Resenha – Guerras Tauricas

Resenha - Guerras Tauricas 1
Muito tempo sem ler algo novo para Tormenta, acho que o último foi o encerramento da Trilogia do Inimigo do Mundo, “O Terceiro Deus”.
Nada surpreendente, lembro que na antiga e suponho finada lista Tormenta uma das discussões mais divertidas que participei falava sobre a razão de um reino tão poderoso militarmente e tão baseado em Roma, não se projetar em guerras de conquista e expansão que aparentemente são a única forma de financiar algo tão gigantesco quanto Tapista.
Ninguém normal achava uma explicação, alguns diziam besteiras, nem me lembro mais das versões, apenas lembro que gostei da proposta de discussão.
Guerras Tauricas me pareceu uma das versões que qualquer listeiro poderia usar como RC (que saudade desse tempo) e que provavelmente não seria aprovado pelo Jamil, TEK e cia limitada É algo com conteúdo, pensado para o cenário, mas não acima da capacidade de qualquer fã ou mestre do cenário, parece uma campanha transformada em suplemento.
Dentro da cronologia, pelo que me lembro, Hershey foi tomada por Tapista e não houve qualquer reação / retaliação por parte do Reinado, fato inexplicável, porém fato.
Segue para a briga com Arsenal, muitos recursos do Reinado usados no combate, mas não se engane, Tapista é do Reinado nesse período, no mínimo devem ter participado das contas a pagar, caso contrário, jogue mais suspeitas sobre os minos ou mude as regras e coloque menos 2 em sab e int para humanos e que tais.
Daí minha insatisfação com a explicação sobre a razão da estratégia dos minos ser algo tão esplêndido que foi capaz de conquistar todo oeste de Arton até a capital Valkarya.
Em que mundo não se estaria esperando algo maior de Tapista depois do ocorrido em Hershey? Como um ser como Thormy, capaz de fazer o que fez na trilogia com nosso querido rei de Yuden (acho que é Milach), pôde ser superado por algo tão simples? É algo tão insensato quanto ter que aceitar que os minos fizeram tudo isso sozinhos, sem acordos com entidades poderosas, apenas implementando e incrementando um plano de sua primeira geração.
Portanto, vamos aos NPCs fodões do cenário.
Para os dragões-rei não vejo nada interessante na Guerra, nem ganharam nem perderam. Talude seria um provável aliado de Thormy, o que me faz pensar em Wynna, talvez Tauron deva um pequeno favor a deusa da Magia.
Yuden está há quatro anos parado!!! Com um exército na sua porta!!! Shivara é rainha imperatriz, que bom, se isso sustenta o orgulho do Exército com uma Nação, ótimo. Acordos com Yuden não são citados, mas a reunião entre Thormy e Aurakas deve ter produzido mais do que “Eu me entrego e deixo Shivara no comando.” Talvez essa idéia nem tenha sido do ex-Imperador Rei, foi algo subliminar, que alguém com a capacidade de ler entrelinhas do Thormy sacou e fez, em prol do mundo, já que quando levantava pela manhã de pijamas num feriado mundial em que dispensara todas defesas da Capital olhou pela janela e viu trocentos minos lá embaixo tocando a campainha.
Que momento mais propício haveria para um general brilhante invadir o sul do Reinado com suas tropas do que durante uma guerra enorme em outro fronte? O que faz Twhor Ironfist? Nada. Contando do início do cenário são 10 anos de estagnação… em tempo do cenário, se não me engano são 6.
Vectorius fica na página dos dragões-rei, para ele pouco importa e os minos não tem muito interesse em ficar tão acima do chão assim e para ele se continuarem comprando bem, o fato é que a guerra não vai criar nenhum concorrente a altura, literalmente XD.
Agora que sabemos que há lordes da Tormenta e que eles também são generais, não seria um momento propício para invadir Tapista, a capital ou alguns lugares importantes, afinal, devem ter seu contingente de defesa bastante diminuído, atacar multiplos reinos com tropas suficientes para tomar as capitais e obrigar os reis a acordos que não seriam sequer cogitados em outras circunstâncias toma um contingente considerável, ou não? Ainda mais sabendo que não foram utilizados mercenários e que apenas minotauros foram para guerra (com seus escravos arqueiros, saliento).
Isso posto, vamos ao que interessa, legal, seja como for o passo um foi dado e todas capitais e todos governantes estão nas mãos dos minotauros, famílias importantes estão com seus primogênitos presos e a língua e costumes minos são espalhados, tudo exemplar numa guerra de conquista.
Mas e os locais mais afastados? De onde vieram tantos minotauros que são capazes de manter a ordem em quantidade tão inferior? Qual a razão de não serem rechaçados?
Sua forma de conquista é boa, só escravizam bandidos e mesmo quando há excessos eles são menores do que os da nobreza anterior? Essa é a explicação do livro. Mas não se fala um minuto nas dificuldades passadas nesse período pelos minos, para eles tudo é maravilhoso, exceto que não são mais bem vistos fora de seu agora imenso território.
Sua maior dificuldade é a guerrilha… HAHAHA.
O livro é bom, mas não me convenceu, parece divertido para uma campanha, na qual os jogadores não se aprofundam tanto nos temas quanto os mestres e aceitam informações superficiais e focadas, porém quem lê esse livro é fã.
No meu caso tem uma biblioteca com mais de 20 volumes só sobre o cenário, não é qualquer campanha que me convence, é preciso aprofundamento, explicação, generalização dos resultados. Uma marcha como a de Tapista seria notada por conselheiros de Guerra de qualquer reino que se preocupe em mantê-los, quantos navios sairam dos portos de Tapista? Quantos legionários? Quantos avisos mágicos? Não há representantes dos outros reinos em Tapista? Não há espiões? Ainda mais depois de Hershey?
Sucintamente, Tauron com certeza fez sorrir Keenn, porém, com certeza o deus da guerra tem seus interesses e percebeu a movimentação de Tapista, o que coloca novamente Yuden em evidência, cadê os clérigos da Guerra tornando o evento maior e lutando para manter o sítio pelo maior tempo possível, fortalecendo quem foi atacado? Não consta no livro, mas um imenso favor deverá ser pago ao deus da Guerra por seu silêncio envergonhado.
Khalmyr fez o impensável e com isso ganhou alguma simpatia de minha parte, não aceitou o desafio de Tauron e cedeu o lugar de líder do panteão ao deus da Força, e fez isso piscando para Nimb ao sair da sala de reuniões. Tomara que não se esqueçam de relatar os planos do deus da Justiça no futuro, se continuar na toada será tão grandioso quanto os maiores momentos do cenário.
Szzaass é o maior panaca na história. Como relatado, o plano dos minos vem lá de Goriakis, coisa de séculos, é uma conspiração racial voltada para a dominação global, ninguém nunca traiu essa patota? A informação nunca chegou a outras cúpulas que se interessariam pela informação? Não? Então tá… Mais um favor? Agora sim, parece que Tauron está enrolado, o que é mais do que normal para alguém que atingiu as vitórias que ele atingiu, afinal uma guerra é algo político, até mesmo nas religiões.
Outro espanto que tenho são os dogmas de Tauron, não lutar em vantagem numérica… como cargas d´água a estratégia deu certo se os minos invadiram reinos e capitais para lutar de igual para igual?! Não quero o absurdo de contar homem por homem, mas deve haver no mínimo proporcionalidade, sendo assim, mesmo mais fortes os minos enfrentavam pessoas defendendo seus lares, suas vidas, sua forma de pensar, nada é mais motivador, nada reúne e agrega mais, nada inspira alguém a atitudes elevadas e heróicas como isso.
Parece que os minos são os protegidos dos autores, até na Tormenta nº 1, a matéria de fã foi sobre um minotauro… e os elfos são os perseguidos, uma pena, na minha opinião.
A genialidade taurica é tão grandiosa quanto a ingenuidade atribuida ao leitor da estratégia.
Lado bom!
É, também tem isso no livro.
São muitos ganchos e aventuras antes, durante e depois das Guerras, nada que influencie o resultado oficial, óbvio, mas mesmo assim, são muitas semanas de RPG garantido para mestres novatos e experientes que desejarem usar o plot! Isso por 22,90 é demais!!! Normalmente, uma aventura custa isso para d20 ou 4D&D.
O cenário andou 4 anos com isso, e nada da Libertação de Valkarya, mas já temos como oficial a derrota de Arsenal.
As classes de prestígio são como as classes de prestígio são, algumas boas, outras ruins, boa parte para NPCs, todas são divertidas de ler e encaixam muito bem no plot da guerra, são realmente as posições que se destacam no cenário proposto.
Os itens mágicos são na maior parte para minotauros, o que não me apetece, mas alguns deles valem a busca e criam mais ganchos para aventuras.
Os NPCs são poderosos, o mais fodão tem 19 níveis, o que em Tormenta não é tanto, mas é mais do que respeitável.
Notas:
Qualidade Gráfica: 10
Ilustrações: 7 (desenhos repetidos demais)
Conteúdo Novo: 6
Texto: 9
Capa 7 (desenho apenas mediano e cores nada excepcionais)
Média 7,5
Além disso, a informação mais importante é a confirmação de que os elfos não são naturais de Arton, portanto não foram criação de Glorienn, o que me faz pensar sobre algumas afirmações filosóficas do Caldela na trilogia, em especial nos diálogos divinos e na natureza dos deuses… também ganhou força minha intenção de fazer um elfo assassino de minos que quer vingar Glorienn e lhe trazer de volta de seu pesadelo insensato.
Conepa

Você pode gostar...

3 Resultados

  1. Masamune disse:

    Grande Coni, tenho que dizer que concordo em quase tudo. A melhor parte é de longe os ganchos/mini aventuras. E pessoalmente eu achei o poder de algumas classes de prestigio desequilibrado (aquele filósofo de Tauron que recupera PMs e ainda faz o inimigo perder os dele, e o Legio Auxilia Magica que pode lançar uma magia infinitamente são os principais).
    Uma grande curiosidade que eu tenho é saber com quem raios os Minotauros procriavam antes, já que supostamente eles não tem fêmeas e só podem usar humanas ou elfas, mas não conheciam qualquer uma das raças antes (vou até perguntar pro Cassaro).
    E uma ultima curiosidade que eu sinto tem a ver com as obrigações e restrições. No livro básico elas só existem na forma de tendências, mas em mais de uma ocasião o livro as menciona de forma que da a entender que ainda usa as obrigações antigas. Por exemplo, o Clérigo Clandestino não precisa seguir as obrigações/restriçoes se corre o risco de ser descoberto, quer dizer que ele pode ter uma tendência diferente na frente dos outros? Isso pra mim foi uma mancada que eles talvez resolvam lançando O Panteão atualizado.

  2. Rodrigo Denicol disse:

    Cara, não tem porque você afirmar que ” elfos não são naturais de Arton, portanto não foram criação de Glorien”… os lefeu foram criados pelos deuses, e só chegaram a Arton recentemente….

  3. Victor Figueiredo disse:

    caro Conepa,
    aprenda a escrever uma resenha. seu texto é caótico, sem nexo e sem um fluxo confortável ao leitor. a resenha para o suplemento Valkaria, Cidade sob a Deusa tem um texto infinitamente melhor redigido. portanto, aqui vai um conselho: vá ter umas aulas de redação.
    contudo (e para não me chamar de babaca arrogante) , devo concordar com você: os argumentos sobre a percepção de corno do Thormy, os deuses, os clérigos de Keenn, entre outros, são bem colocados.

Deixe uma resposta