Adaptando as Crônicas – Elfos da Tempestade

Olá! Estou começando a partir de hoje posts domingueiros adaptando material da antologia de contos Crônicas da Tormenta para o sistema TRPG. Meu objetivo é simplesmente dar uma treinada em como se faz para converter personagens, lugares, artefatos e outras coisas interessantes que aparecem na literatura, para estatísticas e material de jogo.
Hoje temos os Elfos da Tempestade como uma nova raça disponível para PJs. Eles aparecem no conto “O Perfil do Escorpião”, de Rogério Saladino. (Confesso que não sei se eles já deram as caras em antigas revistas DB ou DS, mas, todo caso, essa é a minha versão.)

Uma raça de exilados de outro plano, trazidos acidentalmete para o Deserto da Perdição numa grande tempestade mágica. Essa espécie se assemelha aos elfos comuns de Arton e não possui nenhum parentesco direto com eles. O nome que utilizam para se referir a si mesmos é bem mais complexo e difícil de traduzir. Vivem como um povo nômade, tentando  encontrar uma maneira de regressar ao seu mundo de origem.

Personalidade.
Por serem vistos com a desconfiança típica reservada aos forasteiros e por terem vivido durante muito tempo em meio as agruras do deserto, elfos da tempestade são reservados e de poucas palavras. Sua sociededade valoriza a etiqueta e a disciplina, o que faz com que sejam pouco tolerantes com ofensas ou ações que considerem desrespeitosas. Apesar disso, o tempo que passaram tentando sobreviver em um lugar de clima tão extremo e repleto de perigos, fez com que desenvolvessem uma cultura de hospitalidade – são sempre muito amistosos com eventuais viajantes que encontram perdidos e fazem tudo o que podem para ajudá-los.
Aparência. Muito semelhantes à raça que lhe deu o nome, parecem-se muito com elfos. Mas são mais altos, esguios e ao mesmo tempo mais bem constítuidos. Suas orelhas são maiores e os olhos emanam um estranho brilho azulado.
Relações. Elfos da tempestade tratam com respeito e igualdade todas as demais raças, uma vez que se sentem também hóspedes em seu mundo e tentam retribuir o favor. A única exceção são as Nagahs, por sua ligação com Sszzaas, um deus que mantém muitos horrores ocultos no deserto.
Caso entrem em contato com os elfos artonianos comuns é bem possível que desenvolvam uma grande empatia por eles, tanto por por sua semelhança física, tanto pela história de exílio e perda, comum às duas raças.
Tendência. Membros dessa raça valorizam muito a honra e seguem rígidos códigos de conduta, por isso costumam ser de tendência ordeira. Entre os indivíduos que abandonaram a busca pelo seu mundo de origem existem aqueles que abraçam o caos de uma vida livre, mas mesmo estes costumam seguir suas próprias diretrizes pessoais. Leal e Neutro é a tendência padrão para os elfos da tempestade.
Terra dos Elfos da Tempestade. Sabe-se pouco a respeito da terra natal dos elfos da tempestade, mas especula-se que além de áreas desérticas, semelhantes àquelas que habitam hoje, existam nela grandes extensões verdejantes com água em abundância. Sendo descrito como uma espécie de “paraíso”, alguns estudiosos teorizam que, talvez, esse lugar seja apenas um mito, criado pelos anciões das tribos para manter acesa esperança e o espírito guerreiro de seu povo.
Elfos da tempestade são nômades, o que significa que vivem em acampamentos. Estão sempre se movendo e não possuem um território fixo. Toda imensidão do deserto é seu domínio.
Religião. Dizem que antes de vir para Arton, os elfos costumavam acreditar num único “deus”. Uma força mística impessoal, onipresente e sem nome que se manifesta em todos os seres vivos, como uma espécie de campo de energia. Algumas das gerações mais novas abraçam deuses artonianos, em especial Azgher, o deus do Sol, ou oram para os ventos do deserto.  Elfos da tempestade malignos rezam para Tenebra e Sszzaas.
Nomes. Costumam usar nomes que começam com “f”, “s”, ou “v” e que possuem vogais duplas. Exemplos: Fareeth, Faathi,  Sadii, Suleeiman, Veruu, Voreena.
Aventuras. Elfos da tempestade são Rangers por vocação e podem ser recrutados por grupos de aventureiros para auxiliá-los em missões no deserto. Outra possibilidade é que eles se aventurem para fora do mar de areia, seja porque cansaram de procurar um caminho de volta para casa e estão em busca de uma vida nova, seja porque foram enviados em busca de algum artefato ou item mágico que possa ajudá-los a encontrar uma maneira de regressar ao seu mundo natal.
Existem alguns membros dessa raça que vivem isolados em ermos remotos, como eremitas, ou que vagam por aí como andarilhos, levando uma vida contemplativa. Esses costumam se tornar monges.
Traços Raciais

  • +4 Destreza, +2 Sabedoria, – 2 Carisma. Elfos da tempestade são ágeis e atentos, mas sua condição de forasteiros, e sua personalidade reservada faz com que tenham dificuldade em interagir com os outros.
  • Visão na Penumbra. Um elfo ignora camuflagem (mas não camuflagem total) por escuridão. Elfos da tempestade podem ver duas vezes mais longe que os humanos em condições de pouca iluminação, como luz das estrelas e tochas.
  • +4 em testes de Sobrevivência no deserto. O elfo da tempestade artoniano já viveu tanto tempo no Deserto da Perdição, procurando pelo caminho de volta ao seu lar, que já se adaptou perfeitamente a viver nele.
  • Navegação usando as estrelas. Em lugares que possuem uma paisagem mutável e sem referências fixas (como o deserto, mas também os mares) usar os astros no céu para se guiar é um costume comum. Elfos da Tempestade recebem +4 em teste com a finalidade de não se perder, mas apenas durante a noite e desde que possam observar as estrelas.
  • +2 em testes das perícias Furtividade e Cavalgar e elas sempre contam como perícias de classe. Dizem que essa raça é tão difícil de encontrar que ver um deles significa mau agouro. Há um motivo por trás dessa crença: além de furtiva e silenciosa essa raça nômade se mantém em constante movimento, usando suas montarias.
  • + 1 na CA e Redução de Dano 5 contra ventos cortantes e substâncias ácidas e corrosivas (inclusive matéria vermelha das áreas de tormenta). Um elfo da tempestade já começa o jogo com um exemplar de sua vestimenta típica. Longos mantos e turbantes que servem de proteção contras os ventos do deserto. Uma aura sobrenatural faz com que os trajes movam-se vaporosos, mesmo quando não há vento algum.

Este material foi produzido por um fã.  Crônicas da Tormenta é uma antologia de contos de fantasia medieval da Editora Jambô. Reúne vários nomes da lit. fantástica nacional para narrar histórias em Arton, o mundo de Tormenta RPG. 
Crônicas da Tormenta. JM Trevisan (Org.). 288 páginas. R$ 39,90.

Você pode gostar...

6 Resultados

  1. Vinicius Santos disse:

    Que coincidência, li essa crônica hoje!
    Obrigado pelo material

  2. Prova de que eu realmente preciso ler a antologia de novo: eu não lembro desses elfos… XD

  3. Armageddon disse:

    O conto do Saladino é fodástico em vários sentidos hehea

  4. Peregrino disse:

    Muito legal a adaptação, pra ser sincero foi a melhor adaptação que li entre todos os blogs.
    As regras encaixam bem e o texto ficou fluido, curto e abrange tudo que era necessário.
    Pra não ficar só nos elogios, faltou – na minha opinião – uma imagem deles.
    Se não me engano existe uma imagem do cavalo-formiga no Bestiário de Tormenta (suplemento que veio de brinde na DB dos Thundercats).
    De qualquer forma parabéns!

  5. Di Benedetto disse:

    Obrigado!
    É. Infelizmente a imagem vou ficar devendo mesmo nesse post. Ando meio dividido quanto usar ilustrações alheias em material de jogo. Acho que eu tinha esse bestiário com os cavalos-formiga mas ele se perdeu no túnel do tempo…
    Bom, quando estão sem suas roupas típicas, imagino eles + ou – assim:
    http://panzerleader.files.wordpress.com/2010/08/eladrin.jpg

  6. Arthur disse:

    Elfo, Elfo-Do-Mar, Elfo-Do-Céu,Elfo-Sombrio,Meio-Elfo,Elfo purpuri, Meio-Elfo-Do-Mar,Elfo da tempestade… ELFOS DEMAIS!!!!!!!!

Deixe uma resposta