Raças de Fantasia em Fate Acelerado

Olá. Anteriormente criei três personagens de exemplo para demonstrar o jeito Fate. Eram todos personagens humanos. E como se faz para jogar com um elfo, anão ou outra espécie? Darei algumas sugestões. E sim, o termo “raça” é comum mas é péssimo, o correto é espécie.

Sugestão 1: Aspectos

Se todos no grupo tem um consenso sobre as características marcantes de um elfo, crie um aspecto Elfo. Pode invocá-lo para enxergar melhor com pouca iluminação, detectar portas secretas (old school), resistir a efeitos de sono e saber sobre a natureza. Claro que nem todos os elfos são iguais. Ter um aspecto Elfo – ou contendo a palavra elfo – lhe dá permissão para fazer coisas que humanos não podem.

Sugestão 2: Façanhas

Um aspecto Anão lhe daria permissão para umas façanhas como:
Visão na penumbra: +2 ao superar com Cuidadoso quando observar com pouca iluminação.
Estômago de aço: +2 ao defender com Poderoso contra efeitos nocivos ao organismo através de ingestão.
Orcs!: +2 ao atacar com Poderoso quando combater orcs com uma arma tradicional dos anões.

Sugestão 3: Abordagens

Aviso que essa é a que menos aconselho pois aspectos e façanhas devem lhe bastar. Aumente em 1 a abordagem favorável e diminua em 1 a abordagem desfavorável como Halfling: Sorrateiro +1, Poderoso -1. Note que isso pode levar a ter uma abordagem com valor negativo. Se isso não lhe agrada, segue uma alternativa: o jogador coloca seu maior valor de abordagem na que for favorável e o menor valor na desfavorável, como Halfling: Sorrateiro em +3, Poderoso em +0, duas em +2 e duas em +1.

Sugestão 4: Nenhuma das anteriores

Deixe que a espécie fique em segundo plano, apenas dando uma cor. Ou se tiver mais tempo, torne um Extra, explicado no Fate Básico (por vir). Confira aqui em inglês.
Até.

Jaime Rangel

Jaime "JJ" Rangel é um cara de Duque de Caxias (RJ), franco, tranquilo e desmemoriado. Gosta de levar inquietação às mentes alheias. Prefere 10 inimigos sinceros a 1 amigo indeciso. Cuidado ao perguntar algo, ele responderá a verdade. E a verdade é sempre mais divertida (pra ele). Escreve/traduz/joga RPG e afins.

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6 Resultados

  1. Taverneiro disse:

    Eu uso regras caseiras parecidas com a do Jaime. A raça precisa estar mencionada em um Aspecto do personagem. Isso dá acesso aos talentos inatos daquela raça. Esses talentos podem funcionar como façanhas mas não contam como uma (custo zero). Não precisam de pontos de destino para serem ativadas e sejam todos felizes.
    Ser dessa ou daquela espécie é um fato. Não é algo bom nem ruim – exatamente como um aspecto deve ser.
    O lance em Fate é:
    – um aspecto “Elfo” pode ser invocado para coisas como “sou um Elfo e a Casa que teu personagem pertence é vassala do meu povo, posso conseguir alguma vantagem na cena invocando este aspecto”.
    – O aspecto pode ser imposto/compelido, se ser “Minotauro” significa pertencer a um povo escravista. Isso será uma possível complicação, mesmo tendo Visão na Penumbra ou qualquer dom racial.
    Quando jogarem fantasia em Fate, minha sugestão é: esqueçam o pretenso “equilíbrio” do D&D e busquem em Fate fazer coisas com raças que podem ser feitas só nele.
    Raças são aspectos, não passe a encarar Aspectos como “Vantagens” dos outros sistemas. Limpem suas mentes e encarem o sistema como algo diferente. É um erro emular D&D (ou 3D&T) em Fate, na minha opinião.

    • Ásbel disse:

      É, como Aspecto também me parece a opção mais elegante.
      Mas como vocês fazem? (Taverneiro, Rangel e quem mais ler). Só aspecto com o nome da raça ou uma frase mais desenvolvida, tipo “anão da montanha solitária” ou “elfo filho de Andrüil”?

      • Jaime Rangel disse:

        Olá. Se a ideia é usar façanhas com capacidades além das humanas, prefiro um aspecto “Elfo” puro só para dar permissão, como um custo/requisito.
        Eu prefiro o nome da espécie dentro de um aspecto, provavelmente o conceito, estabelecendo umas poucas coisas (verdades) que se pode fazer ao invocar e forçar tal aspecto, como o Petras mencionou.
        Até.

  2. Rapaz, uma coisa que tenho feito – não apenas em jogos de fantasia – é estabelecer uma série de “fatos” sobre a raça, geralmente uns três ou quatro, como “visão noturna”, “Pele dura como couro” ou ainda “pode teleportar-se de volta para seu plano de existência uma vez por dia.”
    Dependendo da situação, estes fatos podem facilitar na hora de compelir ou invocar características do personagem que não estão claras em relação a seus aspectos.
    Até agora, não tenho tido problemas.

    • Ásbel disse:

      Ou seja, definir uma penúmbra, certo?
      Vocês também listam coisas ruins que sirvam para forçar o aspecto?

      • Jaime Rangel disse:

        Olá. Listar é bom. As características boas também podem servir como complicações. Eu mesmo como um exemplo: enxergo bem em locais com pouca iluminação, mas fico praticamente cego numa tarde ensolarada do Rio de Janeiro.
        O que mais gosto dos aspectos é que eles podem ser benéficos ou prejudiciais dependendo da situação e contexto.
        Até.

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