Tormenta: sobre a natureza do Nada e do Vazio

Em Arton temos os deuses do Panteão e seu líder como entidades supremas na hierarquia divina, mas também, dentro da mitologia, há algo mais profundo em termos de poder, mas que jamais se revela: o Nada e o Vazio. Afinal de contas, o que diabos são o Nada e o Vazio?
Informação sobre essas entidades cósmicas é extremamente escassa em todos os livros de Tormenta. O máximo que sabemos deles é que criaram o universo e os vinte deuses originais do Panteão. E é isso. Então… não há muito coisa para se discorrer sobre eles, ok? Meus artigos analisando aspectos de Tormenta em geral já são uma coleção de ideias no limite da insanidade, especialmente porque eu *sei* que os autores nunca pensaram em nada daquilo, porque eu os conheço pessoalmente e já tendo escrito livros de Tormenta conheço como o sistema funciona. Mas normalmente essas ideias fazem certo sentido com base em material escrito, então cês deixam passar. Esse não vai ser o caso aqui. Estejam avisados desde já que isso aqui é além da imaginação, é só a minha mente afligida pela febre e por um corpo pesado pela gripe liberando coisas absurdas. Aviso dado, vamos lá.
Já que não temos muito o que analisar sobre essas entidades, vamos analisar a única coisa que realmente conhecemos sobre eles, seus nomes. Nada e Vazio. “Nada”, em uma consulta rápida ao dicionário, pode significar “ausência, quer absoluta, quer relativa, do ser ou da realidade; o que não existe;” enquanto “Vazio” pode significar “Desprovido de conteúdo; incompleto;”
Analisando de uma escala mais filosófica, o Nada pode ser representado, então, como a falta de um aspecto físico, ou, em poucas palavras, tudo aquilo que é “espiritual”: uma palavra, uma ideologia, uma crença, uma alma. Já o Vazio, seguindo a mesma lógica, pode ser representado como tudo que é físico, sem a sua contraparte “espiritual”: a tinta no papel, sons, um corpo.
O que eu quero dizer, então, é que o universo em si são as entidades conhecidas como Nada e Vazio, uma representando o aspecto espiritual da realidade e a outra, o aspecto físico. Isto ajudaria a explicar porque é tão fácil se tornar um deus em Tormenta, pois para começo de conversa todas as coisas na Criação já são feitas de “matéria divina”, então se você reúne o suficiente desse material divino, digamos, mil pessoas (que são compostas de um corpo, feito de Vazio, e uma alma, feita de Nada), você obtêm poderes divinos.
Isso também ajuda a explicar porque os Lordes da Tormenta estão sendo corrompidos por Arton, se tornando cada vez mais indivíduos, mais artonianos, a medida que avançam em seu objetivo de se tornarem deuses. Para cumprir seu objetivo eles tem que se encher de Nada e Vazio o bastante para deixar de serem lefeu. Os Lordes já perceberam que Arton os está afetando, eles só não notaram ainda que isto está acontecendo por causa do seu objetivo de se tornarem deuses envolve serem corrompidos pelo Nada e Vazio que formam a realidade artoniana.
Ok, agora que tirei isso da minha cabeça, vou pra cama dormir outras 12 horas. See ya.

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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11 Resultados

  1. Renato N42 disse:

    Sou a favor de tornar tudo isso ai oficial do cenário, esses ultimos posts são bons demais pra serem apenas hipóteses.
    Seus artigos deram uma amplitude e contextualização TÃO maior que os últimos livros pra esse mundo que nem tem como comparar..

  2. Olha, tudo isso é uma boa teoria.
    Mas então de onde veio o universo artoniano? O universo criou a si mesmo por que o universo precisava existir para jogarmos nele? Qual o ponto de origem do universo artoniano?
    Eu ainda acho que o Nada e o Vazio são duas personas co-iguais, co-equivalentes e co-eternas de um único ser, que pode até ser o universo em si, mas que não exerce contato a não ser pelas máximas criadas, que poderiam ser os 20 deuses.
    Acho que o deismo é uma boa explicação também para o Nada e o Vazio.

  3. Corpo e espírito que sabemos que está lá, mas não os achamos?
    Só eu lembrei de matéria escura e energia escura?

  4. Pablo Urpia disse:

    Há algum tempo, havia esboçado uma campanha utilizando o plot do Nada e Vazio (meio viajada), mas como não jogo há muito tempo e vai ser difícil colocá-la em prática, gostaria de compartilhar com o post:
    Linha geral da Campanha: aventureiros irão contribuir para o ‘ressurgimento’ das entidades Nada e Vazio.
    A essência do mundo.
    O fundamento dos Deuses.
    O Nada e o Vazio.
    Onde estão estas entidades?
    Já houve algum culto?
    Onde se encontra a essência dos Deuses?
    Parece que alguém encontrou uma forma de ‘trazê-los’ de volta.
    Mais do que isso, alguém quer impedir a criação dos próprios Deuses!
    Seria possível aniquilar as divindades e suas criações?
    O que acontecerá com o mundo?
    Os heróis devem contribuir para a destruição do mundo e junto com ele da maior ameaça do continente: a Tormenta?
    Ou devem evitar a ‘conjuração’ do Nada e do Vazio, mantendo desta forma toda cosmologia do mundo?
    Brainstorm da Campanha para Tormenta:
    A Ordem Planar da Inexistencia e a Ordem Planar do Espaco (Seitas do Nada e do Vazio) irao utilizar Gor (Deus Menor do Tempo), Teldiskan (Deus Menor do Clima) e Dahriol (Deus Menor do Conhecimento Oculto) para alcancar o momento exato da criacao dos 20 Deuses. O objetivo da Ordem é redefinir a Cosmologia do Universo, evitando o nascimento dos deuses e os membros mais poderosos das seitas almejam se auto-proclamarem Deuses do Absoluto! (Seita Perdida de Anti-Deuses).
    Cheguei a escrever a primeira aventura, chamada “O Fundamento da Criação: Sangue Branco – Parte 1”, com o seguinte enredo:
    “Ordem Planar irá assassinar o Titã Deus Menor do Clima Teldiskan.
    A primeira parte da aventura se passará na pequena aldeia de Pedralva, nos arredores das Montanhas Uivantes, ainda dentro do território do reino-capital Deheon, onde devotos de Teldiskan estão se reunindo para uma romaria inusitada à enorme cordilheira, a qual está localizada uma montanha homônima a divindade…
    Missão:
    Com a morte do Deus do Clima, vários eventos climáticos incomuns estão ocorrendo na aldeia de Pedralva. Inclusive, várias comitivas já foram enviadas ao templo de Teldiskan, no cume das montanhas, porém nenhuma retornou com sucesso.
    Reza a lenda local que o Gigante Máximo, controlava o clima da região com seu poder, mediante um item mágico desconhecido.
    O grupo terá que enfrentar além do frio cruel das Uivantes, asseclas de uma Ordem Planar que arquitetou a morte de Teldiskan.”
    Seria interessante termos mais material sobre o Nada e o Vazio.
    Parabéns pelo artigo!

  5. Alexandre disse:

    Cara, adorei a explicação! Nos jogos da série Elder Scrolls tem algo parecido, a dicotomia Anu/Padomay (Ordem/Mudança), mas nunca conseguiram explicar tão fácil quanto essa pro Nada/Vazio. E apoio tornar isso oficial e expandir!

  6. Nume, qual seria a sua teoria para a formação original do Panteão artoniano? Acha que os 20 primeiros eram os 20 “tipicamente apresentados”?

  7. Bruno Kopte disse:

    Pena que esse tipo de detalhamento não surgiu anos atrás, teria mantido meu interesse no cenário. Diabos, eu teria contribuído uma cacetada de coisas.
    Agora, se isso é o “limite da insanidade”, minhas ruminações são o quê? Eu tive que inventar palavras como “hexessência” e “sacrofísica” para aspectos de Atma, kkkk.

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