Ryan Macklin, um dos autores do premiado RPG Fate Core, narrou uma aventura no programa TableTop apresentado por Will Wheaton, com participações de Felicia Day e John Rogers. Há pontos interessantes sobre como narrar Fate para iniciantes que destacarei. Voc? pode assistir ao programa (em inglês) no canal Geek & Sundry no Youtube.
Criação de Mundo
Uma conversa rápida e temos uma ambientação com toques de Sobrenatural e Fringe para Fate. isso mesmo, apenas uma conversa: “gosto disso”, “não quero que tenha aquilo lá”, “mas se isso tivesse mais disso seria legal”. O jogo não é (apenas) do Narrador, é de todos que jogarão.
Criação de Personagens
Cada jogador criou um conceito, com “c” minúsculo mesmo. A partir daí criaram os aspectos Conceito (um resumo de personagem) e Dificuldade (aquilo que gera limitações e encrenca). Felicia quis jogar com uma personagem que fosse uma monstra. Basta um aspecto para isso ser possível.
Para começar, cada jogador escolheu sua perícia principal (+4) e depois outras duas do “topo” (+3 cada) utilizando Skill Prompt Cards for Fate, um baralho (em inglês) relacionando perícias, ações e conceitos. A ideia é graduar as sete perícias restantes da ficha durante o jogo. Uma olhada se alguém tem caixas de estresse bônus e é só jogar!
Veja a criação de três personagens que fiz anteriormente.
Agindo sem Falar das Quatro Ações
A grande sacada para mim foi o Ryan narrar a aventura sem mencionar os detalhes “técnicos”. Nada de diferenciar as Ações Superar, Criar Vantagem, Atacar e defender. Nada de entrar nas minúcias de Desafios, Disputas e Conflitos. Basicamente o ciclo “O quê vocês fazem?->Rolem os dados se for interessante->Narrar os resultados”. Fazendo o que cabe a um Narrador: orientar.
Embates físicos, mentais e sociais fluíram bem enquanto os jogadores se acostumavam a invocar aspectos nos momentos certos, além de compartilharem suas invocações gratuitas para trabalho em equipe.
Adicionando Aspectos, Façanhas e Perícias
Conforme foram jogando e a necessidade de completar a ficha foi aparecendo, escolhas foram feitas naturalmente. Novos aspectos revelaram detalhes dos personagens como numa série ou filme, assim como o preenchimento de suas sete perícias restantes, pouco a pouco.
Criaram façanhas com limitações que não remetiam fielmente à combinação ação+perícia+circunstância. Eram mais como: “faça isso uma vez por cena/dia”.
Encerrando
Foi uma bela aula de como narrar uma aventura divertida deixando novatos confortáveis com o Fate. Assista ao programa para ver a cara do Ryan como ficaram os personagens. Caso não entenda o idioma do Tio Sam, há várias artes detalhando os mesmos e suas ações.
Veja mais conteúdo sobre Fate, incluindo traduções, em postagens anteriores.
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Até.
P.S.: Não recebi uma moeda para fazer jabá, é reconhecimento de bom trabalho mesmo.