtos conscientes lutam pelo pouco espaço.

Avaliação: Wank’a é uma fantasia pós-apocalíptica brutal, com uma estética distópica marcante. Já os outros dois temas poderiam ter sido melhor explorados. No que tange às regras para 3D&T Alpha, as raças deveriam ter sido expostas como Vantagens Únicas nos padrões do sistema, dentre outras questões. Todos concordam que o cenário “cria uma imagem forte” e tem personalidade, mas acabou prejudicado na cadência de apresentação de ganchos e elementos importantes para auxiliar mestres e jogadores.

? Presença dos Temas: 7,75  Distopia foi um tema bem explorado. Percebe-se a intenção de uso do tema Disputa de Território, mas sua aplicação é fraca.”  – Oriebir.

? Uso das Regras: 7,25 Faltou explicar melhor a dinâmica de raças (tem custo? São vantagens únicas?)” – BURP.3D&T Alpha tem um sistema bastante consolidado e que não é representado nas fichas vistas aqui.” – Armageddon.

? Aspectos Gerais: 7,5 É um universo de Fantasia Distópica, na seara de ambientações como Dark Sun e elementos que lhe dão muita personalidade.– Lancaster. O cenário tem bastante potencial se alguns outros aspectos dele forem melhor trabalhados.” – Armageddon.

MÉDIA FINAL: 7,5

A avaliação completa de “Wank’a”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 2.


15º. 2046 — Contagem Final para Autômatos

Autor: Breno Rocha (Petrópolis – RJ). Temas: distopia, construtos, sobrevivência.

Resumo: Ano 2046. O mundo é controlado por mega corporações e a inteligência artificial está por toda parte. Nesse mundo, robôs autômatos são perseguidos por inteligências artificiais de alcance global, enquanto humanos lutam para sobreviver à margem de uma sociedade que cada vez menos lhes pertence. Você é capaz de sobreviver nesse mundo?

Avaliação: Este provavelmente é um dos cenários que melhor faz uso dos temas escolhidos, e a pontuação máxima no critério é justa (somente o 1º colocado conseguiu igual pontuação). A re-escrita de Vantagens Únicas gerou divergência entre os jurados, resultando numa nota mediana no tópico de regras. Já as regras de sobrevivência foram bem elogiadas, embora haja espaço para desenvolvimento. A proposta foi bem elogiada como um todo, mas sentiu-se a falta de personagens e tramas de suporte para auxiliar o mestre a mover a história do jogo.

? Presença dos Temas: 10,0  Os três bem utilizados e aproveitados como elementos centrais do cenário.”  – BURP.

? Uso das Regras: 7,0 Em alguns pontos, a apresentação das novas vantagens únicas é redundante.” –Lancaster.Gostei bastante da mecânica de compra de recursos” – Armageddon.

? Aspectos Gerais: 7,0 Os méritos de originalidade ficam mais por conta do destaque à sobrevivência em si do que pelos demais fatores. Talvez este possa ser um aspecto ainda mais explorado futuramente.– Oriebir.

MÉDIA FINAL: 8,0

A avaliação completa de “2046 — Contagem Final para Autômatos”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 3.


14º. Animalia

Autor: Edwy Fontes (Rio de Janeiro – RJ). Temas: distopia, disputa de territórios, japão feudal, sobrevivência, traição

Resumo: Terra, anos após o fim da 3ª Guerra Mundial, a principal causa da extinção da humanidade. Sem sua presença, ou talvez devido sua influência ao longo das eras, os animais evoluíram. Tornaram-se capazes de conversarem entre os de diferentes espécies e agora sobrevivem em um mundo parcialmente destruído. A cadeia alimentar não se alterou, mas agora as presas possuem mais capacidades de se defenderem. Alguns animais aprenderam a usar, mesmo que parcialmente, as tecnologias humanas e assim melhorarem suas chances de sobrevivência.

Avaliação: A escolha de cinco temas foi ousada, mas sentiu-se que não foi possível trabalhar adequadamente tantos elementos, o que pesou na avaliação. A adoção de uma Vantagem Única para animais foi certeira, com alguns jurados apontando espaço para simplificação da mesma.  A proposta de um cenário global pós-apocalíptico protagonizado por animais falantes é bem divertida, mas faltou um pouco de foco sobre o que fazer no cenário, em parte devido a necessidade de incluir tantos temas e subplots. Destaque pro Império dos Pinguins!

? Presença dos Temas: 7,0  É muito tema! Apesar de todos estarem pincelados aqui e ali, faltou dar maior profundidade a esses aspectos.”  – Armageddon.

? Uso das Regras: 8,75 Bem utilizadas. Algumas mecânicas da vantagem única poderiam ser mais simples, mas isso não chega a prejudicar.” – Oriebir. Ele foi ao ponto necessário — uma vantagem única para animais.” – Lancaster.

? Aspectos Gerais: 8,5 Zootopia hardcore, só pode dar certo!– Armageddon. A ideia principal é legal, mas faltou dar um foco mais claro para o cenário.” – BURP

MÉDIA FINAL: 8,1

A avaliação completa de “Animalia”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 4.


As imagens do robô e homem-bode usadas neste artigo pertencem a Jambô Editora, enquanto a imagem dos pinguins foi baixada nesse link.

Avaliação Completa – Wank’a

Presença dos Temas: 7,75

Lancaster: Os temas são Distopia, Construtos e Disputa de Território. É interessante como os construtos são usados como um fator integral do cenário, mas na prática eles são apenas mais um monstro — o maior deles, mas ainda assim mais um, como um dragão ou uma força da natureza. De resto, tudo feito com correção.

BURP: Estão presentes, embora tenha a impressão de que a disputa de territórios não seja muito aproveitada.

Oriebir: Distopia foi um tema bem explorado. Percebe-se a intenção de uso do tema Disputa de Território, mas sua aplicação é fraca porque o texto a todo momento relembra que este é um cenário de “pontos de luz”: não há grandes aglomerações ou cidades lutando pelo domínio de alguma região. Poderia facilmente ser substituído por Sobrevivência, um tema bem mais presente no texto. Sobre o tema Construtos, eles estão presentes no cenário como ferramentas narrativas (provocaram o evento distópico), mas na prática, na conjuntura atual deste mundo, são apenas mais um desafio. A sugestão neste caso é aumentar a presença ou importância deles — algumas das várias comunidades do mundo podem ter aprendido a controlar os construtos de rocha e lava ou eles podem ser fonte de algum recurso raro, por exemplo.

Armageddon: Senti que o cenário como um todo se tornaria bem mais interessante caso os temas propostos estivessem melhor representados em meio às inúmeras ideias que ele propõe. A opressão dos invasores ainda existe ou hoje ela se restringe ao ambiente? Se os territórios habitáveis são poucos, a disputa de território deveria ser central para o cenário. E mesmo os construtos que causaram o fim do mundo acabaram perdendo força e razão na atual situação.

Uso das Regras: 7,25

Lancaster: As raças são interessantes mas senti a falta de descrições maiores das vantagens únicas. Os personagens coadjuvantes e ameaças, por sua vez, são muito cheios de potencial.

BURP: Faltou explicar melhor a dinâmica de raças (tem custo? São vantagens únicas?), e lidar com redutores de características nunca funcionou bem no sistema.

Oriebir: As raças são apresentadas seguindo um modelo parecido com o de vantagens únicas, mas não há especificação de custo. Além disso, o sistema não comporta vantagens únicas com penalidade “racial” em características. Uma das raças recebe Queda Lenta, que não existe no livro básico e, portanto, deveria ser apontada a fonte. Sobre as fichas, se houver de fato vantagens únicas, elas precisam ser aplicadas. Outro ponto: é possível jogar com humanos neste cenário? E as outras raças? Por fim, não há nenhuma ficha de um construto! Eles deveriam ser um dos elementos-chave do cenário!

Armageddon: Um dos aspectos em que mais o cenário peca, pois apesar de simples, o 3D&T Alpha tem um sistema bastante consolidado e que não é representado nas fichas vistas aqui. Faltam informações para o mestre poder tirar o melhor proveito das ideias do autor.

Aspectos Gerais: 7,5

Lancaster: É um universo de “Fantasia Distópica”, na seara de ambientações como Dark Sun e elementos que lhe dão muita personalidade. É bom e muito bem executado, mas pontuou baixo dentro de alguns aspectos escolhidos nas regras do concurso.

BURP: O cenário cria uma imagem bem forte com a descrição inicial, e isso é bom. Mas parece escrito um pouco corrido, e faltou explorar melhor os ganchos narrativos principais.

Oriebir: A proposta do cenário é muito boa e foge bastante do padrão que inicialmente se pensa quando aborda-se o tema Distopia. Me deu bastante vontade de jogar. Contudo, o texto precisa ser todo reescrito e reorganizado para ficar mais fluido e para ter uma melhor cadência de apresentação dos elementos. Passou a ideia de ter sido escrito às pressas.

Armageddon: Como comentei acima, o cenário tem bastante potencial se alguns outros aspectos dele forem melhor trabalhados. Eu gosto do visual de um mundo fragmentado (eu curtia muito isso em Burning Crusade, de World of Warcraft, por exemplo). A Grande Feira de Morkoth, por exemplo, é muito interessante se as propostas dos temas forem empregadas.

Nota Final: 7,5

Avaliação Completa –
2046 Contagem Final para Autômatos

Presença dos Temas: 10,0

Lancaster: Os temas são Distopia, Construtos e Sobrevivência. Este conseguiu fazer de todos os elementos cruciais na construção de seu cenário e a pontuação máxima no item é justa.

BURP: Os três bem utilizados e aproveitados como elementos centrais do cenário.

Oriebir: Distopia, Construtos e Sobrevivência estão presentes e têm destaque no cenário.

Armageddon: Os três temas propostos estão presentes e muito bem trabalhados, sendo peças centrais para o cenário.

Uso das Regras: 7,0

Lancaster: Em alguns pontos, a apresentação das novas vantagens únicas é redundante — seria mais fácil apresentar como a mesma VU, mas com uma modificação pontual aqui e ali. Nada acrescenta muito.

BURP: Possui algumas ideias interessantes, como colocar o tema de sobrevivência em regras de forma simples. Mas acho que se estendeu demais em recriar vantagens únicas que já existem no livro, além de novas desvantagens redundantes.

Oriebir: Achei muito interessante as novas regras e releituras de regras existentes (destaque para a contagem de PVs diferenciada para humanos e regras de recursos com PEs). Embora algumas possam precisar de pequenos ajustes (como Fora da Lei, que seria o mesmo que Má Fama), essas regras contribuem para a proposta inicial do cenário, de funcionar apenas com o Manual Básico, proposta no início do texto. E parabéns por apresentar fichas impecáveis (embora eu tenha sentido falta de antagonistas humanos).

Armageddon: Gostei da forma como as regras foram apresentadas, com a preocupação de tornar o cenário jogável apenas com ele em conjunto com o módulo básico de 3D&T, e como foram trabalhadas para deixar clara a diferença entre as vantagens únicas nesse universo. Também gostei bastante da mecânica de compra de recursos, ainda que tenha sentido falta de uma maior pressão mecânica para que os jogadores gastem esses recursos em jogo. Talvez seja um ponto que mereça ser trabalhado futuramente.

Aspectos Gerais: 7,0

Lancaster: É funcional ao colocar personagens humanos em uma posição de vítimas sem vilanizar todos os autômatos, e esta é uma ideia interessante. No entanto, carece um tanto do desenvolvimento e dos detalhes — e a ausência de coadjuvantes de verdade, com nomes e papéis ativos com os personagens, pesou MUITO contra o trabalho.

BURP: Começa como um cenário promissor, com um texto, se não muito original, bem escrito e explicativo. Mas se perde no meio do caminho e acaba não apresentando muitos detalhes, ocupando muito espaço do texto com revisões de regras que não são estritamente necessárias.

Oriebir: É o tipo de ambientação que particularmente não me anima tanto a jogar, mas é um cenário bem descrito. Os méritos de originalidade ficam mais por conta do destaque à sobrevivência em si do que pelos demais fatores. Talvez este possa ser um aspecto ainda mais explorado futuramente.

Armageddon: Eu gostei muito das ideias que li, além de algumas sacadas bastante interessantes na criação do universo (humanos inconscientes por várias horas em uma jornada de trabalho diária me fez rir e ficar triste ao mesmo tempo). No geral, gostaria que mais do texto tivesse sido empregado no desenvolvimento das corporações. O mesmo para algumas regras que acabaram mesmo se tornando redundantes com o que já está nos livros, deixando outras mecânicas novas pedindo por mais detalhamento.

Nota Final: 8,0

Avaliação Completa – Animalia

Presença dos Temas: 7,0

Lancaster: Os temas são cinco: Distopia, Disputa de Territórios, Japão Feudal, Sobrevivência e  Traição. E peca justamente em dois deles, Japão Feuda e Distopia: no primeiro caso, ele é apenas um entre outras nações igualadas entre si, logo não é um dos esteios do cenário. Quanto à distopia, nada aqui indica que o cenário o seja — não mais do que qualquer universo de fantasia ou ficção médio, com suas dificuldades implícitas. O resto performa corretamente e não há muito o que criticar quanto a eles.

BURP: Escolher cinco temas é arriscado, e dá pra ver que nem todos são exatamente aproveitados. Não vi o elemento de distopia, enquanto traição é meramente citado, e Japão Feudal se limita a um pedaço do cenário (mas isso não é necessariamente um problema).

Oriebir: O problema de declarar cinco temas é que se torna muito difícil aprofundá-los a ponto de que todos possam ser reconhecidos como elementos centrais do cenário. Distopia é praticamente inexistente. Disputa de Territórios é bem abordado, deixando a impressão de guerra iminente entre as nações. Japão Feudal está presente em uma das nações, cuja presença não é tanta a ponto de se destacar como um tema central do cenário. Sobrevivência e Traição existem, mas em um nível esperado dentro de qualquer ambientação que se baseia em conflitos, não a ponto de se qualificar como temas centrais.

Armageddon: É muito tema! Apesar de todos estarem pincelados aqui e ali, faltou dar maior profundidade a esses aspectos, e o cenário acabou girando em torno de tudo sem nunca chegar a nenhum deles.

Uso das Regras: 8,75

Lancaster: Ele foi ao ponto necessário — uma vantagem única para animais. Em um cenário onde não há registro de magia ou grandes tecnologias, isso se revelou o bastante.

BURP: Adições pontuais, que talvez seja mais detalhamento do que o necessário mas também não prejudica o resultado final.

Oriebir: Bem utilizadas. Algumas mecânicas da vantagem única poderiam ser mais simples, mas isso não chega a prejudicar.

Armageddon: Num mundo de bichos, nada melhor que uma Vantagem Única para eles. E, felizmente, uma vantagem simples e customizável em vez de várias com pequenas diferenças mecânicas.

Aspectos Gerais: 8,5

Lancaster: Essencialmente soa como um mundo com muitas características herdadas do nosso porque foi construído sobre os restos do passado e eles estão ainda presentes — mas nesse sentido tem a seu modo um comparativo a certos universos de fantasia que vieram após algum tipo de cataclismo: o que tudo aparenta ter é civilização (e é preciso ter, para que haja nações com essa escala) — as zonas de escombros a serem exploradas estão ali à disposição, um tanto como no espírito de Numenera, só que com nossas tecnologias comuns. O resto soa realista, com a diferença dos animais evoluídos. É um cenário de intrigas, disputas políticas, guerras e combates. Os coadjuvantes são interessantes, mas senti falta do “Para Inspirar”, aqui.

BURP: A ideia principal é legal, mas faltou dar um foco mais claro para o cenário. Algo como estabelecer um relacionamento entre as nações, algum tema principal que guie uma campanha.

Oriebir: É uma ideia bastante original, que dá vontade de jogar, mas como cenário em si falta foco.

Armageddon: Zootopia hardcore, só pode dar certo! Como você mesmo notou durante o desenvolvimento, a variedade animal do planeta é o mais legal dessa ideia. Por isso, o que mais pesou foi tentar enfiar mais temas onde não eram de fato necessários. Como cenário de jogo, ele pode ser desenvolvido muito mais. O Império Antártico é um lugar que sem dúvida eu gostaria de conhecer!

Nota Final: 8,1

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