Diário de Campanha: Frio e Gasolina

Opa, este sabádo ocorreu outra sessão da nossa campanha de Vampiro: a Máscara adaptado para o Re.ação! (aguardem mais um pouco que ela deve pipocar por aqui!) e agora a história começa a ficar mais delineada.
Depois de nocautear o perseguidor, tratei de amarrar o coitado, jogá-lo no porta-malas no carro e ir até uma farmácia comprar um remédio para manter ele desacordado enquanto preparava o interrogatório. Regrinha legal que está no Re.ação! e que me permite não ficar contando dinheiro no meio da sessão são os testes de Renda. Cada personagem tem um modificador de Renda igual ao nível mais o modificador de Sabedoria do personagem mais cinco. Os itens, em vez de terem valores exatos, tem uma CD de compra. Para itens cuja CD de compra seja igual ou menor, o modificador de Renda do personagem não é alterada, caso contrário perde-se um ponto no modificador de Renda para cada cinco pontos que a CD ultrapasse seu modificador de Renda atual. Simples, né?
O tal remédio, por exemplo, tinha CD de compra 18, e eu tinha um modificador de Renda +13. Comprei o item e perdi um ponto de Renda, indo para +12. Mediquei o prisioneiro e fiz algumas ligações para alugar um container frigorífico num depósito afastado e com pouca segurança. No caminho passei em um posto de gasolina e comprei uns três galões.
Fui pro container frigorífico, coloquei o sujeito, semi-nu, numa cadeira dentro do container e coloquei a temperatura no minímo possível (cerca de -20ºC). Agora, algo que vocês provavelmente não sabiam: gasolina se evapora constantemente e para isso ela retira calor de qualquer coisa que toque. Os russos, aproveitando-se da baixissima temperatura por lá no inverno, usam isto como um metódo de tortura extremamente doloroso. Acho que vocês já sacaram o que rolou lá dentro, certo?
Depois de conseguir as informações que precisava, demonstrei um pouco da misericórdia russa ao prisioneiro: dei a ele um isqueiro e joguei toda a gasolina de uma vez sobre o coitado. Ele acendeu o isqueiro.
Resumo do canto do passarinho: ele foi contratado para matar o tal ex-ministro por um intermediário chamado Renato, um bandido com alguma influência, e haviam mais contratos de outras figuras graúdas para as próximas semanas e meses. Basicamente, alguém estava promovendo a queima e o descrédito de qualquer um que pudesse colocar a esquerda no poder. O velho jogo da Guerra Fria continuava vivo.
Depois de alguns testes de Obter Informação, com fracassos e sucessos, descobri que o tal Renato estava enfurnado em algum buraco onde simplesmente não dava para encontrar o filho da mãe. Mas, como nem tudo tem que ser tão ruim. Descobri que ele estava escondido porque devia para um grupo de criminosos italianos cujo líder se chamava Giordano. Pesquisando um pouco mais, descobri que esse Giordano devia para outro grupo de criminosos, chineses. Marquei um encontro com os chineses para depois de alguns dias e fui até a mansão dos italianos plantar umas escutas na surdina.
Infelizmente, falhei em um teste complexo de Furtividade mais Usar Computador e fui descoberto. Consegui sair do lugar e a sessão terminou no momento em que se iniciava uma perseguição de carro. Como eu sou um cara sortudo, logo de cara os perseguidores conseguiram acertar um tiro no pneu do meu carro. A próxima sessão promete ser bem desafiadora.

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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8 Resultados

  1. Vill disse:

    Russos são perversos…

  2. valberto disse:

    Pode me chamar de antiquado, mas nas minhas mesas eu não permito esse tipo de coisa.

  3. Arquimago disse:

    Interessnate, cruel, mas verossimel com seu Pj, mas não tinha mais gente jogando?

  4. Na verdade, o Nume tá postando apenas os plots do PJ dele (egoísta! :P). É que ele tem que sair antes da sessão terminar por causa do trampo, e por isso fica meio contramão pra ele descrever todos os plots. Mas já estamos arrumando com futuras sessões solo. Nume, vou te passar o que rolou nos plots dos outros jogadores, quem sabe vale uma atualização neste post.

  5. @ Valberto
    Claro, o mestre tem a palavra final sobre o que pode ou não acontecer em jogo. Mas, na minha opinião, se quando alguém mestra ele deixar explícito que tudo ali é baseado na visão que ELE tem do mundo, vai ficar parecendo uma história do mestre para o mestre.
    Eu também sou contra tortura, mas seria injusto da minha parte se eu proibísse que o Nume fizesse algo totalmente inerente ao PJ dele. O que eu acho correto ou não, não deve fazer parte de uma mesa de jogo. Moralidades "pessoais" (tento não ser óbvio nesta parte) devem ficar de fora do jogo.
    Eu cago e ando para que o mestre pensa que é certo e errado quando ele mestra. Eu apenas interpreto o meu personagem, seja um "salvador de velhinhas" ou um "faz-viúvas". E espero que os jogadores tenham a mesma reação quando eu mestro. Mas, claro, isso é pertinente a mesa de jogo de cada um.
    Se você e o seu grupo de jogo se acertam dessa forma, têm mais é que continuar a tocar o barco. Apenas não acho correto que o mestre fique "cortando as pernas" dos jogadores só por que ele não acha tal coisa legal.

    • Eu só não entendo porque estripar alguém com uma espada longa ou explodir os miolos de meia dúzia de pessoas é tranquilo, mas quando chega na parte da tortura entra o moralismo. Sério. A violência é super-banalizada no RPG, qual a treta com a tortura? Se ela for condizendo com o personagem, e nesse caso é, não vejo problema algum.

  6. Wallace disse:

    Em um filme, que retrata uma cena de tortura, um personagem deplorável e etc. isso significa o que? Que o diretor, o autor, o ator são a favor de tortura?
    Dentro da interpretação de um personagem, de uma cena, não dá pra fingir que esse tipo de coisa não acontece né?

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