Encontrados recentemente em expedições nas áreas de Tormenta em Zhakarov e Trebuck, o colosso rubro é um dos simbiontes mais poderosos, mas também dos que cobram os mais altos preços pelos poderes concedidos. Para entender melhor o que ele é e como funciona, é preciso conhecer a forma como ele busca novos hospedeiros.
A Árvore da Tormenta
Andando por uma área de Tormenta, um grupo pode eventualmente se deparar com uma grande estrutura parecida com um tronco de árvore, mas formado por grossas camadas de aparência óssea e coloração avermelhada. Não há folhas propriamente ditas, mas algumas protuberâncias ao longo dela poderiam passar por galhos secos; quando o vento sopra próximo a ela, ao invés de farfalhar, ouve-se um som baixo e contínuo, como uma espécie de choro. Algumas vezes ela pode ter até mesmo alguns frutos, não mais do que 1d em cada uma, pendurados em alguns destes galhos ou caídos pelo chão ao seu redor. Possuem o tamanho aproximado de uma pêra e o formato de um coração em vermelho vivo, até mesmo pulsando como se tivesse sangue correndo por dentro dele.
Os frutos são comestíveis, e, embora tenham uma polpa avermelhada e um gosto suspeito de carne crua, são até bastante nutritivos: recuperam no personagem o equivalente a 2d PVs, sendo uma das poucas formas de cura garantida em uma área de Tormenta. A cada fruto comido, no entanto, existem duas chances em seis de que o personagem ingira uma das suas sementes – role 1d e, caso o resultado seja 1 ou 2, o personagem a terá consumido.
A semente então se alojará no seu corpo, onde começará a crescer e trocar substâncias com ele como um simbionte. Durante os próximos 1d dias o personagem começará a ficar mais irritadiço, até desenvolver ao fim deste período a desvantagem Fúria, mesmo que não a possuísse anteriormente e sem receber pontos por ela. Isso acontecerá em uma primeira explosão de raiva, quando os efeitos da semente sobre o seu corpo se manifestarão pela primeira vez: como uma espécie de bioarmadura, uma carapaça queratinosa começará a se formar em volta do corpo do personagem, envolvendo-o como uma espécie de ovo; aos poucos, no entanto, ela continuará a crescer e ficar cada vez maior, assumindo um formato levemente humanoide, até chegar ao tamanho de uma torre de castelo!
Esta será a sua primeira transformação em um colosso rubro.
Cada colosso rubro é único, e, apesar do nome com que ficaram conhecidos, nem sempre é realmente rubro. De maneira geral, eles possuirão uma aparência humanoide monstruosa, com vários metros de altura e diversas protuberâncias ósseas ou queratinosas ao longo do seu corpo. Cada organismo reage de forma diferente à transformação, no entanto, podendo desenvolver toda sorte de características únicas e armas naturais.
Em regras, um colosso é considerado um Aliado, e é adquirido e construído segundo as regras apropriadas. Uma vez que esteja transformado, o personagem pode controlá-lo como se fosse o seu próprio corpo, comandando-o através da manobra Comando de Aliado. Para todos os efeitos, controlar um colosso rubro segue exatamente as mesmas diretrizes de pilotar um mecha – você pode até usar as regras e kits opcionais que estão no netbook Mechas para 3D&T Alpha.
Além da desvantagem Fúria, o hospedeiro também deverá obrigatoriamente possuir a vantagem Ligação Natural – estando ligado pelo próprio organismo à criatura, o personagem é capaz de utilizar algumas habilidades únicas em conjunto com ele, mas também sofrerá proporcionalmente todo dano que ele receber. Um colosso rubro sempre pertencerá à escala Sugoi, tendo algumas das suas características multiplicadas por 10 quando enfrenta personagens Ningen.
Após a primeira transformação, o personagem rapidamente aprenderá a invocar o colosso por vontade própria, podendo transformar-se quando necessário gastando uma rodada completa. No entanto, ele ainda estará sujeito a transformações involuntárias sempre que sucumbir à sua Fúria de alguma forma. Isso sozinho o tornará um perigo constante; é comum que os hospedeiros de colossos sejam temidos e caçados, conhecidos por causar morte e destruição por onde passam. Poucos conseguem manter a sanidade – muitos acabam por assumir o seu lado monstruoso, vivendo apenas para rumar sem destino pelo mundo, destruindo vilas e cidades sem discriminação; outros ainda abraçam a sua nova herança lefeu, entregando-se por completo aos Lordes e se tornando alguns dos mais perigosos Servos da Tormenta.
Quando o personagem chegar a H0 e falhar em um novo teste de Resistência, ficará completamente imóvel, enquanto as protuberâncias ósseas do colosso transformado se estenderão ao subsolo e fincarão raízes no local onde estiver. Ele seguirá crescendo por mais alguns dias, até assumir a forma de uma nova árvore da Tormenta. Em até 2d meses ela dará a sua primeira safra de 1d frutos, que poderão ser consumidos por outros personagens para gerar novos colossos.
As opiniões a respeito dos colossos rubros são um tanto quanto controversas. Muitos acreditam que o seu poder pode ser usado para o bem, representando uma chance concreta de fazer frente à própria ameaça lefeu que os originou. Muitos mais, no entanto, lembram o destino cruel dos hospedeiros, bem como o perigo que um colosso enlouquecido pode representar. Sabe-se também da existência de pelo menos duas ou três árvores da Tormenta fora de áreas sob domínio lefeu: todas foram rapidamente cercadas pelo exército do Reinado e transformadas em locais de estudo por membros da Academia Arcana, que buscam alguma forma de entendê-las e talvez transformá-las em uma arma efetiva contra a invasão.
Não se conhece uma forma segura de retirar um colosso rubro de um hospedeiro. Algumas cirurgias mágicas extremamente arriscadas já foram tentadas, mas, nos melhores resultados obtidos, os danos causados ao sistema nervoso do paciente foram tão grandes que ele entrou em um estado vegetativo irreversível mesmo pelas mais poderosas magias de cura conhecidas. É possível que apenas através de um Desejo uma chance de cura realmente exista. Também não se sabe o que acontece com o hospedeiro que chegue à sua forma final – tentativas de contatá-los telepaticamente não dão resposta, de forma que não se sabe se eles seguem vivos ou mortos dentro da árvore, e se ainda é possível trazê-los de volta de alguma forma.